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Acre tem 7 deputados a favor da ‘PEC da Blindagem’ no Congresso

Socorro Neri (PP) foi a única a votar contra a proposta que amplia proteção judicial a parlamentares; texto ainda precisa passar pelo Senado

Eixo principal da proposta é a volta da exigência do aval do Legislativo para a abertura de processos criminais contra deputados e senadores. Foto: captada 

Dos oito deputados federais do Acre, sete votaram a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) conhecida como “Blindagem” nos dois turnos de votação realizados na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (16). A única representante acreana a votar contra foi Socorro Neri (PP).

A proposta, que altera regras sobre foro privilegiado, medidas cautelares e abertura de processos contra parlamentares, foi aprovada com ampla margem: 353 votos a favor no primeiro turno e 344 no segundo.

A PEC, defendida principalmente por integrantes do Centrão, promove mudanças significativas na proteção judicial de deputados, senadores e presidentes de partidos. Antes de seguir para o Senado, os deputados ainda precisam votar dois destaques ao texto. No entanto, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), adiantou que a proposta não deve ser aprovada pela comissão – etapa obrigatória para que a PEC possa virar lei.

Deputada Socorro Neri (PP) foi a única representante do Acre a votar contra. Foto: captada 

O que é a PEC da Blindagem?

A proposta permite que deputados e senadores decidam, em votação secreta, se colegas podem ser presos por ordem judicial.

Parlamentares que apoiam a PEC dizem que ela retoma regras da Constituição de 1988. No entanto, o texto inclui novas proteções, como a votação secreta para autorizar prisões.

A PEC determina que apenas o Supremo Tribunal Federal (STF) pode aplicar medidas cautelares contra parlamentares. O STF terá que pedir autorização à Câmara ou ao Senado antes de processar um parlamentar.

A autorização para processar um parlamentar será feita por votação secreta, com maioria absoluta, em até 90 dias após o pedido.

Se um parlamentar for preso em flagrante por crime inafiançável, os autos devem ser enviados à Câmara ou ao Senado em até 24 horas. Os parlamentares decidirão, em votação secreta, se autorizam ou não a prisão e o processo.

Foro privilegiado

A PEC também amplia o foro privilegiado a presidentes de partidos com representação no Congresso Nacional. Assim, eles serão processados e julgados, nas infrações penais comuns, originariamente no STF, junto de presidentes e vice-presidentes da República, integrantes do Congresso, ministros do Supremo e do procurador-geral da República,

O instrumento constitucional do foro privilegiado faz com que algumas autoridades, por conta do cargo público que ocupam, tenham o direito de serem julgadas por crimes comuns ou de responsabilidade em tribunais ou em Casas Legislativas.

Como votaram os deputados do Acre?
1º turno
  • Antônia Lúcia (Republicanos): a favor;
  • Coronel Ulysses (União Brasil): a favor;
  • Eduardo Velloso (União Brasil): a favor;
  • Meire Serafim (União Brasil): a favor;
  • Roberto Duarte (Republicanos): a favor;
  • Socorro Neri (PP): contra;
  • Ze Adriano (PP): a favor;
  • Zezinho Barbary (PP): a favor.
2º turno
  • Antônia Lúcia (Republicanos): a favor;
  • Coronel Ulysses (União Brasil): a favor;
  • Eduardo Velloso (União Brasil): a favor;
  • Meire Serafim (União Brasil): a favor;
  • Roberto Duarte (Republicanos): a favor;
  • Socorro Neri (PP): contra;
  • Zé Adriano (PP): a favor;
  • Zezinho Barbary (PP): a favor

A proposta é defendida por parlamentares de diferentes espectros na Casa, em especial os do Centrão. Foto: captada 

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Publicado por
Marcus José