Até o momento, foram notificados 232 casos de zika vírus no Acre apenas nas 12 primeiras semanas epidemiológicas do ano. Foto: cedida
O Acre ocupa o preocupante segundo lugar no ranking nacional de zika vírus, com taxa de 14,5 casos a cada 100 mil habitantes – quase o dobro da média nacional. Os dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizados até 21 de abril, mostram um crescimento alarmante de 70,67% nas notificações em relação a 2024.
Até o momento, foram notificados 232 casos de zika vírus no Acre apenas nas 12 primeiras semanas epidemiológicas do ano. Não houve registro de óbitos relacionados à doença.
O perfil dos casos mostra predominância entre mulheres (59%), especialmente na faixa etária de 20 a 29 anos. Outro dado relevante é que 87,5% dos infectados são pessoas pardas, segundo as notificações registradas.
Enquanto o Mato Grosso lidera com 29,8 casos/100 mil hab., o Acre supera estados endêmicos como Bahia e Rio de Janeiro. Especialistas atribuem o crescimento a:
Condições climáticas favoráveis ao Aedes aegypti
Baixa cobertura de saneamento básico em áreas periféricas
Redução nas ações de controle vetorial pós-pandemia
“A concentração em mulheres em idade fértil é especialmente preocupante devido ao risco de microcefalia em gestantes”, alerta a infectologista Dra. Ana Beatriz Cruz. A Secretaria Estadual de Saúde informou que intensificará as ações de combate aos focos do mosquito nas próximas semanas.
Embora muitas infecções sejam assintomáticas ou apresentem apenas sintomas leves, o vírus ganhou notoriedade global após sua associação a complicações neurológicas graves, como a microcefalia congênita. Foto: cedida
O zika é uma arbovirose causada pelo vírus ZIKV (Zika Vírus), pertencente à mesma família dos vírus da dengue e chikungunya. Foi identificado pela primeira vez em 1947, em macacos da floresta Zika, em Uganda, e isolado em humanos pela primeira vez em 1953, na Nigéria.
Embora muitas infecções sejam assintomáticas ou apresentem apenas sintomas leves, o vírus ganhou notoriedade global após sua associação a complicações neurológicas graves, como a microcefalia congênita e a síndrome de Guillain-Barré (SGB), documentadas em surtos no Brasil e na Polinésia Francesa.
Mais da metade dos infectados podem apresentar sintomas, que geralmente se manifestam de 2 a 7 dias após a infecção. Os sinais clínicos mais comuns incluem:
Apesar de normalmente apresentar um curso leve e autolimitado, o zika vírus exige atenção especial em mulheres grávidas, devido ao risco de transmissão vertical e possíveis malformações fetais.
As autoridades de saúde reforçam a importância de medidas preventivas, como o controle de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes, e o acompanhamento de gestantes, para evitar novas complicações associadas à doença.