Cotidiano

Acre lidera preservação de línguas indígenas entre jovens, com 55% da população nativa de 2 a 19 anos falando idiomas ancestrais

Mais de 55% dos indígenas de 2 a 19 anos falam idiomas nativos em casa; estado supera todos os demais na manutenção viva das tradições linguísticas entre novas gerações**

O estado contabiliza 41 línguas indígenas faladas, conforme declarado pelos próprios falantes. Foto: captada 

O Acre conquistou a posição de destaque nacional na preservação das línguas indígenas entre as novas gerações. Dados do Censo 2022 do IBGE revelam que 55% da população indígena acreana entre 2 e 19 anos fala ou utiliza algum idioma nativo no domicílio – o maior percentual do país. O estado supera Maranhão, Mato Grosso e outros que também ultrapassam a marca dos 50%, mas em patamar inferior.

A estatística comprova um fenômeno cultural único: no Acre, as crianças e adolescentes são os principais guardiões das línguas ancestrais. Com idade mediana de 17 anos entre os falantes, o estado demonstra êxito na transmissão intergeracional de seu patrimônio linguístico, que conta com 41 línguas indígenas, sendo o hãtxa kuĩ dos Huni Kui (Kaxinawá) o mais falado após o português.

Panorama nacional
  • Acre: 55% (liderança nacional)
  • Maranhão: 53,91%
  • Mato Grosso: 53,46%
  • Apenas 7 estados ultrapassam 50% nessa faixa etária
Diversidade linguística no Acre
  • 41 línguas indígenas faladas no estado
  • Huni Kui (Kaxinawá): grupo mais numeroso
  • Hãtxa kuĩ: língua nativa mais falada (atrás apenas do português)
  • Idade mediana dos falantes: 17 anos

Os números revelam um fenômeno singular de revitalização cultural no Acre, onde as novas gerações assumem o papel de guardiãs do patrimônio linguístico ancestral – um contraponto à tendência de desaparecimento de línguas indígenas observada em outras regiões do país.

Segundo o IBGE, a idade mediana dos falantes indígenas no Acre é de 17 anos, o que reforça o papel central das crianças e adolescentes na preservação dessas línguas. Foto: captada 

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Publicado por
Marcus José