Após polêmica, Acre e São Paulo entram em acordo para envio de imigrantes

São Paulo reclama do transporte de imigrantes sem comunicação do Acre

Fábio Pontes

Os governos do Acre e de São Paulo, além da prefeitura paulistana, entraram em acordo sobre o envio de imigrantes caribenhos e africanos que ingressam em território brasileiro em busca de trabalho. O acordo foi fechado em reunião realizada nesta quarta-feira (27) no Ministério da Justiça, em Brasília.

Na sexta-feira, Acre encerra as 22 viagens de ônibus com imigrantes custeadas pelo Ministério da Justiça

A partir de agora será criada uma rede entre os Estados envolvidos para ser adotada as medidas necessárias de acolhimento dos imigrantes enviados do Acre para outras regiões do País.

O acordo foi fechado após as autoridades de São Paulo voltarem a reclamar do transporte de imigrantes para a cidade sem a devida comunicação por parte do governo do Acre, o que acabou por levar o governo estadual a procurar outros destinos para os estrangeiros, como Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).

O secretário estadual de Desenvolvimento Social do Acre, Gabriel Maia, disse que a partir da rede, gerenciada por Brasília, haverá a integração entre todos os governos envolvidos com problemas decorrentes do fluxo migratório que se estabeleceu há cinco anos.

“O encontro foi muito positivo. São Paulo mostrou disposição em voltar a receber os imigrantes”, afirmou o secretário. Maia não soube informar quando as viagens serão retomadas. “Isso dependerá do Ministério da Justiça”, acrescentou.

O governo do Acre  anunciou que o último ônibus com imigrantes haitianos e senegaleses, com destino a Florianópolis (SC), sai de Rio Branco (AC) nesta sexta-feira (29). Com isso, o governo encerra as 22 viagens previstas custeadas por convênio com Ministério da Justiça, no valor de R$ 1 milhão.

De acordo com o secretário De Desenvolvimento Social, o objetivo é tirar o Acre da rota dos imigrantes. O governo federal promete ampliar o numero de vistos emitidos pela embaixada brasileira na capital do Haiti, Porto Príncipe.

“Desta forma, esperamos que os imigrantes desembarquem direto nas cidades de destino, sem a necessidade de fazer a rota passando pelo Panamá, Equador, Peru e Bolívia até o Acre”, disse o secretário.

Na próxima semana, funcionários do Ministério da Justiça irão se encontrar com autoridades dos três países vizinhos para ações conjuntas de combates aos “coiotes” que aliciam os haitianos para entrar no Brasil.

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Publicado por
Alexandre Lima