Acre

Abrasel acompanha casos de intoxicação por metanol e reforça orientações a bares e restaurantes

Entidade afirma que não há registros de suspeitas no Acre e promove treinamentos gratuitos para identificar bebidas adulteradas

Diante dos casos de intoxicação por metanol registrados em diversos estados do país, a presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Acre (Abrasel/AC), Patrícia Parente, afirmou ao ac24horas que a entidade monitora a situação desde o início e vem orientando seus associados sobre medidas preventivas.

“No Acre, nenhum dos nossos associados reportou suspeita de fraude, mas estamos com uma cartilha didática sobre o tema e treinamentos gratuitos on-line disponíveis. Todos estão instruídos a denunciar às autoridades competentes em caso de suspeita e a adquirir produtos apenas de fornecedores credenciados”, destacou Patrícia.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já contabiliza 59 notificações de intoxicação por metanol, com 11 confirmações laboratoriais. Os estados mais afetados são São Paulo (53 casos), Pernambuco (5) e o Distrito Federal (1).

Apesar da preocupação, a Abrasel reforça que não há casos confirmados com origem em bares e que o setor mantém funcionamento normal neste primeiro fim de semana após a divulgação dos registros. De acordo com a entidade, não houve queda significativa no movimento, exceto na região metropolitana de São Paulo, onde alguns estabelecimentos foram fechados preventivamente, sem confirmação de consumo de bebidas adulteradas.

Cuidados e orientações

Para garantir a segurança dos consumidores, a Abrasel recomenda a verificação de rótulos, lacres e coloração das bebidas. Produtos originais apresentam padrão homogêneo, enquanto os falsificados podem ter variações visuais.

Em parceria com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), a entidade promove treinamentos on-line gratuitos para identificar sinais de adulteração. Mais de 10 mil profissionais já participaram das capacitações.

Na primeira edição, ministrada pelo especialista da Diageo Daniel Monferrari, cerca de 2 mil participantes receberam orientações sobre irregularidades em tampas, selos fiscais, rótulos e líquidos. O treinamento também destacou os riscos do mercado paralelo, lembrando que estabelecimentos que compram de canais informais podem responder criminalmente e colocar em risco a saúde pública.

Outro ponto enfatizado é o descarte correto de garrafas. Segundo Monferrari, todas as bebidas falsificadas apreendidas em operações policiais foram envasadas em garrafas originais reutilizadas. Por isso, bares e restaurantes devem destruir ou descaracterizar rótulos antes do descarte.

Compromisso do setor

O presidente da Abrasel nacional, Paulo Solmucci, reforçou o papel das entidades no enfrentamento às fraudes:

“Assumimos a responsabilidade de orientar o setor sobre como agir em casos suspeitos. A prevenção começa com informação correta, para proteger a saúde da população e evitar que bares e restaurantes sejam vítimas de falsificadores.”

Já o presidente da ABBD, Eduardo Cidade, destacou a necessidade de diferenciar o setor formal da atividade criminosa:

“O mercado ilegal coloca em risco a saúde pública e vende produtos até 48% mais baratos que os originais, impulsionado pela alta carga tributária e pela impunidade. Combatê-lo é fundamental para proteger vidas e garantir concorrência justa.”

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Da Redação