O estado contabiliza 41 línguas indígenas faladas, conforme declarado pelos próprios falantes. Foto: captada
O Acre conquistou a posição de destaque nacional na preservação das línguas indígenas entre as novas gerações. Dados do Censo 2022 do IBGE revelam que 55% da população indígena acreana entre 2 e 19 anos fala ou utiliza algum idioma nativo no domicílio – o maior percentual do país. O estado supera Maranhão, Mato Grosso e outros que também ultrapassam a marca dos 50%, mas em patamar inferior.
A estatística comprova um fenômeno cultural único: no Acre, as crianças e adolescentes são os principais guardiões das línguas ancestrais. Com idade mediana de 17 anos entre os falantes, o estado demonstra êxito na transmissão intergeracional de seu patrimônio linguístico, que conta com 41 línguas indígenas, sendo o hãtxa kuĩ dos Huni Kui (Kaxinawá) o mais falado após o português.
Os números revelam um fenômeno singular de revitalização cultural no Acre, onde as novas gerações assumem o papel de guardiãs do patrimônio linguístico ancestral – um contraponto à tendência de desaparecimento de línguas indígenas observada em outras regiões do país.
Segundo o IBGE, a idade mediana dos falantes indígenas no Acre é de 17 anos, o que reforça o papel central das crianças e adolescentes na preservação dessas línguas. Foto: captada