A reportagem optou em não expor os nomes das empresas. “Isso é um escárnio”. Como pode aquele propagandeado como o maior e mais promissor investimento do Acre, diga-se de passagem com dinheiro do BNDS, não pagar dívidas tão ínfimas?”, questiona Maurício Hohenberger, para quem a Peixes da Amazônia, por uma série de problemas apresentados e a ausência de transparência, é uma “caixa preta”.
Maurício Hohenberger cita alguns “erros cruciais”, o que, segundo ele, contribuíram sobremaneira para inviabilizar o empreendimento. “Por que estamos beneficiando peixes dos Estados de Rondônia e Mato Grosso? Porque não temos produção local. Por que a fábrica de ração não produz ração? Porque o produto é composto basicamente por soja e milho, culturas que não produzimos no Acre”, critica o advogado, que ainda acrescentou: “Eu não acredito que o governo teve má intenção, porém é preciso ter humildade para analisar o que está acontecendo”.
Instalada em uma área de 63 hectares, no Km 32 da BR-364, na zona rural do município de Senador Guiomard, a Peixes da Amazônia S.A, uma empresa de economia mista, começou a ser construída em 2011. É formada por um laboratório de alevinos, fábrica de ração e frigorífico.
O complexo possui investimentos de R$ 132 milhões em uma parceria público/privada. Foi concebido de forma que contemplasse pequenos e grandes produtores. Uma central das cooperativas, que conta com 3.500 produtores associados, é uma das acionistas ao lado de outros 15 grandes empresários, além do governo estadual, que detêm 25% das ações.
O outro lado
A reportagem foi informada de que o administrador, Fábio Vaz Lima, costuma dá expediente pela manhã na Agência de Negócios do Acre (Anac), que funciona no centro da cidade. Não o encontramos no prédio.
Pelo WhatsApp, número 999xx-10xx, nos identificamos e informamos do assunto que seria tratado. Lima pediu para remetermos os processos por e-mail, pois, segundo ele, uma matéria similar já havido sido publicada há cerca de dois meses.
Após analisar as execuções, o administrador confirmou as dívidas e disse que tem compromissos a pagar e também a receber, normalmente ou judicialmente. “Em todas as fases sempre existe negociações, mesmo em execução, especialmente valores pequenos”, justificou Fábio Lima, garantindo vai acompanhar o andamento das execuções com um escritório jurídico.