Cotidiano

Acre teve maior queda no número de nascimentos do Brasil em 2024, aponta IBGE

Estado registrou redução de 8,7% em relação a 2023; média nacional foi de 5,8%. Dados também mostram que Norte tem maior atraso no registro de crianças após o parto

A acentuada redução de nascimentos no Acre acompanha tendência nacional de declínio da fecundidade, mas em ritmo mais acelerado. Foto: captada 

O Acre teve a maior queda no número de nascimentos entre todos os estados brasileiros em 2024, segundo dados das Estatísticas do Registro Civil divulgadas pelo IBGE. O estado registrou 8,7% menos nascimentos em relação a 2023, percentual superior à média nacional, que foi de 5,8%.

Na mesma tendência de redução acentuada aparecem Rondônia (-8,6%) e Piauí (-8,2%). Já as menores quedas foram registradas na Paraíba (-1,9%), Alagoas (-2,4%) e Goiás (-3,0%).

Os dados também revelam disparidades regionais no prazo de registro dos nascimentos. Enquanto no Sul do país apenas 3,5% dos registros são feitos após 15 dias do parto, no Norte essa proporção sobe para 25,1%. Em todo o Brasil, 88,5% dos nascimentos são registrados em até 15 dias e 98,9% em até 90 dias.

Ainda de acordo com o levantamento, 11 municípios tiveram mais de 20% dos registros realizados após 90 dias do nascimento – sete deles estão na Região Norte, três no Piauí e um em Minas Gerais. Os números refletem desafios de acesso a serviços cartoriais e de saúde, especialmente em localidades mais isoladas.

Ranking nacional de redução
  • Acre: -8,7% (maior queda)
  • Rondônia: -8,6%
  • Piauí: -8,2%
  • Média Brasil: -5,8%
Estados com menores quedas
  • Paraíba: -1,9%
  • Alagoas: -2,4%
  • Goiás: -3,0%

O Acre registrou a maior queda no número de nascimentos entre todos os estados brasileiros em 2024, com redução de 8,7% em relação a 2023, segundo as Estatísticas do Registro Civil divulgadas pelo IBGE. Foto: captada 

Proporção de mães com até 24 anos cai de mais da metade (51,7%) para pouco mais de um terço (34,6%) em duas décadas

Cerca de 34,6% dos nascimentos eram de mães com até 24 anos em 2024, uma redução considerável em comparação a 2004, quando mais da metade (51,7%) dos nascimentos eram de mães nessa faixa etária. Na Região Centro-Oeste houve a principal queda neste indicador, de 55,1% para 35,1% no mesmo período, enquanto Sul (29,9%) e Sudeste (30,7%) apresentaram valores mais baixos em 2024.

Houve diminuição também do número de registros de nascimentos gerados por mães adolescentes com até 19 anos, variando de 20,8% em 2004 para 11,3% em 2024. Mesmo assim, foram 267.446 nascimentos concebidos por mães com até 19 anos no país, considerando que a maternidade entre mulheres jovens pode ser um fator que dificulta sua permanência na educação formal.

Em 2024, 2.370.945 registros de nascimentos ocorridos no ano foram de filhos de mães que residiam no Brasil, sem considerar aquelas que moram no estrangeiro ou cuja residência é ignorada. Desse total, 0,9% (22.290) eram filhos de mães que nasceram em país estrangeiro e residiam no Brasil. Venezuela (32,4%), Bolívia (18,8%) e Paraguai (9,9%) foram os países de nacionalidade dessas mães estrangeiras, que residiam no Brasil, com maior participação percentual.

A acentuada redução de nascimentos no Acre acompanha tendência nacional de declínio da fecundidade, mas em ritmo mais acelerado. Fatores como urbanização, maior acesso a métodos contraceptivos, inserção feminina no mercado de trabalho e mudanças nas aspirações familiares podem explicar o fenômeno no estado.

Dados do IBGE mostram que estado teve maior redução entre todas unidades federativas; Rondônia e Piauí também apresentam quedas acentuadas acima da média nacional. Foto: captada 

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Publicado por
Marcus José