Por Iryá Rodrigues
O Acre registrou mais de 1,3 mil casos de sífilis entre os meses de janeiro e novembro de 2020. O número é 41% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados mais de 2,2 mil casos da doença.
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Uma das razões para a queda expressiva no número de casos, segundo a responsável técnica pela vigilância da sífilis no estado, Cheila Maria Leão, está relacionada às subnotificações por conta da pandemia de Covid-19.
O levantamento aponta que o Acre registrou um total de 886 casos de sífilis adquirida nos primeiros 11 meses deste ano. No mesmo período em 2019 foram 1.624 casos, o que representa um percentual de redução de 45,4%. O total de casos desse tipo de sífilis no ano de 2019 foi de 1.758 casos.
Com relação à sífilis em gestantes, entre os meses de janeiro e novembro de 2019 foram notificados 541 casos. Já no mesmo período este ano foram 386 casos notificados, representando uma redução de 28,6%.
Sobre as notificações de sífilis congênita foram notificados nos primeiros 11 meses de 2020 um total de 57 casos. Em 2019, o número de notificações chegou a 84 no mesmo período, o que significa também uma redução de 32% nos casos. Conforme a Saúde, essa redução no caso da sífilis congênita é esperada, devido à intensificação das ações de combate à doença.
“A subnotificação que a gente entende que está acontecendo este ano é com relação à sífilis adquirida, porque é um tipo de agravo que afeta homens e mulheres não grávidas. Então, existe um pouco mais de dificuldade com esse público para poder trazer para fazer teste e tratamento. Já com relação à sífilis congênita e em gestantes, a gente vem trabalhando com os profissionais de saúde os protocolos clínicos atualizados e agora estamos tendo esse resultado”, afirmou Cheila.
A responsável técnica afirmou ainda que em Rio Branco existe uma unidade de referência para atendimento e acompanhamento de crianças que nascem com sífilis até completarem um ano e oito meses de vida. Ela falou ainda sobre as ações desenvolvidas pelo estado para tentar reduzir ainda mais esses números.
“O estado realiza distribuição das medicações para tratamento das sífilis, além de treinamento em testagem rápida para os profissionais de saúde e capacitações e assessoria aos profissionais do interior. A ideia é manter esses profissionais atualizados com relação aos protocolos, de forma que venha reduzir o número de casos, principalmente a congênita que é transmitida de forma vertical.”