Um relatório do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado em janeiro de 2024, expõe os desafios no combate ao desmatamento ilegal no Acre. Foto: internet
Um relatório do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado em janeiro de 2024, expõe os desafios no combate ao desmatamento ilegal no Acre, tramitavam 22 processos referentes a desmatamentos na Amazônia acreana. Um deles, é referente à Comarca de Cruzeiro do Sul. Os demais da Comarca de Rio Branco.
Os processos são no âmbito do projeto ‘Amazônia Protege’, idealizado pelo Ministério Público Federal (MPF) que pretende combater o desmatamento ilegal.
A respeito dos processos da Comarca de Rio Branco, apenas 10 foram sentenciados até dezembro de 2023. O percentual de processos sentenciados nesta Comarca foi de 48%. Já o único processo da Comarca de Cruzeiro do Sul não foi julgado.
Foram assinados até dezembro de 2023, quatro Termos de Ajustamento de Conduta (TAC). O estudo Cenário da punição a desmatadores ilegais na Amazônia: Atualização dos resultados do Programa Amazônia Protege é assinado pelos pesquisadores Hannah Farias, Jeferson Almeida e Brenda Brito. Eles ressaltam a dificuldade de monitoramento de cumprimento dos TACs.
“A falta de padronização sobre os TACs prejudica seu acompanhamento. É recomendável que os instrumentos sejam celebrados em documentos separados das atas de audiência, com descrição de todas as obrigações, prazos e previsão de multa em caso de descumprimento”, afirmam os pesquisadores.
22 casos em tramitação no Acre (21 em Rio Branco e 1 em Cruzeiro do Sul)
Apenas 10 sentenças proferidas (todos em Rio Branco) – 48% de resolução
1 processo em Cruzeiro do Sul permanece sem julgamento
4 Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) firmados, mas com falhas no monitoramento
Os pesquisadores Hannah Farias, Jeferson Almeida e Brenda Brito destacam:
Falta de padronização nos TACs, que muitas vezes são incorporados a atas de audiência sem clareza sobre obrigações e prazos.
Ausência de mecanismos eficazes para verificar o cumprimento dos acordos.
Morosidade judicial, especialmente em Cruzeiro do Sul, onde nenhum caso foi resolvido.
Documentar TACs em instrumentos separados, com metras claras, prazos e multas por descumprimento.
Fortalecer a transparência sobre o andamento dos processos.
Agilizar as ações judiciais, principalmente em comarcas com poucos avanços, como Cruzeiro do Sul.
O Amazônia Protege usa imagens de satélite para identificar desmatamentos ilegais acima de 60 hectares, mas a eficácia esbarra na lentidão do sistema judicial. Enquanto isso, o Acre segue sob pressão de crimes ambientais, com áreas críticas na capital e no Vale do Juruá.