Uma rotina de estudos e muita parceria estão fazendo com que os estudantes Lucas do Nascimento, de 23 anos, e Camila Almada, de 18, esperem o começo do curso de medicina revisando conteúdos e conhecendo mais sobre a área.
O G1 contou a história da aprovação dos dois na Universidade Federal do Acre (Ufac) no ano passado. Os dois fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) edição 2019, tiraram a mesma nota: 920, e foram chamados na segunda fase do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Os dois se conheceram no curso preparatório e se apaixonaram. Então, começaram uma parceria nos estudos, que deu muito certo. Lucas com a aptidão para exatas e Camila contribuindo com sua facilidade com as ciências humanas.
Os dois ainda não começaram o curso na Ufac – devido à pandemia, houve atraso no ano letivo. Porém, eles revelam que continuam com uma rotina de estudos e conhecendo mais sobre o curso.
Além de tudo, os dois se apoiam nesse processo, já que, no caso de Lucas, medicina nunca esteve entre suas opções. Ele chegou a fazer dois cursos ligados à ciências exatas – engenharia e ciência da computação, sendo que o último foi na universidade federal do Ceará, o que o deixou cinco meses longe de Camila.
“A gente vai se ajudando. A pandemia bagunçou muita coisa e as aulas ainda não começaram, mas costumamos ter uma rotina de estudos durante a semana. Uma vez na semana a gente se vê e aí a gente separa algumas coisas para fazer juntos; montar quebra-cabeça ou assistir filme. Somos bem caseiros , gostamos de sair com pouca gente”, conta Camila.
Enquanto as aulas não começam, os dois têm procurado entender melhor o curso e até já traçar possíveis áreas de atuação.
“Pelo o que a gente tem visto, a gente já reconhece nossos perfis. Continuo sendo de humanas, gostando mais da área de medicina da família, e o Lucas é mais para a área de ciência, pesquisa, e a gente vai se ajudando no processo. Tô achando interessante, porque eu decidi antes, o Lucas chegou a começar outro curso e fiquei com medo de ele acabar não se identificando com medicina, porque eu já havia cogitado o curso, mas ele ainda não. Mas, ele tem gostado e foi uma surpresa positiva”, comemora Camila.
Lucas conta que não pensou duas vezes em voltar do Ceará para acompanhar a amada na jornada de medicina. Ele conta que percebeu que não queria ciência da computação e ao entrar no universo de medicina viu um grande leque de oportunidades de atuação.
“Em ciência da computação senti a mesma coisa que em engenharia. Não estava muito animado com o mercado de trabalho, que é amplo, mas nada me agradava. Então, passei cinco meses, veio a pandemia, as aulas ficaram suspensas, veio ansiedade porque eu estava sozinho lá, então eu voltei”, conta o estudante.
Os dois se conheceram no cursinho preparatório. Lucas, depois de desistir do primeiro curso, tentava se encontrar em alguma outra área. Já Camila, havia acabado de sair do ensino médio e avaliava que curso entrar.
Ela conta que se apaixonou primeiro por Lucas e diz que a forma como ele tratava as pessoas e a inteligência foi o que mais chamou a atenção dela.
“Eu me apaixonei primeiro, gostei dele de cara porque ele era muito gentil e isso me chamou muito atenção e aí me aproximei dos amigos dele, a gente se aproximou e um amigo nosso disse que formaríamos um casal bem bonitinho. Até que um dia ele perguntou o que eu achava disso, como eu já gostava dele, disse que gostava da ideia e a gente se deu super bem. Deu super certo. O que eu mais gosto nele é a forma em que ele é educado e gentil com qualquer pessoa”, se declara.
Para Lucas, que é mais tímido, é difícil falar sobre sentimentos, mas ele diz que Camila também tem um jeito que o cativou, que, coincidência ou não, é basicamente a mesma característica que ela admira nele: gentileza. A prova de que os iguais se atraem.
“Ela é muito inteligente, mas consegue ser gentil e educada com as pessoas e acho que ela se relaciona de um jeito muito fofo com todo mundo, principalmente com as pessoas mais idosas”, pontua.
Para o futuro, os dois traçam planos de mais estudos, mais desafios, mas, com uma coisa em comum: os dois seguindo na parceria, tanto nos estudos como na vida.
“No geral a gente tem vontade de fazer especialização fora do estado, porque temos uma gama maior de possibilidades e temos a vontade de voltar para atuar no Acre”, finaliza.