Com Tácita Muniz - G1 Acre
Um beijo dentro do táxi antes de ir para a maternidade ganhar neném. Assim inicia a história de amor da contabilista Ediane Caetano, de 22 anos, ao lado do fotógrafo Assis Lima, de 28. Na verdade, tudo começou após um ensaio fotográfico que ele fez dela na reta final da gravidez.
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Em setembro do ano passado, Ediane, que também é Miss Beleza Negra 2016, decidiu aceitar o convite de um ensaio não muito convencional, onde pousou nua no último mês de gestação. Ela ficou sabendo que o fotógrafo estava atrás de uma modelo que topasse a proposta e decidiu fazer as fotos. Até o dia das fotos, o contato dos dois havia sido apenas por mensagens.
No dia do ensaio, ela revela que achou Lima bonito, mas apenas isso. “Pelo nome que ele tinha, achei que fosse um homem mais velho. Mas, quando eu o vi achei muito bonito. Mas, pensei: ‘aquieta esse facho, mulher. Tu tá grávida”, brinca.
Depois das fotos, os dois mantiveram contato. O fotógrafo conta que também achou Ediane linda no ensaio, mas estava ali para fotos profissionais e apenas a beleza chamou a atenção. Mas, logo após as fotos serem divulgadas, Ediane foi alvo de racismo nas redes sociais – o fato os aproximou ainda mais.
“Logo depois que isso aconteceu, a gente se aproximou muito mais. A gente conversava muito, mas sempre como amigos. E ele me deu muito apoio, porque uma coisa dessa mexe com a gente”, relembra.
Ediane engravidou de um relacionamento passado e ao saber que ela estava grávida, o parceiro decidiu que não assumiria o filho. Ela teve o apoio da família durante toda a gravidez.
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“O engraçado é que na maternidade, ele não se importou de eu estar feia, inchada e me deu um beijo. Todo mundo achava que ele era o pai da Laurinha. No período em que fiquei internada, ele ia nos visitar e todo mundo achava lindo e eu explicava que ele não era o pai dela. Depois disso, achei que ia acabar ali, ficava imaginando que ele não tinha filho e que não ia me querer assim”, relembra.
Mas, voltando para dentro do táxi, onde, em trabalho de parto, Ediane ganhou o primeiro beijo, Lima fez questão de acompanhar a cirurgia e também fazer fotos da Laurinha quando ela nasceu. E ele também foi a primeira pessoa a pegar e ver a criança.
“Ele foi o primeiro a pegar a Laura. Eu nem tinha visto ela ainda. Ele olhou pra ela – tem foto dos dois se olhando – e para eles dois foi amor à primeira vista. Ele me tratou de uma forma que poucos homens fazem com suas esposas. Não é todo homem que vai se interessar por uma mulher grávida, em pós-parto, porque é uma fase que a gente está sensível e se acostumando com tudo”, conta.
Como um bom pai, o fotógrafo fazia questão de visitar as duas durante o período de internação. Em poucos dias, Lima tratava a pequena Laura como filha e fez questão de registrá-la para que ela se tornasse Laura Caetano Lima e carregasse o seu sobrenome.
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O pai biológico da menina foi informado da decisão dos dois, mas, segundo Ediane, não quis opinar e também não se importou de Laura ser registrada pelo fotógrafo.
Depois de sair da maternidade, Ediane e a neném foram para a casa da mãe dela. A contabilista conta que achava que o namoro não ia continuar.
“Ele era insistente, ia na minha casa e me visitava sempre. Com 40 dias que a gente estava namorando, ele disse que estava rolando uma coisa estranha e que queria casar. Aí eu disse pra ele pensar direito, ele disse que era o que queria e eu aceitei”, relembra.
Em novembro, Lima estava em um apartamento maior, comprou móveis e recebeu Ediane e a filha. “E tudo isso, a gente tendo que se conhecer nesse período. Mas, eu não imaginava que a gente combinasse tanto. Os gostos são parecidos, chega a ser estranho, mas não imaginava que eu pudesse gostar tanto de uma pessoa como eu gosto dele”, se declara.
E não termina por aí, porque o fotógrafo tem planos para casar até o final desse ano. Ele conta que chegou a ficar temeroso em assumir um namoro e uma filha de uma vez só. Mas, o sentimento que sentiu por Ediane e Laurinha falou mais alto.
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A ligação de Laura e Lima é tão forte que, devido a toda história, muita gente acha que a pequena é filha biológica dele e também porque os dois se parecem fisicamente. Acreditam também que ele é pai da criança, mas não assumiu logo de início.
“Algumas pessoas dizem que a gente mentiu, porque realmente ela é a cara dele”, brinca Ediane.
Para os casais que encontram algum tipo de tabu ou estão adiando o dia de ficarem juntos, os dois deixam o recado de que é preciso arriscar. Lima vai além e diz que nos dias atuais não é nada clichê assumir um relacionamento sério.
“Às vezes, as pessoas ficam esperando a felicidade e ela está bem pertinho e a gente não se dá conta. Eu tinha outros planos pra mim, pensava em fazer outras coisas. Não queria saber de relacionamento, pelo meu passado que me machucou, mas consegui superar tudo isso de cabeça erguida. Veio o Assis e mudou tudo”, destaca a contabilista.
Já Lima diz que os dois se completam e que muitas vezes a felicidade depende de uma atitude para que seja verdade. “Onde você menos procura, a felicidade está lá”, finaliza.