Cotidiano

Após transplante duplo, jovem retorna a Cruzeiro do Sul e é recebida com emoção

Rocheli conviveu com o diabetes por 27 anos, o que lhe causou graves consequências, como perda parcial da visão e falência renal, obrigando-a a fazer hemodiálise por dois anos

Ao desembarcar em Cruzeiro do Sul, Rocheli foi surpreendida por amigos e membros da igreja Presbiteriana, que a receberam no aeroporto com cartazes e garrafas de água mineral. Foto: cedida 

Juruá 24horas

Após nove meses em São Paulo para tratamento médico, Rocheli Negreiros voltou a Cruzeiro do Sul nesta segunda-feira e foi recepcionada com emoção por amigos e familiares. A jovem, que convivia com o diabetes desde os três anos de idade e enfrentou diversas complicações de saúde, passou por um transplante duplo de rim e pâncreas. A cirurgia a livrou da doença e da hemodiálise, permitindo que ela retomasse uma vida sem restrições alimentares e médicas.

Rocheli conviveu com o diabetes por 27 anos, o que lhe causou graves consequências, como perda parcial da visão e falência renal, obrigando-a a fazer hemodiálise por dois anos. A possibilidade do transplante duplo surgiu através de uma amiga, e foi então que ela decidiu buscar a cirurgia em São Paulo.

Sem recursos para permanecer na capital paulista, enfrentou dificuldades financeiras e burocráticas. Somente após conseguir moradia com a ajuda de membros de sua igreja, pôde se estabelecer e aguardar a cirurgia. No dia 3 de julho, pouco tempo após entrar na fila, recebeu a notícia de que havia um doador compatível.

“Fui chamada para o transplante rapidamente. Soube que meu doador era um jovem de 23 anos. Não tenho palavras para expressar minha gratidão à família dele, que tomou essa decisão de amor ao próximo”, disse Rocheli.

A possibilidade do transplante duplo surgiu através de uma amiga, e foi então que ela decidiu buscar a cirurgia em São Paulo. Foto: cedida 

A cirurgia foi um sucesso, mas a recuperação exigiu força e determinação. Com a imunidade baixa, Rocheli enfrentou infecções graves, incluindo um fungo agressivo no pulmão, uma bactéria e um vírus, o que a manteve internada na UTI por um mês. Mesmo após receber alta hospitalar, precisou permanecer em São Paulo para acompanhamento médico até estar completamente estável para retornar ao Acre.

“Ficar longe de casa foi difícil, tanto emocionalmente quanto financeiramente. Gastamos muito com transporte, alimentação e remédios. Mas Deus colocou pessoas incríveis no meu caminho, e graças a elas pude me manter lá até estar pronta para voltar”, contou.

Ao desembarcar em Cruzeiro do Sul, Rocheli foi surpreendida por amigos e membros da igreja Presbiteriana, que a receberam no aeroporto com cartazes e garrafas de água mineral, simbolizando sua cura. Antes do transplante, ela não podia ingerir grandes quantidades de líquidos devido à insuficiência renal.

“Hoje posso beber água, tomar sucos, comer alimentos que antes eram restritos. A hemodiálise e a insulina ficaram para trás. É uma sensação de liberdade indescritível”, celebrou.

Rocheli ainda precisará retornar a São Paulo em abril para exames de acompanhamento, mas comemora cada conquista e faz questão de incentivar a doação de órgãos.

“Esse ato de amor salvou minha vida. Quero que mais pessoas tenham essa chance. Se puder, seja um doador. Sua decisão pode transformar a vida de alguém”, concluiu.

Antes do transplante, ela não podia ingerir grandes quantidades de líquidos devido à insuficiência renal. Foto: cedida 

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Publicado por
Marcus José