Antônio do Nascimento, o Jacaré, conquistou duas medalhas de ouro e um bronze na Copa Norte e Nordeste de Ciclismo de Estrada, no último fim de semana, no Recife. Ele pedala há 30 anos
O principal nome do Acre na disputa da Copa Norte e Nordeste de Ciclismo de Estrada, disputada entre os dias 19 e 21 de agosto no Recife, capital de Pernambuco, foi o experiente Antônio do Nascimento, o Jacaré, 61 anos.
Ele, que é servidor público federal em Rio Branco, capital acreana, e há 30 anos pratica ciclismo, conquistou três medalhas em três provas na categoria Master D1: duas de ouro (prova de circuito e de resistência) e uma de bronze (prova contra-relógio).
– Sem dúvida ir representar o estado já é uma honra muito grande em nome do ciclismo acreano. Levamos uma delegação boa, com muitos jovens porque o jovem é a base de tudo para que o esporte só cresça. Eu corro na Master D, que é uma categoria mais alta onde a pontuação é menor. E pra mim é uma satisfação ter sido selecionado, ter me dedicado durante três meses me preparando pra que chegasse lá e desse meu melhor. Fui convocado pela experiência que tenho, pelo currículo que tenho de 26 medalhas – afirmou durante entrevista concedida ao programa Resenha Esportiva, da Rádio CBN Amazônia Rio Branco, na última terça-feira (23).
O ciclista falou sobre a experiência que tem no esporte e que ao longo dos anos buscou evoluir para alcançar um alto nível de competitividade. Ele iniciou no esporte no fim da década de 70, início de 80.
– Sempre me aprimorando e fui ganhando medalhas, conquistando títulos. Participei de Brasileiro, Sul-Americano, a famosa Henrique Archer Pinto, aqui no Amazonas, tenho três títulos. Corri em La Paz, Colômbia, e graças a Deus, ainda com a idade, estou conseguindo manter ativo. O ciclismo é difícil. Não é o esporte de primeira linha no país, a gente sabe que é o futebol, mas o ciclismo a gente tenta levantar e hoje no Acre está muito grande, muito desenvolvido. Tivemos vários atletas para serem selecionados e escolhemos os melhores porque lá é difícil. Pra mim é só gratidão e satisfação por ter conseguido esse feito – contou.
Antônio do Nascimento descreveu como é a rotina ade preparação para se manter em competição e buscar resultados expressivos tanto no cenário estadual quanto no nacional.
– Pedalo mais na parte da noite. Saio quatro e meia da manhã, muita gente não sabe, chego sete horas para ir pro trabalho. Pedalo a noite e nos finais de semana intensifico mais. Faço 100, cento e poucos quilômetros. Tem que treinar mais, treinar muito porque se for competir em nível nacional é um pouco mais difícil. É dedicação, levantar cedo e treinar – ressaltou.
Antônio do Nascimento (c) no Resenha Esportiva da Rádio CBN Amazônia Rio Branco — Foto: Divulgação/CBN Amazônia Rio Branco
A Copa Norte de Nordeste de Ciclismo de Estrada foi a primeira competição disputada por ele depois de uma pausa de dois anos na carreira por causa de uma lesão no joelho. Antônio chegou a pensar em desistir do esporte, mas contou com o apoio da Federação Acreana de Ciclismo e de parceiros para retornar ao pedal e competir em alto nível.
– Fui participar do Mountain Bike e tive uma lesão no joelho devido a um tombo. Tive que passar por uma cirurgia e me afastei por dois anos. Aí teve mais dois anos de pandemia. Com isso eu estava afastado e pensei até em desistir porque você vai se acomodando. Mas a Federação de Ciclismo fez o convite, tive apoio do governo e das empresas parceiras e fui pro treinamento com recursos doados pela entidade e voltei quase que em alto nível – destacou.
Além de Antônio do Nascimento, outros três ciclistas do Acre conquistaram medalhas no Recife, todos da nova geração: Endril Lima, ouro em prova de circuito (Júnior Masculino), Danilo Araújo Gomes, prata na prova contra-relógio (Infanto Juvenil Masculino), e Mauro Henrique Medeiros, o Maurinho, ouro na prova de resistência (Juvenil Masculino). O experiente ciclista exaltou a qualidade dos jovens que estão surgindo na modalidade no estado.
– Temos três jovens que são promessas do ciclismo, é só investir neles. Já surgiu uma luz porque a gente tem o apoio público. Através da Secretaria de Esporte e Educação conseguimos convênio firmado para participar da Copa Norte e Nordeste, que há anos não tinha – finalizou.
Seleção Acreana de Ciclismo foi formada por 17 atletas na Copa Norte Nordeste de Ciclismo de Estrada — Foto: FAC/Divulgação
O Acre foi representado por 17 atletas que formaram a Seleção Acreana na Copa Norte e Nordeste de Ciclismo de Estrada. Quatro deles conquistaram seis medalhas e fizeram o estado ter o melhor desempenho da história na competição, ficando na quinta colocação no quadro de medalhas e na oitava por pontos, com 199 pontos somados, entre as 16 delegações participantes.