Após quatro anos, governo do Acre entendeu problemas de Brasiléia

Abrigo deverá ser fechado dentro de 10 dias e todos serão levados para o parque de exposição em Rio Branco – Foto: Alexandre Lima

Alexandre Lima

O estado através do governador Sebastião Viana, resolveu que o abrigo dos imigrantes deve fechar. A notícia foi dada pelo secretario dos Direitos Humanos no Acre, Nilson Mourão, em sua visita à fronteira na manhã desta terça-feira, dia 8.

A decisão demorou cerca de quatro anos quando os primeiros haitianos fugiram da catástrofe ocorrido em seu País, ocasionando centenas de milhares de mortes assolando o Haiti em doenças, desemprego e perspectiva de vida.

Governo diz que ‘entendeu’ as necessidades de Brasiléia e agradeceu a hospitalidade – Foto: Alexandre Lima

O Brasil foi escolhido entre os quase 20 mil que resolveram vir para tentar uma nova vida. A rota passava por quatro países até o Acre, entrando por Assis Brasil, cidade localizada na fronteira com o Peru, para depois, chegar em Brasiléia onde recebiam acolhimento, documentos, alimentação, saúde e saída para o Sul com emprego garantido.

Foram quatro lugares: hotel desativado, ginásio de esportes, casa e por último, um antigo clube desativado. O tempo se encarregou para que a população já começasse a ver a situação com outros olhos, além de conflitos dentro e fora do abrigo entre os haitianos e senegaleses.

Recentemente, o prefeito da cidade vizinha de Epitaciolândia, André Hassem, enviou 252 imigrantes senegaleses que estava vivendo num armazém de forma insalubre, para o abrigo em Brasiléia, depois de constatar doenças como tuberculose e coqueluche entre os imigrantes ilegais e lacrar os locais.

Uma baixo assinado cobrando atitude por parte do governador Sebastião Viana, ainda está em andamento, segundo Dimas Gurgel. “Vamos continuar, não iremos parar por entender que o problema não foi totalmente sanado”, disse. Conforme ele, já teria chegado aos 10% exigido para registrar no Ministério Público.

Nilson Mourão disse que o governo só tem a agradecer pela ‘hospitalidade’ por parte de Brasiléia e Epitaciolândia. Entendeu que já está na hora de retirar os imigrantes da fronteira do Acre, sendo levados para o estado de São Paulo e os que faltam resolver sua documentação, irão para o Parque de Exposição Castelo Branco, na capital.

Segundo o prefeito de Brasiléia, a estadia dos imigrantes vinha registrando um ônus que não estaria dentro do planejamento municipal, principalmente no tocante à saúde. Já a vereadora do PT, Fernanda Hassem, disse que serão 10 dias para que o abrigo seja desativado definitivamente e que o governo federal deve se preocupar em coibir a entrada de mais imigrantes.

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