O cantor e compositor Sérgio Souto, autor da música “Falsa Alegria”, vencedora do Festival Rodada Brahma de Música Popular no ano de 1980, e que explodiu em todo o Brasil, lançou em sua página do Facebook neste fim de semana mais uma de suas composições, onde jura que o Acre existe e afirma que o estado não tem governador.
“Tem tanta coisa bonita que às vezes me confundo, sem exagero nenhum, diria que é outro mundo, tem uma terra produtiva, o que falta é consciência, acho que chegou a hora de trocar sua gerência”, diz um dos trechos da composição, que é bem parecida com um repente.
Artistas consagrados como Elba Ramalho, Nelson Gonsalves e muitos outros gravaram as músicas do acreano Sérgio Souto, que nasceu em Sena Madureira e aos 15 anos de idade mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Veja a última pérola do artista acreano.
EU JURO QUE EXISTE
Sergio Souto
O Acre existe e é lindo
Com seus rios e igarapés
O canto do uirapuru
E a medicina dos pajés.
Tem a dança da Marujada
Tem muita “muié bunita”
Tem gente alegre e feliz
Também tem gente aflita.
Tem gente séria e capaz
Mas tambem tem os lacaios
Tem os que fingem que são
Moram num tubo de ensaio.
Tem poetas, cantadores
Tem nativos, seringueiros
Músicos e compositores
Nesse torrão Brasileiro.
Tem água preta e barrenta
Tem frutas em abundância
Tem o peixe que alimenta
Desde o tempo de infância.
Tem uma história de luta
Tem um hino fascinante
Teria um grande futuro
Se tivesse um comandante.
Esse Acre de meu Deus
Que Deus não deixe de olhar
Está sendo subtraído
Mas ninguem pode gritar.
Tem o sangue nordestino
Misturado com o mineiro
Tem o vôo do Japiim
Tem farinha de Cruzeiro.
Tem tanta coisa bonita
Que às vezes me confundo
Sem exagero nenhum
Diria que é outro mundo.
Tem uma terra produtiva
O que falta é consciência
Acho que chegou a hora
De trocar sua gerência.
Tem o Daime e sua luz
Espalhando seu amor
Tem o tacacá da tarde
SÓ NÃO TEM GOVERNADOR…
O começo (Wikipédia)
Mudou-se aos quinze anos de idade com a família para o Rio de Janeiro, em busca de melhores oportunidades. Trouxe consigo na memória sons da sua Amazônia natal.
Trabalhou como fotógrafo, gráfico e vendedor até conseguir lançar seu primeiro sucesso como cantor, a música “Falsa Alegria”, vencedora do Festival Rodada Brahma de Música Popular e gravada em LP independente no ano de 1980. No ambiente dos festivais de música popular brasileira, frequentes na década de 70 e 80, conheceu Amaral Maia, compositor e letrista carioca, com quem iniciou sólida parceria e amizade desde então.
Participou de quase todos os grandes festivais de música do país: Rodada Brahma de Música Popular Brasileira; Festival 79 da TV TUPI, em São Paulo; Festival dos Festivais da TV GLOBO; Festival Rímula de Música do SBT, em São Paulo; Festival O Som das Águas da TV Manchete, em Lambari, MG e outros.
O reconhecimento popular
Com um repertório que passa pela toada, samba, fado e música regional, as composições de Sergio Souto se enriqueceram com parceiros como Aldir Blanc (Circo Brasil) e Paulo César Pinheiro (Diamante) ao longo da década de 80 e seguintes.
A sofisticação e variedade dos arranjos de seus LPs ganharam o talento de mestres de nossa música como Jota Moraes e Gilson Peranzzetta.
Se apresentou pelos principais palcos do Brasil, tais como Maracanãzinho, Anhembi, Olímpia, Teatro Amazonas, Teatro da Paz, Teatro Castro Alves, Teatro Carlos Gomes, Teatro Plácido de Castro, Dragão do Mar e outros tantos.
Parcerias e projetos atuais
Sergio se define como um compositor urbano, pelo fato de viver há quase 50 anos no Rio de Janeiro. A influência amazônica, contudo, é permanente na sua obra. Permanece em turnê durante boa parte do ano, entre os Estados do Rio, Espírito Santo (onde tem parceiros fixos e banda) e seu Acre natal. Eventualmente, é convidado de festivais de música popular e folclórica por toda a América Latina.
Sergio tem sido gravado como compositor por diversos intérpretes da MPB, como Nelson Gonçalves, Fagner, Jorge Vercilo, Jessé e Elba Ramalho. Com o cantor Jorge Vercilo e o poeta gaúcho Sérgio Napp, tem duas de suas mais bem-sucedidas parcerias modernas.
Maiores sucessos
Falsa Alegria (com Amaral Maia)
Lembrando você ( Sérgio Souto/Moacir Luz)
Minha Aldeia (com Amaral Maia)
Navegante (com Jota Maranhão)
Circo Brasil (com Aldir Blanc)
Diamante (com Paulo César Pinheiro)
Correnteza (com Daphnis Souto)
Meu Lamento (com Sergio Napp)