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Acre registrou 328 desaparecimentos de pessoas em 2024, mostra Ministério da Justiça e Segurança Pública

Os casos de desaparecimento no estado têm aumentado ano a ano e, com base nisso, o Ministério Público do Acre (MP-AC) tem levantado o debate sobre a atenção ao tema.

Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Novembro teve o menor número. Não passou de 15 pessoas desaparecidas. Isso tem uma explicação: o estado não repassou os dados completos relacionados ao mês citado

Com MJSP

Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), coletados de janeiro a novembro de 2024, apontam que 328 pessoas desapareceram no Acre, no período. Isso corresponde a uma pessoa desaparecida por dia. A taxa média por 100 mil habitantes fechou em 40,63, enquanto a média nacional foi de 37,62.

A maioria dos desaparecidos é do sexo masculino: 204 homens contra 120 pessoas do sexo feminino. Quatro pessoas não tiveram o sexo informado na ocorrência.

Os indivíduos, com mais de 18 anos, também foram os que mais sumiram: 218 pessoas. De 0 a 17 anos, foram 97 pessoas. Treze pessoas desaparecidas não tiveram a idade revelada.

Outubro do ano passado foi o mês com mais incidência de pessoas desaparecidas, fechando com 44 pessoas. Setembro (41), agosto (35, julho (31), junho (36), maio (22), abril (26), março (21), fevereiro (27) e janeiro (30).

Novembro teve o menor número. Não passou de 15 pessoas desaparecidas. Isso tem uma explicação: o estado não repassou os dados completos relacionados ao mês citado.

As informações fazem parte de um levantamento feito reportagem nesta quarta-feira (8/1) junto ao painel Sinesp.

No Acre, centenas de famílias sofrem a dor de não saber o que aconteceu com pessoas desaparecidas. Os casos de desaparecimento no estado têm aumentado ano a ano e, com base nisso, o Ministério Público do Acre (MP-AC) tem levantado o debate sobre a atenção ao tema.

Campanha

O Ministério Público do Acre (MP-AC) começou a tomar algumas medidas como forma de acompanhar esses casos mais de perto. Em janeiro de 2023, o órgão lançou a campanha “Saudade: essa dor pode acabar”, para dar visibilidade ao drama vivenciado pelas famílias, sensibilizar a sociedade sobre o problema, além de divulgar informações sobre como proceder diante dessas situações.

Desde 2017, que o MP-AC integra o Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), criado a partir de um acordo de cooperação técnica firmado entre o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que desenvolve o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID).

No MP-AC, o Sinalid é gerenciado pelo Núcleo de Apoio Técnico (NAT), que é coordenado pela promotora de Justiça Marcela Cristina Ozório.

Em fevereiro do mesmo ano, um mês após lançar a campanha, o MP conseguiu encontrar Alcebíades de Brito, de 74 anos, que perambulava pelas ruas do município de Plácido de Castro, no interior do estado, e procurou abrigo na Delegacia de Polícia e foi encaminhado ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).

Sem documentos, apresentando confusão mental e sem saber informar sobre o contato de parentes ou conhecidos, o idoso foi levado para um abrigo pelo Creas e seu caso foi encaminhado à Promotoria de Justiça de Plácido de Castro, que solicitou apoio do NAT para encontrar os familiares. Ele estava desaparecido há 25 anos.

A campanha busca conscientizar a população sobre a importância de se comunicar com as autoridades competentes quando se tem informações sobre pessoas desaparecidas. Através da divulgação de informações e fotos de pessoas desaparecidas no perfil oficial do MP, a campanha busca ampliar o alcance da busca e aumentar as chances de encontrar essas pessoas.

Alcebíades de Brito, de 74 anos, foi um os encontrados durante campanha do MP-AC. Foto: Asscom/MP-AC

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Publicado por
Marcus José