Cotidiano

Acre reduz feminicídios em 20% em 2024, mas mantém alta taxa de tentativas de assassinato de mulheres

Estado registrou 8 feminicídios, menor número da série histórica, mas ocupa 4ª posição nacional em tentativas de homicídio contra mulheres; 62% dos assassinatos femininos foram por razões de gênero

Apesar da redução, o feminicídio permanece como principal causa das mortes violentas de mulheres no estado: 62% dos homicídios femininos foram classificados como feminicídios em 2024. Foto: captada 

O Acre registrou uma redução de 20% nos feminicídios em 2024, com oito mulheres assassinadas por razões de gênero – o menor número da série histórica iniciada em 2015. Apesar da queda, o estado mantém um alerta: 62% dos homicídios de mulheres foram feminicídios, e o Acre ocupa a 4ª posição nacional em tentativas de homicídio contra mulheres, com taxa de 20,05 casos por 100 mil mulheres, mais que o dobro da média brasileira (8,22).

Os dados do Anuário de Indicadores de Violência 2015-2024 do MPAC mostram que a taxa de feminicídios no estado caiu de 2,29 para 1,82 por 100 mil mulheres. No período de 2017 a 2024, o Acre reduziu em aproximadamente 65% o número total de homicídios de mulheres, passando de 37 para 13 casos. No entanto, a violência de gênero permanece como desafio estrutural, com a proporção de feminicídios em relação ao total de homicídios femininos mantendo-se elevada.

Evolução dos indicadores
  • Feminicídios 2024: 8 casos (redução de 20%)
  • Taxa por 100 mil mulheres: 1,82 (era 2,29 em 2023)
  • Total de homicídios femininos: 13 (15 em 2023)
  • Feminicídios/total: 62% (67% em 2023)
Contexto nacional
  • Posição no ranking: 4º lugar em tentativas de homicídio contra mulheres
  • Tendência histórica: Redução de 65% nos homicídios femininos desde 2017

Os dados revelam um cenário paradoxal: enquanto os feminicídios consumados caem no Acre, as tentativas permanecem em patamar preocupante, indicando que a violência de gênero segue como desafio estrutural, exigindo políticas preventivas e de proteção às mulheres em situação de risco.

Apesar dos avanços quantitativos, a persistência de altos percentuais de feminicídios entre os homicídios femininos revela a natureza estrutural da violência de gênero no estado, demandando políticas específicas de prevenção e enfrentamento à violência doméstica.

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Publicado por
Marcus José