Geral
A esquecida República do Acre, proclamada há 125 anos nos confins da selva em meio à corrida pela borracha
Estado, que fazia parte do território boliviano, foi declarado república independente em 14 de julho de 1899; Brasil comprou o território em 1903.

Este era o município de Sena Madureira, no Acre, no início do século 20. Foto: ARQUIVO NACIONAL
BBC – Por Edison Veiga
O enredo pode parecer bastante confuso: há 125 anos, um espanhol proclamou uma república em um território boliviano que era majoritariamente ocupado por seringueiros brasileiros. O ato não tinha o apoio do governo do Brasil — mas, sim, do Estado do Amazonas.
No fim das contas, o desastrado ato criou um território pretensamente independente nunca reconhecido pela comunidade internacional, teve três proclamações da república diferentes, cinco mandatos presidenciais e, bem, durou apenas quatro anos.
E terminou com uma solução desfavorável para a Bolívia. O Acre acabaria oficializado parte do Brasil.
Esta é a história da República do Acre — ou Estado Independente do Acre —, cuja proclamação se deu em 14 de julho de 1899 em Puerto Alonso, rebatizada de Porto Acre.
E o protagonista foi o espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias (1864-1935). Ele era graduado em ciências jurídicas e sociais pela Universidade de Sevilha e trabalhou como diplomata em Roma e em Buenos Aires.
Aventureiro, em 1897 decidiu procurar o Eldorado — a lendária cidade onde tudo seria feito de ouro — na Amazônia. Claro que não achou. E acabou se estabelecendo em Belém do Pará e, depois, em Manaus. Em ambas as cidades, atuou como jornalista, escrevendo para o Correio do Pará e para o Commercio do Amazonas.
Conforme consta da tese de doutorado defendida pelo historiador Eduardo de Araújo Carneiro em 2014 na Universidade de São Paulo (USP) também há registros de que o espanhol tivesse se tornado dono de “casa de jogos e prostituição” na capital amazonense.
Seringueiros
É preciso lembrar que nesta época o Brasil vivia o chamado Ciclo da Borracha, um momento em que estava em seu auge a extração de látex na região amazônica para abastecer o mercado internacional.
E este cenário fez com que muitos seringueiros ultrapassassem as fronteiras do país e fossem praticar esse extrativismo em terras bolivianas. Onde hoje é o Acre.
“A demanda crescente pela borracha no mercado mundial, a partir da década de 1870, provocou a busca de seringais em diferentes pontos da bacia amazônica. Nesta expansão houve a corrida pela localização de áreas economicamente viáveis para a coleta sistemática e o preparo das bolotas de goma para transporte e comercialização, em Manaus e Belém”, contextualiza à BBC News Brasil o historiador Paulo Henrique Martinez, professor na Universidade Estadual Paulista.
“As fronteiras entre o Brasil e a Bolívia e o Peru foram sendo transpostas pelos seringalistas [os donos do negócio] e a dispersão dos seringueiros [os trabalhadores desse extrativismo] pela mata na extração do látex. A distância e a ausência de controle e fiscalização dessas fronteiras foram estímulos para a invasão deliberada de territórios dos países vizinhos pelos extrativistas do Brasil. Quando o governo boliviano tomou medidas para conter essa penetração e arrecadar taxas sobre exploração clandestina e estrangeira das seringueiras, houve reação imediata. Os seringalistas temendo a queda nos lucros, o prejuízo nos investimentos e alta nos custos da extração na Amazônia boliviana, incitaram os seringueiros, moradores e comerciantes contra a afirmação soberana da Bolívia”, detalha ele.
Gálvez teve acesso a um documento em que o governo boliviano celebrava um acordo de exportação de borracha com um grupo norte-americano. Ora, isso poderia fazer com que o país vizinho resolvesse controlar melhor suas fronteiras. Ele levou o assunto ao então governador do Amazonas, Ramalho Júnior (1866-1952).
O ‘imperador do Acre’

‘Ao longo do século 20, a região foi muito ocupada por brasileiros de regiões muito distantes’, diz historiador. Foto: ARQUIVO NACIONAL
Ramalho Júnior decidiu apoiar que o aventureiro espanhol fosse reivindicar as terras do Acre. Extra-oficialmente, deu a ele recursos financeiros, armas e um pequeno exército de 20 soldados mercenários.
Havia interesse amazonense, claro. Entre 1890 e 1900, o dinheiro oriundo da borracha havia feito com que a receita pública do Estado aumentasse quase dez vezes. Ter o controle dessa região seria, portanto, mais do que conveniente, muito lucrativo.
Gálvez foi para Puerto Alonso e, em 14 de julho de 1899, proclamou um território independente. Seu argumento era que o local era basicamente povoado por seringueiros brasileiros e estes, não podendo ser brasileiros, não iriam aceitar se tornar bolivianos.
O espanhol se tornou o “imperador do Acre”. Assumiu o comando do novo “país”, mandou criar bandeira, assumiu o controle de escolas, hospitais, fundou exército e corpo de bombeiros.
Ele montou um ministério e despachou como um líder convencional, chegando inclusive a emitir despachos e enviar esforços diplomáticos para outros países, na expectativa de ter seu Estado reconhecido. Ali viviam 13 mil pessoas.
Em conversa com a reportagem da BBC News Brasil, o historiador Victor Missiato, pesquisador na Unesp e professor no Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré, comenta que esse governo “teve, sim, uma legitimidade popular naquele momento”.
“Era uma república com seus ministérios, seus despachos. Funcionou ativamente, mas em determinadas situações entrou em conflito com seringueiros por conta do controle da terra e de interesses externos. Isso a fragilizou”, contextualiza.
“A independência da região sob a bandeira republicana foi iniciativa consciente dos produtores e negociantes da borracha”, contextualiza Martinez. “O objetivo foi provocar a solidariedade do governo do Brasil em defesa dos trabalhadores e de suas possibilidade de sustento pessoal e familiar, considerando o contingente de nordestinos, fugidos das secas no fim do século 19.”
“A jovem, pequena e próspera República do Acre esperava contar com a solidariedade do Rio de Janeiro para integrar a federação da [então] República dos Estados Unidos do Brasil”, diz o historiador. “Esta grande tramoia política e econômica beneficiou diretamente os interesses exportadores nos seringais da Amazônia andina, pela consolidação e continuidade daquela produção regional.”
Martinez define o que aconteceu de “simulação de uma república modernizante e arrojada”. E acrescenta que ela “foi alardeada”. Havia motivo. “Por um lado, inibir uma ofensiva política e militar contra uma utopia redentora, na selva. Por outro, seduzir o governo brasileiro quanto às vantagens e convergências entre ambos os projetos republicanos”, afirma o historiador.
Para o professor, tudo não passou de “um grande golpe publicitário e financeiro”. “Comerciantes e seringalistas patrocinaram a ocupação clandestina do território boliviano. Em sua defesa argumentavam a vinda do progresso e prosperidade econômica regional com os dividendos da economia gomífera, a exemplo do que conheciam Manaus e Belém”, argumenta.
Nenhum governo atestou a legitimidade da república de Gálvez. Tampouco o brasileiro que, baseando-se na vigência do Tratado de Ayacucho, assinado em 1867, reconhecia o Acre como território da Bolívia.
Sucessores

Orientação da diplomacia brasileira era de não criar problemas com a Bolívia. Foto: ARQUIVO NACIONAL
Seis meses apenas durou este primeiro governo acriano. O seringalista Antônio de Sousa Braga (1841-1900) deu um golpe de Estado e, por um mês, foi o segundo presidente da tentativa de nova nação.
Quando reconheceu que não conseguiria gerir a confusão, chamou Gálvez de volta, em 30 de janeiro de 1900.
A esta altura, o governo federal brasileiro já havia enviado para a região uma expedição militar com o objetivo de destituir a República do Acre e devolver o território à Bolívia. A ideia da diplomacia nacional era não criar problemas com o vizinho.
No dia 11 de março, Gálvez se rendeu aos militares brasileiros. Foi enviado a Recife e, de lá, exilado para a Europa.
Estipulou-se então uma espécie de governo de transição, com o vice de Gálvez assumindo a presidência até que a região fosse devolvida à Bolívia. De 15 de março a 25 de abril de 1900, o comando do Acre ficou, então, a cargo do coronel e seringalista Joaquim Vitor da Silva.
Então o governo boliviano tomou novamente o controle da região, inclusive com bases militares.
No fim daquele ano, ainda houve uma outra tentativa de proclamação de república, desta vez empreendida pela inusitada Expedição dos Poetas, um grupo de boêmios e profissionais liberais da capital amazonense que tinha a pretensão de recriar o Estado independente.
A iniciativa contou mais uma vez com apoio do governo estadual, que cultivava o desejo de anexar a área. A derrota dos poetas ocorreu logo após a proclamação do que eles chamaram de “segunda República”, em 29 de dezembro de 1900.
Mas os empresários da borracha brasileiros, os seringalistas, não queriam ser obrigados a arredar o pé dali. A região era economicamente promissora para a extração do látex e eles temiam que o governo boliviano os obrigasse a voltar ao Brasil.
O grupo então se aproveitou da leniência da Bolívia e da indecisão brasileira. Organizou-se um exército de seringueiros e, sob o comando do militar brasileiro Plácido de Castro (1873-1908), ocorreu a chamada Revolução Acriana, com batalhas de agosto de 1902 a janeiro de 1903 — quando Rio Branco foi tomada.
Mais uma vez era declarado o Estado Independente do Acre, a terceira República do Acre, com Castro sendo aclamado chefe do Executivo.

Mapa do Estado Independente do Acre organizado para uso oficial pelo coronel Plácido de Castro. Foto: ARQUIVO NACIONAL
Para especialistas, contudo, não é possível entender essa sucessão de governos como diretamente relacionadas. Em sua tese, Carneiro diz que “os diversos movimentos acrianos de contestação não formam uma série de acontecimentos contínuos e interligados”.
“Todos eles foram tentativas autônomas e singulares de impedir o exercício da soberania boliviana na região banhada pelo rio Purus”, escreve ele, citando a república de Galvez, o movimento de Castro e a Expedição dos Poetas.
“Em cada uma das repúblicas, temos grupos diferentes no poder. A primeira, liderados por um espanhol com apoio amazonense, a segunda por brasileiros de Manaus e a terceira, por pessoas da própria região”, comenta à BBC News Brasil o historiador Vitor Soares, que mantém o podcast História em Meia Hora.
Ele lembra que as dificuldades foram distintas. “Mas, talvez, a constante entre eles foi um poder político superior impedindo a independência da região. Por vezes, o governo boliviano. Por vezes, o brasileiro”, acrescenta. “O ponto é: eles não conseguiram. A realidade é que a República do Acre falhou.”
Também é preciso frisar que não se pode entender que havia um projeto de país entre aqueles brasileiros que primeiro ultrapassaram a fronteira com a Bolívia com o intuito de explorar o látex.
“Qualquer estudioso da sociedade gomífera tem consciência de que ninguém migrou para o extremo ocidente amazônico no final do século 19 com o fim de nacionalizar aquele território”, argumenta Carneiro. O historiador aponta, em sua tese, que a intenção desses migrantes era apenas ganhar dinheiro, e não fundar um lar. Nesse sentido, ele desconstrói narrativas ufanistas sobre o episódio.
A compra do território
A situação não seria resolvida sem a intervenção do governo federal brasileiro. Em 17 de novembro de 1903 foi assinado o Tratado de Petrópolis. O Brasil pagou à Bolívia 2 milhões de libras esterlinas e se comprometeu a construir a ferrovia Madeira-Mamoré. A partir de então, aquela área se tornaria definitivamente território brasileiro.
“A Bolívia teve que satisfazer seu desejos com a entrega do território em disputa, após tentativas frustradas de exercer a sua soberania nacional, mediante o controle da extração, mas não teve êxito”, pontua Martinez. “Aquela expectativa foi dissimulada, então, com a ‘venda’ de cerca de 150 mil quilômetros quadrados ao Brasil.”
“Houve o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas (entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões nos valores atuais) e o Brasil arcaria com a construção da ferrovia ligando as bacias dos rios Madeira e Mamoré, permitindo o escoamento da produção agromercantil da Bolívia pela bacia amazônica e o acesso ao mercado externo pelo porto de Belém”, explica ele. “Após a derrota na Guerra do Pacífico, em 1883, contra o Chile, a Bolívia perdeu a sua saída para mar, o que resultou no insulamento do país no interior do continente sul-americano.”
Desse passado, ficaram poucas marcas. “Restaram as ruínas das instalações e os escombros das máquinas, equipamentos e trilhos da ferrovia Madeira-Mamoré”, diz Martinez. “Esta, pouco e mal funcionou, devido ao declínio vertiginoso da borracha sul-americana no mercado mundial, a partir de 1910.”
“Restou o trauma da morte de centenas de trabalhadores na ferrovia, dizimados pela malária e outras doenças tropicais. Um número desconhecido e que nunca poderá ser calculado com precisão, dada a escala de vidas perdidas”, prossegue o historiador.
“Restou o constrangimento da manipulação da população pelos agentes diplomáticos e econômicos no cenário internacional”, acredita. Martinez cita o momento em que o então presidente boliviano Evo Morales, em maio de 2006, segundo ele “destilou o ressentimento nacional em seu país”, ao afirmar em entrevista que o Acre havia sido “trocado por um cavalo”.
Para Missiato essas idas e vindas fronteiriças e toda a hesitação deixou ainda outra marca. “Ainda hoje há um deslocamento muito grande da identidade acriana em relação ao Brasil e até mesmo em relação a si própria”, analisa. “Na historiografia se vê uma busca das origens da ocupação a partir de povos indígenas. Ao longo do século 20, a região foi muito ocupada por brasileiros de regiões muito distantes.”
Comentários
Geral
MPAC investiga possível negligência no atendimento a criança com suspeita de autismo em hospital de Sena Madureira
O Ministério Público ouviu a diretora do hospital e a médica responsável pelo atendimento. Também foi realizada uma inspeção in loco na unidade hospitalar, onde a criança encontrava-se sob observação

O promotor destaca que tanto a legislação estadual quanto a municipal garantem atendimento prioritário e protocolos específicos para pessoas com TEA. Foto: internet
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) instaurou um procedimento para apurar uma possível negligência médica ocorrida no Hospital Geral João Câncio Fernandes, em Sena Madureira. O caso envolve uma criança com suspeita de Transtorno do Espectro Autista (TEA), e ganhou repercussão após denúncias nas redes sociais relatarem tratamento desumano e grosseiro.
De acordo com o despacho assinado pelo promotor de Justiça Júlio César de Medeiros, para que se configure eventual negligência médica, é necessário reunir todas as evidências possíveis, como prontuários médicos, receitas, exames, laudos, bem como tudo o que foi entregue pelo hospital ou pelo profissional ao paciente ou à família. Também deve ser feito o confronto dessas informações com os horários de atendimento, protocolos utilizados, eventuais testemunhas, imagens de câmeras de segurança e análise da medicação fornecida — ou que deveria ter sido fornecida — na ocasião, respeitando a devida agilidade prevista pelo Protocolo de Manchester.
O Protocolo de Manchester é um sistema internacionalmente adotado para triagem em emergências hospitalares, classificando os atendimentos com base em níveis de urgência representados por cores. No entanto, o MP pondera que o Hospital Geral de Sena Madureira enfrenta uma notória sobrecarga de trabalho. A unidade é voltada principalmente a atendimentos de urgência (cor laranja) e emergência (cor vermelha), enquanto pacientes classificados como “cor azul”, sem urgência, podem aguardar por até quatro horas ou ser encaminhados para unidades básicas de saúde.
Durante as diligências iniciais, o Ministério Público ouviu a diretora do hospital e a médica responsável pelo atendimento. Também foi realizada uma inspeção in loco na unidade hospitalar, onde a criança encontrava-se sob observação, recebendo medicação adequada, acompanhada pela mãe. Questionada pelo promotor, a genitora confirmou que não possui laudo formal que comprove o diagnóstico de autismo, sendo a condição apenas uma suspeita, com investigação de saúde interrompida.
Apesar disso, o promotor destaca que tanto a legislação estadual quanto a municipal garantem atendimento prioritário e protocolos específicos para pessoas com TEA. A Lei Municipal nº 845/2024 e a nº 738/2022 estabelecem diretrizes claras para acolhimento desse público, inclusive em unidades de saúde, além da obrigatoriedade de programas de capacitação para os profissionais da rede pública.

O caso veio à tona após relatos nas redes sociais acusarem profissionais da unidade de tratamento desumano e grosseiro durante o atendimento. Foto: internet
Dentre as providências determinadas pelo MPAC, destacam-se:
Solicitação de informações ao Hospital Geral sobre o histórico clínico da paciente, atendimentos recentes, medicações administradas e existência de eventuais imagens do atendimento;
Verificação da adoção dos protocolos específicos para pacientes com TEA, independentemente de laudo;
Garantia de atendimento prioritário a pessoas com autismo, mediante apresentação da Carteira de Identificação do Autista (CIA), com a devida sinalização em todos os pontos de atendimento;
Expedição de Ofício Circular a todos os órgãos públicos e estabelecimentos privados de atendimento ao público, inclusive supermercados, para que cumpram rigorosamente as leis municipais nº 738/2022 e 845/2024, assegurando o atendimento prioritário às pessoas com autismo (TEA), com a devida fixação de placas contendo o símbolo do autismo (fita quebra-cabeças multicolorida);
Notificação à Prefeitura para informar sobre programas de capacitação voltados ao atendimento de pessoas com TEA e sobre a viabilidade de ampliar o suporte técnico por meio da APAE local.
Denúncia e repercussão
Familiares da criança relataram que houve descaso por parte da equipe médica, que teria menosprezado os sintomas e negado o atendimento adequado. As publicações nas redes sociais geraram comoção e levaram o MPAC a tomar providências para apurar os fatos.
“Estamos coletando informações e ouvindo todas as partes envolvidas para determinar se houve falha no atendimento e, em caso positivo, identificar os responsáveis”, afirmou um representante do MPAC.
Hospital se manifesta
A direção do Hospital João Câncio Fernandes informou que está colaborando com as investigações e que todos os protocolos de atendimento estão sendo revisados. Em nota, a instituição afirmou que “repudia qualquer tipo de desrespeito aos pacientes” e que tomará as medidas cabíveis caso a negligência seja confirmada.
Autismo e desafios no atendimento
O caso reacendeu o debate sobre a preparação dos profissionais de saúde para lidar com pacientes neuroatípicos, especialmente em cidades do interior. Especialistas em TEA alertam que a falta de capacitação pode levar a situações traumáticas para crianças e famílias.
O MPAC deve concluir as investigações em até 30 dias. Caso confirmada a negligência, o órgão poderá tomar medidas administrativas e judiciais contra os envolvidos.
Acompanhamento: Familiares da criança buscam apoio de entidades de defesa dos direitos das pessoas com deficiência para garantir atendimento especializado.
Atualizada às 17h com a nota oficial do hospital
O Ministério Público seguirá acompanhando o caso e, após o recebimento das respostas e documentos solicitados, poderá adotar novas medidas conforme o andamento das apurações. A população pode contribuir com informações através do e-mail [email protected] ou pelo telefone (68) 3612-2193.
Material atualizada às 17h com a nota oficial do hospital
Comentários
Geral
Polícia Civil do Acre prende foragido de alta periculosidade conhecido por assaltos a bancos e tráfico interestadual de drogas

Equipe da DENARC/AC, com apoio da CORE e CIOPAER, durante operação de alto risco para prender foragido de organização criminosa. Foto: cedida.
A Polícia Civil do Acre, por meio da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), prendeu na tarde da última quarta-feira, 9, um dos criminosos mais procurados do Espírito Santo, conhecido no mundo do crime como “Frankenstein”. A prisão aconteceu no bairro Estação Experimental, em Rio Branco, e é resultado de uma ação integrada entre a Polícia Civil do Acre e a do Espírito Santo.
O investigado, identificado com as iniciais E.S.A., de 52 anos, usava documentos falsos com o nome de Gustavo Sérgio Alves e vivia na capital acreana desde 2017, onde levava uma vida de alto padrão, apresentando-se como empresário. Segundo o delegado titular da DENARC/AC, Saulo Macedo, o criminoso era monitorado há semanas após o repasse de informações pela unidade capixaba.
“A DENARC do Espírito Santo nos informou sobre um foragido de longa data que estaria escondido aqui. Ele é um criminoso bastante influente naquele estado e confirmamos que estava vivendo em Rio Branco sob identidade falsa, morando em uma casa de alto padrão no Conjunto Tangará e com um estilo de vida muito acima da média. A operação teve sucesso também graças à celeridade do Poder Judiciário acreano, por meio da Vara de Juiz de Garantias, que foi fundamental para a rápida expedição dos mandados de prisão e de busca e apreensão.” explicou o delegado.

Cartões bancários, documentos falsos e veículo de luxo foram apreendidos com o criminoso. Foto: cedida.
A ficha criminal de “Frankenstein” é extensa. Ele é apontado como membro de uma organização criminosa especializada em roubos a bancos, com atuação em cidades do interior de diversos estados brasileiros. Entre os crimes atribuídos a ele estão assaltos a instituições financeiras, homicídios, sequestros e tráfico de drogas. Em uma de suas condenações, ele foi responsabilizado pelo roubo de uma agência da Caixa Econômica Federal.
Além disso, “Frankenstein” tem histórico militar, pois ele já foi fuzileiro naval e, segundo as investigações, chegou a dar treinamento militar para integrantes do tráfico. O homem foi condenado a quase 40 anos de prisão e, mesmo após ser preso, continuou atuando na organização criminosa, o que motivou sua transferência, anos atrás, para o presídio federal de Catanduvas.
O cumprimento dos mandados de prisão exigiu uma operação de alto risco, envolvendo equipes da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) e do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER). A ação foi realizada por volta das 13h30 na residência do foragido.
Durante o cumprimento do mandado de busca, foram encontrados 14 cartões bancários, documentos diversos em nome falso e um carro de alto valor. As equipes também identificaram indícios de que ele era responsável por remessas de drogas do Acre para o Espírito Santo. As investigações continuam para confirmar a extensão dessa atuação.

“Frankenstein” foi capturado pela Polícia Civil do Acre após anos foragido. Foto: cedida.
“As fontes de inteligência apontam com segurança que ele era peça-chave no tráfico interestadual. A apuração sobre essas conexões segue em curso”, ressaltou Saulo Macedo.
A cooperação entre as delegacias de repressão ao narcotráfico dos estados foi fundamental para o sucesso da operação. A troca de informações faz parte da Rede Nacional de Enfrentamento ao Narcotráfico (RENARC) uma iniciativa do Ministério da Justiça que busca integrar as DENARCs em todo o país para combater o crime organizado com mais eficiência.
A prisão de ontem representa um duro golpe na estrutura da criminalidade interestadual e reforça a importância do trabalho em rede entre as polícias civis dos estados brasileiros.
Fonte: PCAC
Comentários
Geral
Polícia Civil e Ciopaer prendem dois suspeitos, apreendem dinheiro falso e bens em operação contra quadrilha de estelionatários na Transacreana

Material apreendido no imóvel: cédulas falsas, celulares e veículos. Foto: cedida.
A Polícia Civil do Acre, em ação conjunta com o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), realizou na tarde da última quarta-feira, 9, uma operação na estrada Transacreana com o objetivo de cumprir mandado de prisão contra o líder de uma quadrilha nacional de estelionatários, alvo da Operação “Lord Agro”.
As diligências foram realizadas em uma extensa área de mata e em um imóvel rural localizado no km 23 da Transacreana, zona rural de Rio Branco. A operação integra os desdobramentos da ofensiva que vem sendo executada desde a última segunda-feira para desarticular a organização criminosa.
Segundo as investigações, a quadrilha é responsável por causar prejuízos milionários a vítimas nos estados do Maranhão, Goiás e Minas Gerais, por meio de golpes sofisticados envolvendo comercialização fraudulenta no setor agropecuário.

Material apreendido no imóvel: cédulas falsas, celulares e veículos. Foto: cedida.
Durante a ação no imóvel rural, duas pessoas foram presas em flagrante e diversos itens foram apreendidos, incluindo uma grande quantidade de moeda falsa, aparelhos celulares, veículos e outros bens adquiridos com os lucros dos crimes praticados. O principal alvo da operação, entretanto, conseguiu fugir por uma área de mata densa e segue sendo procurado pelas autoridades.
A Polícia Civil e o Ciopaer seguem mobilizados nas buscas pelo foragido e reforçam o compromisso no combate à criminalidade organizada, especialmente contra delitos que ultrapassam as fronteiras estaduais e geram grandes prejuízos financeiros às vítimas.
“Essa ação é um desdobramento da primeira fase da Operação ‘Lord Agro’, deflagrada no início desta semana. Estamos lidando com uma organização criminosa altamente estruturada, especializada em aplicar golpes milionários em diversos estados do país. A operação de hoje contou com o apoio essencial do Ciopaer e representa mais um passo no enfrentamento direto ao estelionato e ao crime organizado. Mesmo com a fuga do principal alvo, conseguimos apreender materiais importantes que vão fortalecer as próximas etapas da investigação”, destacou o delegado Roberth Alencar.
Fonte: PCAC
Você precisa fazer login para comentar.