Acre
Acreanos se arriscam para voltar do Peru após deslizamentos
Jovens contam que tiveram de atravessar um desfiladeiro no país vizinho.
‘Ficou todo mundo à mercê da própria sorte’, relata estudante.
Após dias isolados em função de deslizamentos de terra na estrada Interoceânica, no Peru, dois estudantes chegaram a Rio Branco, capital do Acre, neste sábado (4) e contaram que tiveram de arriscar a vida para retornar ao estado. “Ficou todo mundo à mercê da própria sorte”, conta o estudante de medicina veterinária Diego Vítor.
Acreanos que ficaram ‘presos’ no país vizinho haviam viajado para passar o réveillon no Peru. Uma série de desmoronamentos nas estradas que ligam o país ao Brasil, no entanto, estragou os planos de uma viagem tranquila. Na quinta-feira (2), o filho da vereadora de Rio Branco Eliane Sinhasique (PMDB-AC) publicou no perfil dela no Facebook a informação de que eles estavam isolados.
O estudante Diego Vitor relata que só ficou sabendo do desmoronamento na região quando o ônibus chegou ao desfiladeiro. “Quando perguntamos ao motorista, ele afirmou que já sabia. A estrada tinha desmoronado na quarta-feira (1º) e nós viajamos na sexta-feira (3). Então fazia dois dias que o obstáculo estava ali”, reclama.
O estudante conta que precisou atravessar a pé a estrada desmoronada. No momento da travessia, relata, várias pedras começaram a cair. “O motorista falou que deveríamos atravessar o desfiladeiro, que um outro ônibus iria nos pegar às 10h. Era de madrugada, então esperamos amanhecer. Eu e três amigos tentamos passar, mas começaram a cair muitas pedras. Os meus amigos voltaram, mas eu já estava no meio do caminho e, com a ajuda de um peruano, continuei”, lembra.
Porém, do outro lado da estrada, não havia nenhum ônibus. Os documentos e o dinheiro de Diego Vitor ficaram com um amigo, que não conseguiu fazer a travessia. Com apenas 50 soles (moeda peruana), o rapaz pagou por um transporte ilegal até a cidade de Mazuco.

Acreanos encontram caminhos alternativos para a travessia (Foto: Luiz Eduardo Guedes/Arquivo pessoal)
“Peguei um táxi. Um peruano ficou com pena da minha situação e cobrou bem menos pela ida até Puerto Maldonado. Lá, fui reclamar com a empresa de ônibus e pedir um reembolso, que eles não deram. Estava revoltado, poderia ter morrido, arrisquei a minha vida. Eles foram muito grossos e inventaram uma história. Por fim, consegui entrar em um ônibus para Rio Branco”, conta.
A mesma situação aconteceu com o estudante de engenharia agronômica Kristoffer Augusto Lima. Ele ficou sabendo do desmoronamento ainda em Cusco. “Encontramos uns brasileiros que contaram que a pista estava desmoronada e que a única forma de voltar era por Puno. Mas, ao chegar lá, encontramos outro desmoronamento e ficamos isolados”, afirma.
A informação que o estudante recebeu é que tinha que atravessar a pé pela estrada desmoronada para pegar outra condução do outro lado. O estudante lembra que ficou apavorado durante a travessia. “Ficamos apavorados, tinha uma árvore caindo em nossa direção e não tinha mais estrada, só barranco. Não sabíamos o que fazer, atravessamos praticamente correndo”, diz.
Ao chegar a Puerto Maldonado, ele afirma que as dificuldades não acabaram. O ônibus que os levaria para Rio Branco já havia partido. “Tivemos que fazer o ônibus voltar, porque ele tinha saído meio dia e nós só chegamos às 14h. Quase não pegamos a fronteira aberta”, conta.
O G1 tentou entrar em contato em Rio Branco neste sábado (4) com empresa de ônibus Movil Tours, responsável pelo transporte dos estudantes. Os números de contato, porém, encontravam-se desligados.
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Acre
Rio Acre segue em vazante e atinge 1,60 metro em Rio Branco

Foto: Jardy Lopes
O nível do Rio Acre segue em queda e atingiu a marca de 1,60 metro na manhã desta quarta-feira, 23, em Rio Branco. Os dados são do boletim diário da Defesa Civil Municipal.
Desde o último domingo, 20, o Rio Acre já sofreu uma redução acumulada de 4 centímetros do volume de água.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, o rio se mantém em tendência de vazante, sem registro de chuvas nas últimas 24 horas.
A estiagem, que já afeta grande parte do estado, tem provocado o avanço da seca e preocupa autoridades quanto ao abastecimento de água e à navegação em regiões ribeirinhas.
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MPAC recomenda desobstrução de rua em frente ao Centro Pop

Foto: David Medeiros
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Promotoria de Justiça Especializada de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, emitiu a Recomendação nº 12/2025, com o objetivo de garantir o direito à cidade e a dignidade da população em situação de rua, além de preservar a função social da propriedade.
A recomendação, assinada pelo promotor de Justiça Thalles Ferreira Costa, tem como base a Constituição Federal, o Código de Processo Civil, normas do Conselho Nacional do Ministério Público e legislações específicas sobre direitos humanos, cidadania e função social da propriedade.
Intervenções solicitadas
O documento foi encaminhado à Secretaria de Estado de Obras Públicas e à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana de Rio Branco, recomendando que, no prazo de 40 dias, sejam adotadas providências para:
Desobstruir a Rua do Bola Preta, em frente ao novo Centro Pop, onde foi construído um muro que estaria dificultando o acesso a duas praças públicas;
Dar destinação final ao terreno baldio localizado no cruzamento da Rua do Bola Preta com a Rua Tomé de Souza, no bairro Castelo Branco (nas proximidades do antigo prédio do BOPE/COE), considerando que o espaço não cumpre sua função social e estaria supostamente invadido.
Segundo o promotor, não há possibilidade legal de usucapião de bens públicos, e a apropriação irregular de áreas públicas compromete o direito coletivo à cidade, ao lazer e à circulação.
Garantia de direitos e possíveis sanções
A iniciativa do MPAC visa prevenir violações de direitos humanos, especialmente das pessoas em situação de vulnerabilidade, evitando judicializações futuras. Caso as recomendações não sejam atendidas dentro do prazo, o Ministério Público poderá ajuizar Ação Civil Pública para responsabilização dos entes competentes.
A Recomendação nº 12/2025 foi registrada no Procedimento Administrativo nº 09.2025.00000116-0, e publicada oficialmente no Diário do Ministério Público do Estado do Acre na terça-feira, 22.
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Prefeitura de Rio Branco vai elaborar Plano de Segurança Pública

Foto: Jardy Lopes/Ac24horas
A Prefeitura de Rio Branco deu início à construção do primeiro Plano Municipal de Segurança Pública e Defesa Social. A medida foi oficializada por meio do Decreto nº 2.401, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) nesta quarta-feira, 24, e tem como objetivo criar diretrizes e ações específicas para a prevenção da violência e promoção da segurança na capital acreana.
O plano seguirá metodologia orientada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, e será conduzida pelo Gabinete Militar Municipal, em parceria com instituições que integram o Sistema Integrado de Segurança Pública e outras convidadas. A elaboração prevê etapas detalhadas que incluem diagnóstico da situação atual, coleta e análise de dados, escuta da população e avaliação de políticas públicas já implementadas.
De acordo com o decreto, o processo terá início em 1º de agosto de 2025 e se estenderá até fevereiro de 2026. Ao longo desse período, o município irá realizar levantamento de dados sobre crimes, perfis de vítimas e autores, fatores sociais e ambientais relacionados à violência, além de identificar padrões e causas estruturais dos principais problemas enfrentados. Parte essencial do processo será a consulta à sociedade, por meio de reuniões nas dez regionais de Rio Branco, encontros com representantes de classe, organizações civis e lideranças comunitárias, além de uma consulta pública online aberta à população.
A proposta é garantir que o plano reflita a realidade do município e seja construído de forma participativa, com base em evidências concretas. Ao final, o documento trará diretrizes estratégicas e metas para fortalecer a atuação das forças de segurança e ampliar as políticas de prevenção à violência.
As ações desenvolvidas durante a elaboração do plano deverão ser documentadas por meio de atas, registros fotográficos e relatórios, assegurando transparência em todas as etapas. O decreto também estabelece que o cronograma poderá ser ajustado, caso haja necessidade técnica justificada.
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