Um levantamento da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) apontou que 94% da população acreana depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) – o segundo maior percentual do país, atrás apenas de Roraima (95%). Os dados, vinculados ao Ministério da Saúde, destacam a desigualdade no acesso à saúde privada entre os estados: enquanto São Paulo registra apenas 59% de dependentes do SUS, a média nacional chega a 84% (180 milhões de brasileiros).
Criado pela Constituição de 1988 e regulamentado em 1990, o SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. No Acre, assim como em outros estados do Norte e Nordeste, a quase totalidade da população recorre ao sistema para atendimentos que vão desde vacinação e pré-natal até procedimentos complexos como transplantes, tratamentos de câncer e HIV.
O projeto Brasil em Mapas, que sintetizou os dados da ANS, ressaltou o contraste com o cenário pré-SUS: “Até a década de 1980, brasileiros sem carteira assinada não tinham acesso a hospitais públicos. Muitos dependiam de instituições filantrópicas ou morriam sem atendimento, inclusive em partos domiciliares”.
Os números refletem as disparidades econômicas entre os estados. Enquanto no Acre e em Roraima a adesão a planos de saúde é mínima, em São Paulo e no Distrito Federal (62%) quase 40% da população tem acesso à saúde suplementar. Especialistas alertam que a alta dependência do SUS em regiões mais pobres exige investimentos contínuos para garantir qualidade no atendimento.
A ANS deve divulgar em breve um detalhamento sobre a cobertura de planos de saúde por faixa de renda, ampliando o debate sobre equidade no acesso à saúde no país.
O SUS oferta desde atendimentos básicos, como vacinas e exames de pré-natal, até procedimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos, tratamentos de HIV e câncer, entre outros.
“Na década de 1980 para trás, o brasileiro não podia usar um hospital público se não tivesse trabalhando com uma carteira assinada. O país era totalmente carente e a maioria da população desempregada era socorrida em hospitais filantrópicos. Muitos morriam ou nasciam mortos em casa”, informou o projeto Brasil em Mapas, que sintetizou as informações da ANS.
Em todo o Brasil, o percentual de usuários chega a 84% da população (ou 180 milhões de pessoas). Foto: captada
Fonte: ANS/MS