Na noite da última segunda-feira (23), famílias que foram retiradas de casas populares no Conjunto Rui Lino 3 por decisão judicial organizaram uma manifestação no Terminal Urbano de Rio Branco, fechando as vias de acesso, a fim de reivindicar um local para morar ou o pagamento de parcelas do aluguel social, que estariam atrasadas de acordo com os manifestantes.
Hoje pela manhã, uma parcela das famílias e representantes foram até a Assembleia Legislativa do Estado do Acre para reforçar suas reivindicações e pedir uma solução ao caso para os parlamentares que lá se encontram. A manifestação ainda contou com a presença de outros populares, que motivados pelas paralisações foram até a Aleac para cobrar promessas feitas por representantes do Poder Executivo e Legislativo nos últimos anos.
A aposentada Maria Rodrigues da Silva, 67, denuncia que o aluguel social que lhe é de direito estaria atrasado há quatro meses e, com o acúmulo de empréstimos feitos devido aos gastos com uma cirurgia, os R$ 400 que lhe sobram todo mês não são suficientes para condições mínimas de sustento e tampouco para o pagamento de um aluguel.
“Já são quatro meses de atraso do aluguel social. O homem que é dono da casa onde eu moro já ameaçou me tirar de lá, porque eu não tenho o dinheiro. São mais de sete quadras vazias na Cidade do Povo, com casas feitas e trancadas, sem ninguém”, disse.
Ainda de acordo com a manifestante, ela teria falado diretamente com o governador reivindicando a solução para o seu caso e ele teria lhe prometido o auxílio do aluguel social até quando ela fosse contemplada com uma moradia.
“Quem estava comandando essas casas era o Daniel, mas ele foi preso. No Dia das Mulheres, o governador estava aqui e eu perguntei sobre o meu problema. Ele me levou até a Casa Rosada e me falou que eu só sairia do aluguel social quando me conseguissem uma casa. Hoje são mais de 7 mil pessoas desamparadas, com aluguel atrasado.”
Ao entrar em contato com assessoria da Secretaria de Habitação e Interesse Social do Estado do Acre (Sehab), a informação é de que as 40 moradias desabitadas referentes à Operação Lares não fazem parte do conjunto habitacional da Cidade do Povo, que na verdade as casas que se encontram sob posse da Justiça são locadas no conjunto Rui Lino 3 e que o prazo para habitação dessas moradias depende de uma decisão judicial ainda não informada.
Em relação à Cidade do Povo, a assessoria fez questão de reforçar que não há nenhuma moradia no conjunto relacionada com o caso da Operação Lares e que a única razão para que uma casa não seja habitada deve ser a determinação da empresa que pode ainda não ter finalizado a obra.
Fonte: ContilNet