Brasil

Acre e Rondônia são os únicos estados sem projetos específicos para idosos, diz levantamento

O mapeamento teve o objetivo de fornecer informações relevantes para identificar quais áreas do país o público da terceira idade é menos assistidos por políticas específicas e ações sociais

Além do Distrito Federal, 24 dos 26 estados brasileiros participaram do mapeamento com pelo menos uma iniciativa. Acre e Rondônia não tiveram nenhum projeto informado ou identificado.

Um mapeamento realizado pelo Lab Nova Longevidade, em parceria com a rede de empreendedorismo social Ashoka, o instituto filantrópico Beija e a associação Itaú Viver Mais aponta que o Acre e Rondônia são os únicos estados do país sem projetos sociais e governamentais voltados especificamente a idosos.

De acordo com os especialistas que apuraram e reuniram os dados, a Região Sudeste do país é a que tem mais iniciativas (62%), ou, pelo menos, a que teve mais interesse em participar do levantamento. Em seguida, aparecem o Nordeste (19%), o Sul (11%) e o Centro-Oeste (5%). Por último, com apenas 3% dos projetos, está a Região Norte.

Nas demais unidades federativas, o levantamento identificou um total de 403 iniciativas do tipo, sendo que quase 40% delas são tocadas por organizações da sociedade civil e apenas 4% pelo poder público. Também se destacam o setor privado (22%), startups (11%) e produtores de conteúdo e mídia (11%).

“No mapeamento, a questão da inclusão e letramento digitais aparece como condicionante para o aprendizado ao longo da vida, que está diretamente relacionado com a possibilidade de requalificação profissional e permanência na força de trabalho, além de trazer benefícios em termos de saúde, sociabilidade e propósito. Além disso, o nível das habilidades digitais dos usuários idosos emerge como gargalo para a escala de impacto de soluções que fazem uso de tecnologia”, diz a líder.

O mapeamento teve o objetivo de fornecer informações relevantes para identificar quais áreas do país o público da terceira idade é menos assistidos por políticas específicas e ações sociais.

São Paulo lidera a lista, com 42,2% das iniciativas, seguido pelo Rio de Janeiro (10,2%), Minas Gerais (9,7%), Pernambuco (7,2%), Rio Grande do Sul (5,2%) e Bahia (5%).

A maioria dos projetos aborda envelhecimento saudável (82%), novas narrativas para longevidade (70%), diversidade e inclusão (66%), intergeracionalidade (65%) e combate ao idadismo (61%).

As ações também tratam de educação continuada (49%), cuidado familiar (46%), inclusão digital (43%), acesso à saúde (39%), acessibilidade (37%), empreendedorismo sênior (36%), empregabilidade (28%), interseccionalidade (27%), educação financeira (24%), requalificação profissional (21%) e educação midiática (17%).

“No futuro, seremos, de fato, todos nativos digitais”, aponta Marília, ao afirmar que, até lá, é necessário haver “esforços para não deixar a população idosa à deriva”. “Nesse sentido, foi apontada também a necessidade de se criar ambientes de aprendizados pensados nas pessoas idosas.”

Em paralelo ao mapeamento, foram listados 13 nomes que dominam o assunto, em suas diferentes dimensões, e entrevistados 17 especialistas e líderes de diferentes setores que se destacam por sua contribuição ao ecossistema de longevidade no Brasil. A versão completa do levantamento pode ser conferida no site www.labnovalongevidade.org.

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Publicado por
Agência Brasil