Adailton Cruz critica Projeto de Lei sobre aborto e baixa cobertura vacinal

Durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Acre nesta terça-feira (18), o deputado Adailton Cruz (PSB) destacou uma série de questões prementes que impactam diretamente a população acreana. Em seu discurso, o parlamentar abordou três temas: a criminalização do aborto a partir da 22ª semana de gestação, a baixa cobertura vacinal no estado e a necessidade de valorização dos profissionais de saúde.

Criminalização do aborto

O deputado expressou sua preocupação com o Projeto de Lei 1904-2024, que visa criminalizar o aborto após cinco meses e meio de gestação. Ele criticou o regime de urgência adotado pela Câmara Federal, que permite a votação do projeto sem passar pelas comissões, e destacou a necessidade de um debate público mais amplo e exaustivo.

“Eu sou contra o aborto, mas também sou contra privar os menos favorecidos de direitos, especialmente em casos de estupro,” afirmou. Cruz enfatizou a ausência de serviços de aborto terapêutico no estado, tornando a proposta ainda mais prejudicial para mulheres em situações vulneráveis.

Baixa cobertura vacinal

Adailton Cruz também chamou a atenção para os preocupantes índices de cobertura vacinal no Acre. Segundo ele, a taxa de vacinação contra a gripe no estado não ultrapassou 40% em 2023, e no primeiro semestre de 2024, apenas 14% da população foi vacinada.

Ele destacou que essas baixas taxas contribuem para a lotação das UTIs devido à síndrome respiratória. “Estamos caminhando para condições temerárias de saúde pública, comparáveis a países sem um sistema sanitário efetivo,” alertou. O parlamentar instou as autoridades a utilizarem melhor os espaços publicitários, como o intervalo do programa Fantástico, para campanhas de conscientização sobre a importância da vacinação.

 Valorização dos profissionais de saúde

Por fim, o deputado ressaltou a necessidade urgente de implementar a emenda à Lei Orçamentária de 2024, que reservou R$ 30 milhões para dobrar as verbas indenizatórias dos profissionais de saúde do estado. Ele criticou a demora na utilização desses fundos, que visam aumentar os pagamentos de 400 para 800 reais.

“Aproveito para fazer um alerta para um movimento crescente entre os profissionais de saúde, que estão planejando ações mais radicais, incluindo um possível estado de greve a partir do final de julho, caso suas demandas não sejam atendidas”, finalizou.

Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac

Foto: Ismael Medeiros

Fonte: Assembleia Legislativa do AC

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Publicado por
A Gazeta