Município registra 12% dos nascimentos com ausência paterna; Marechal Thaumaturgo e Santa Rosa do Purus não tiveram casos em 2025. Foto: ilustrativa
Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) revelam que 628 crianças nasceram sem o nome do pai na certidão de nascimento no Acre entre janeiro e outubro de 2025. O número representa aproximadamente 5% dos 12.710 nascimentos registrados no estado no período, evidenciando um significativo problema de registro de paternidade.
Cruzeiro do Sul apresentou o maior índice do estado, com 190 registros sem o nome do pai – o equivalente a 7% dos 2.572 nascimentos da cidade. Na capital Rio Branco, foram 220 casos (4% dos 5.365 nascimentos), enquanto Tarauacá registrou 47 crianças sem o nome paterno (6% do total), configurando um cenário de invisibilidade paterna que atinge diferentes regiões acreanas.
Os números revelam disparidades regionais significativas na presença paterna nos registros civis, refletindo realidades socioeconômicas e culturais distintas no estado. Enquanto alguns municípios mantêm índices zero de ausência, outros enfrentam desafios significativos na garantia do duplo reconhecimento parental.
Dados dos cartórios de registro civil revelam que Plácido de Castro possui o maior índice de crianças registradas sem o nome do pai no Acre, com 12% dos nascimentos – 15 casos entre 128 registros. Os números da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), atualizados até 30 de outubro de 2025, mostram que Manoel Urbano e Rodrigues Alves também apresentaram índices acima da média estadual, com 8% cada.
Em contraste, Marechal Thaumaturgo e Santa Rosa do Purus não registraram nenhum nascimento com ausência paterna no período. Brasiléia, Bujari, Epitaciolândia e Sena Madureira aparecem entre os municípios com menores índices, todos com 3% dos registros sem o nome do pai.
Acrelândia: 128 nascimentos / 7 pais ausentes (5%)
Assis Brasil: 214 nascimentos / 11 pais ausentes (5%)
Brasiléia: 512 nascimentos / 15 pais ausentes (3%)
Bujari: 99 nascimentos / 3 pais ausentes (3%)
Capixaba: 88 nascimentos / 4 pais ausentes (5%)
Cruzeiro do Sul: 2.572 nascimentos / 190 pais ausentes (7%)
Epitaciolândia: 189 nascimentos / 6 pais ausentes (3%)
Feijó: 541 nascimentos / 32 pais ausentes (6%)
Jordão: 253 nascimentos / 9 pais ausentes (4%)
Mâncio Lima: 63 nascimentos / 5 pais ausentes (8%)
Manoel Urbano: 208 nascimentos / 17 pais ausentes (8%)
Marechal Thaumaturgo: 136 nascimentos / 0 pais ausentes (0%)
Plácido de Castro: 128 nascimentos / 15 pais ausentes (12%)
Porto Acre: 142 nascimentos / 7 pais ausentes (5%)
Porto Walter: 44 nascimentos / 2 pais ausentes (5%)
Rio Branco: 5.365 nascimentos / 220 pais ausentes (4%)
Rodrigues Alves: 12 nascimentos / 1 pais ausentes (8%)
Senador Guiomard: 197 nascimentos / 7 pais ausentes (4%)
Sena Madureira: 667 nascimentos / 22 pais ausentes (3%)
Tarauacá: 831 nascimentos / 47 pais ausentes (6%)
Xapuri: 195 nascimentos / 8 pais ausentes (4%)
Santa Rosa do Purús: 126 nascimentos / 0 pais ausentes (0%)
A Arpen-Brasil destaca que os dados são extraídos diretamente dos cartórios de registro civil de todo o país e atualizados em tempo real no Portal da Transparência do Registro Civil, que permite o acompanhamento de estatísticas sobre nascimentos, casamentos e óbitos.