Brasil

Advogado de ex-presidente interina da Bolívia Jeanine Áñez denuncia “julgamento expresso” e alega perseguição política

Defesa da ex-presidente boliviana afirma que processo foi acelerado em menos de 48 horas com mesmo corpo de juízes, violando devido processo legal

A ex-mandatária (2019-2020) responde por supostas “resoluções contrárias à Constituição e às leis” relacionadas à nomeação de Karina Rodríguez como gerente geral da EBA em 6 de maio de 2020. Foto: cedida 

O advogado Luis Guillén, representante legal da ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, denunciou nesta sexta-feira (4) que sua cliente está sendo submetida a um “julgamento expresso” no caso relacionado à Empresa de Bases Aéreas (EBA). Segundo a defesa, o objetivo seria enviar uma mensagem de perseguição à oposição política no país.

Guillén expressou indignação com a celeridade do processo, destacando que o julgamento foi iniciado em menos de 48 horas e que os mesmos juízes e promotores que participaram de etapas anteriores se deslocaram até o Centro de Detenção Feminina de Miraflores, em La Paz, para emitir uma sentença ainda nesta sexta-feira. O advogado classificou o procedimento como violação flagrante do devido processo legal.

Acusações contra Áñez:

A ex-mandatária (2019-2020) responde por supostas “resoluções contrárias à Constituição e às leis” relacionadas à nomeação de Karina Rodríguez como gerente geral da EBA em 6 de maio de 2020. O Ministério Público sustenta que a designação teria sido irregular.

Contexto político:
  • Este é o terceiro processo judicial contra Áñez desde sua prisão em março de 2021
  • A defesa alega que os casos têm motivação política, já que a ex-presidente é crítica do governo do MAS
  • Organizações internacionais já manifestaram preocupação com as condições do julgamento
Repercussão:

O caso reacende o debate sobre a independência judicial na Bolívia, enquanto analistas apontam que a sentença pode ser divulgada às vésperas das eleições regionais de 2024. A defesa anunciou que recorrerá a instâncias internacionais caso considere a decisão injusta.

Próximos passos:

A expectativa é que o tribunal emita sua decisão ainda nesta sexta-feira. A ex-presidente, que já cumpre pena de 10 anos no caso “Golpe de Estado I”, enfrenta possível nova condenação que poderia estender seu tempo de prisão.

Organizações de direitos humanos monitoram o caso, que ocorre em meio a crescentes tensões políticas no país. A comunidade internacional aguarda o desfecho, que pode impactar as relações da Bolívia com organismos multilaterais.

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Publicado por
Marcus José