O levantamento reforça tanto a força da cultura como segmento econômico nacional quanto os desafios enfrentados por estados com menor estrutura produtiva, como o Acre. Foto: captada
Enquanto o Brasil fechou 2024 com 5,9 milhões de pessoas empregadas no setor cultural – o maior número da série histórica –, o Acre voltou a figurar entre os piores desempenhos do país, com a menor participação da cultura no mercado de trabalho: apenas 2,7% dos ocupados. Os dados são do Sistema de Informações e Indicadores Culturais (2013–2024) do IBGE, divulgados nesta sexta-feira (12).
Em nível nacional, a cultura representa 5,8% dos empregos, mantendo o patamar recorde de 2023. No entanto, a desigualdade regional é acentuada: São Paulo (7,6%), Rio de Janeiro (7%) e Ceará (7%) lideram o ranking, enquanto Acre (2,7%), Amapá (2,8%) e Rondônia (2%) aparecem na última colocação.
A pesquisa também revela que 43% dos profissionais da cultura trabalham por conta própria, proporção bem superior à média geral da economia (25,2%). Além disso, o rendimento médio no setor caiu 2% em 2024, para R$ 3.266, enquanto a renda geral da economia subiu 3,5%.
A desigualdade de gênero também é maior na cultura: mulheres recebem, em média, R$ 2.560, enquanto homens ganham R$ 3.898 – diferença de 34%, superior aos 22% registrados na economia como um todo.
Os números reforçam os desafios do setor cultural no Acre, onde a baixa participação reflete a necessidade de políticas de fomento, formalização e incentivo para que a atividade cultural gere mais emprego e renda no estado.