As três americanas que foram sequestradas e estupradas durante uma década por um homem em Cleveland (Ohio, norte dos Estados Unidos) divulgaram um vídeo, nesta terça-feira, no qual agradecem a todos que as ajudaram e respeitaram sua privacidade depois que elas recuperaram a liberdade.
“Obrigada a todos por suas orações. Espero ansiosa por minha nova vida”, afirmou Michelle Knight, de 32 anos, em um vídeo de três minutos disponibilizado no YouTube.
Ela também agradece a todos que doaram dinheiro para ajudá-las a reconstruir suas vidas.
“Talvez tenha vivido um calvário, mas sou suficientemente forte para caminhar pelo inferno com um sorriso no rosto, com a cabeça erguida e com os pés na terra”, acrescentou, com um sorriso.
“Quero começar uma nova vida”, assegurou.
“Cada dia me sinto mais forte e conservar minha privacidade tem me ajudado imensamente. Peço a todos que continuem respeitando nossa privacidade e nos deem tempo, para que tenhamos uma vida normal”, afirmou Amanda Berry, de 27 anos, a mulher que revelou o caso quando conseguiu escapar.
Gina DeJesus, que agora tem 23 anos, pareceu ser a mais tímida das três, já que se limitou a agradecer pelo apoio recebido.
Ela aparece no vídeo ao lado dos pais. O pai também agradece pelas doações recebidas e a mãe aconselha a quem tiver filhos desaparecidos a pedir ajuda aos vizinhos.
É a primeira vez que as mulheres falam em público desde que o caso foi revelado em maio, depois que Amanda Berry conseguiu escapar com a filha Jocelyn, de seis anos e nascida em cativeiro, depois de chamar a atenção de um vizinho ao colocar a mão por um espaço na porta.
A polícia encontrou depois as outras jovens dentro da casa. As três mulheres haviam
sido sequestradas em incidentes separados em 2002, 2003 e 2004.
Ariel Castro, um motorista de ônibus desempregado de 52 ano, acusado pela justiça americana de sequestro, maus-tratos, estupro e de provocar abortos nas três mulheres, se declarou em 12 de junho inocente de todas as acusações.
Castro poderá ser condenado à pena de morte por assassinato, já que provocou o aborto de uma de suas vítimas.
Na semana passada, um juiz determinou que Castro não poderá ter contato com a filha Jocelyn, nascida em cativeiro.
AFP