Estudantes denunciam infraestrutura precária, com laboratórios alagados e risco de incêndios.
Estudantes da primeira turma de Medicina da Universidade Amazónica de Pando (UAP), localizada em Puerto Evo Morales, na fronteira com Plácido de Castro (AC), ameaçam bloquear a ponte que liga o Brasil à Bolívia. As denúncias incluem precariedade estrutural, negligência e abusos no ambiente acadêmico.
De acordo com os alunos, os laboratórios frequentemente alagam, e cadeiras foram empilhadas para sustentar o teto em risco de desabar. Banheiros improvisados e falta de água potável agravam a situação. Recentemente, um incêndio causado por instalações elétricas precárias quase destruiu equipamentos, que foram salvos pelos próprios estudantes.
Desafios no acesso e cobranças extras
Além das condições internas, os alunos enfrentam dificuldades para chegar ao campus, especialmente em períodos chuvosos, quando o ramal de acesso se torna praticamente intransitável. Muitos dependem de colegas com caminhonetes para frequentar as aulas.
Os estudantes também relatam gastos adicionais com materiais de laboratório e eventos acadêmicos, sob promessas de pontos extras que nem sempre são cumpridas. Esses custos, somados à infraestrutura deficiente, afetam ainda mais aqueles com limitações financeiras.
Relatos de abusos e clima de medo
As denúncias apontam para um ambiente de abusos acadêmicos, incluindo a expulsão de alunos de sala por atitudes consideradas inadequadas, como bocejar. Relatos de crises de ansiedade e pânico são frequentes, mas, segundo os estudantes, a direção permanece omissa.
Um caso de abuso sexual também foi denunciado por uma aluna contra um professor, mas, até agora, nenhuma medida foi tomada pela universidade. Outra queixa envolve a suspensão arbitrária de uma prova após alguns alunos serem flagrados colando, anulando os exames de toda a turma.
Protesto por dignidade e justiça
Os alunos afirmam que buscam o mínimo de dignidade e segurança para seguir seus estudos. Eles acusam a UAP de negligenciar suas necessidades e interesses, priorizando ações que os prejudicam. A ameaça de fechamento da ponte Brasil-Bolívia é uma forma de chamar atenção das autoridades para os problemas enfrentados.
A universidade ainda não se manifestou sobre as denúncias.