Associação Nacional de Imprensa reivindica luta pela liberdade de expressão

Na Bolívia, a subjugação de terras produtivas, a destruição de florestas e riquezas naturais devido à extração mineral levaram à perseguição de líderes, jornalistas e à intimidação dos meios de comunicação.

As violações da liberdade de imprensa persistem na Bolívia. Foto: Assessoria

Em adesão ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1993, seguindo uma recomendação adotada pela Conferência Geral da UNESCO em 1991, a Associação Nacional de Imprensa (ANP) exige a Liberdade de Expressão como requisito para defender o meio ambiente, tema escolhido em 2024, para refletir sobre o trabalho jornalístico e as campanhas de desinformação.

Este ano, a UNESCO dedica a sua atenção à importância do jornalismo e da liberdade de expressão no contexto da atual crise ambiental global que se expressa nas alterações climáticas, na perda de biodiversidade e na poluição. Da mesma forma, manifesta a sua preocupação com informações falsas que distorcem a ciência. esforços para alertar sobre esses riscos.

Na Bolívia, a ANP, que representa os principais jornais, alerta que a invasão de terras produtivas, a destruição de florestas e riquezas naturais devido à extração descontrolada de minerais preciosos tem levado à perseguição de líderes sociais, a atos de violência contra jornalistas e intimidação contra a mídia.

A UNESCO considera que o trabalho, a coragem e a perseverança dos jornalistas na cobertura destas questões são cruciais porque trabalham na linha da frente da luta coletiva pela saúde do planeta. “Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, reconheçamos e celebremos o seu trabalho para nos ajudar a construir um futuro melhor”, afirma.

Liberdade de imprensa nas Américas

Na região das Américas, a incapacidade dos jornalistas de cobrirem histórias relacionadas com o crime organizado, a corrupção ou o ambiente, por medo de represálias, é um grande problema. A proporção de países numa situação “razoavelmente boa” (amarelo) cai drasticamente, de cerca de 36% em 2023 para 21% em 2024.

Uma das maiores potências económicas do mundo, os Estados Unidos, perde dez posições. Em quase todos os países da América do Sul, a situação da liberdade de imprensa é agora “problemática”. Esta deterioração é essencialmente explicada pela ascensão ao poder de predadores da liberdade de imprensa, como Javier Milei na Argentina, e pela incapacidade dos governos de pôr fim à violência contra jornalistas. O México continua a ser o país mais perigoso sem guerra para os repórteres: 37 jornalistas foram assassinados desde 2019.

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Marcus José