Acre
Após proibição de juiz, prefeito de Inãpari (Peru) vai realizar festival de praia
Afonso Mansuli convida brasileiros e bolivianos para congraçamento; advogado vê articulação traiçoeira de vereadores do PT e “decisão tendenciosa” de magistrado

Prefeito de Assis Brasil, Dr Betinho e de Iñapari (Peru), Afonso Mansuli, durante reunião para organização da festa que será realizada no lado peruano – Foto: Assessoria.
O prefeito de Iñanpari (primeira cidade peruana na fronteira com o Brasil), Afonso Mansuli Cardoso, decidiu financiar, juntamente com empresários peruanos e brasileiros, o Festival de Praia que seria realizado no município de Assis Brasil. O festival, que terá início nesta sexta-feira (24) e vai até domingo (26), será realizado no lado peruano.
O evento tinha como parceira a prefeitura da cidade acreana, que foi proibida de fazer qualquer gasto, segundo entendimento do juiz Clóvis de Souza Lodi. O magistrado atendeu a uma ação cautelar inominada movida pelo Ministério Público, que alega incapacidade financeira do município para custear despesas do festival. O MP alega a incidência de violência na região e policiamento insuficiente. No entanto, diz o advogado Vicente Prado, “a ordem pública não é responsabilidade do município, e sim do Estado”.
“Não tem problema. A festa vai acontecer do mesmo jeito. Vamos todos brincar. Os brasileiros e bolivianos serão muito bem vindos. Será um momento importante para o congraçamento nas três fronteiras”, informou o prefeito Afonso Cardoso por meio de sua assessoria.
A decisão do juiz teve motivação política, assegura o advogado. O constrangimento a que os moradores de Assis Brasil foram submetidos “é resultado de uma investida traiçoeira dos vereadores do Partido dos Trabalhadores, que são maioria na Câmara Municipal,e de tudo fazem para inviabilizar a gestão do prefeito Humberto Filho (PSDB). Foi uma decisão tendenciosa”.
O advogado diz ainda que a ação do MP aponta supostos problemas orçamentários em Assis Brasil sem ter anexado provas. “Tudo foi feito na base ouvi dizer”. O prefeito Humberto Filho solicitou reforço no policiamento, que é uma obrigação do estado, mas não foi atendido pela Secretaria de Segurança Pública do Acre.
O juiz Clóvis de Souza Lodi, disse à reportagem da ContilNet que não vai se posicionar sobre o assunto.
O município teria como único gasto a garantia de alimentação aos policiais. Empresários parceiros, brasileiros e peruanos, assumiram a responsabilidade de pagar o cachê dos artistas que vão se apresentar. A Prefeitura de Assis Brasil emitiu uma nota pública em que informa que obedecerá a ordem judicial, mas, no mérito, pedirá a improcedência da ação. O festival de praia é alusivo, também, à Independência do Peru e à confraternização em tríplice fronteira. Abaixo, a nota:
Nota de Esclarecimento
O chefe do Poder Executivo do Município de Assis Brasil!Acre, o Senhor Prefeito, Humberto Gonçalves Filho, vem, pelo presente expediente, tomar público a todos os munícipes e demais cidadão da Região do Alto Acre e, outras localidades, da impossibilidade de ordem jurídico-processual advinda dos autos da Ação Judicial Cautelar Inominada de n. 0000378-79.2015.8.01.0016, que tramita na Vara Cível do Fórum do Poder Judiciário de Assis Brasil, movida pelo Ministério Público Estadual – MPE em detrimento do Município de Assis Brasil/Acre, pela qual o Douto Juiz ali decidiu liminarmente, por determinar que essa Administração Municipal não realize o evento denominado, Festival de Praia de Assis Brasil, programado para as datas de 24; 25 e 26 do corrente mês e ano, pelos motivos alegados processualmente pelo MPE no processo em tela. Assim sendo, esta Administração embora não concordando com os fatos motivadores da referida Decisão liminar judicial, dela não irá recorrer, mas sim cumpri-la fielmente, sem prejuízo da justa e necessária apresentação da tempestiva e regular peça de Defesa desta Municipalidade naquele feito para os fins de direito. Em tempo, vale ainda, esclarecer que esta Administração segue firme em seu firme proposta continuar promovendo o bem estar geral da população assisbrasilenss, como previsto constitucionalmente, demais postulados legais e, nas propostas políticas vencedoras desta Gestão sem mais para momento, agradecemos a compreensão sobre os fatos acima delineados.
Assis Brasil/Acre,23 de Julho de 2015.
Humberto Gonçalves Filho
Prefeito Municipal
Veja nota do prefeito da cidade peruana de Iñapari, Afonso Mansuli abaixo.
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Acre
Mais de 34 mil pessoas vivem em Unidades de Conservação no Acre

Foto: Acervo/IBGE
O Censo Demográfico 2022 divulgado nesta sexta-feira, 11, revelou que 34.394 pessoas vivem em Unidades de Conservação (UCs) no Acre, o equivalente a 4,14% da população do estado, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior parte desses moradores está concentrada em áreas de uso sustentável, como Reservas Extrativistas e Áreas de Proteção Ambiental, que permitem habitação e atividades compatíveis com a conservação dos recursos naturais.
O número foi detalhado nesta sexta-feira, 11, durante evento do IBGE na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco. A divulgação dos dados sobre a população residente em UCs trouxe um panorama inédito sobre as condições de vida, saneamento, perfil étnico e distribuição territorial nessas áreas protegidas em todo o país.
No Acre, quase a totalidade dos moradores de UCs, 32.381 pessoas, vivem em áreas de uso sustentável, com uma pequena parcela em unidades de proteção integral de 2.013 pessoas, onde a ocupação humana é geralmente mais restrita. O gráfico disponibilizado pelo IBGE mostra a dominância do grupo de uso sustentável no estado, reforçando a importância das políticas voltadas para comunidades extrativistas e populações tradicionais.
Ainda segundo os dados nacionais, 72,58% dos residentes em UCs no Acre se identificam como pardos, refletindo a composição social das comunidades extrativistas locais. Além disso, 71,38% da população que vive em UCs no estado está sob gestão federal, um dos maiores percentuais do Brasil, evidência da forte presença de unidades como a Reserva Extrativista Chico Mendes e outras áreas administradas pelo ICMBio.
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Acre
Com logística e dignidade, recuperação de ramais transforma acessibilidade e escoamento no Vale do Juruá

Deracre quer recuperar 1,2 mil quilômetros de ramal no Vale do Juruá. Foto: Pedro Devani/Secom
Garantir o direito de ir e vir de cada cidadão, colocando as pessoas em primeiro lugar, tem sido uma das determinações mais reiteradas pelo governador do Acre, Gladson Camelí, durante suas visitas aos municípios do interior do estado. Para isso, o Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre) reforçou o cronograma em todas as regiões para assegurar a trafegabilidade àqueles que dependem dos ramais como meio de conexão e impulso à economia, especialmente no escoamento da produção. No Vale do Juruá, a meta é recuperar 1,2 mil quilômetros de ramal.
O governador destaca que seu principal objetivo neste ano tem sido tirar projetos do papel e ver as equipes do governo atuando nas ruas, garantindo que os benefícios cheguem até a ponta.“Tenho dito e repetido que 2025 é o ano da execução. Essa tem sido a orientação para todas as secretarias. E quando falamos em infraestrutura, falamos em acessibilidade, que é o básico assegurado a qualquer cidadão. Tenho certeza de que, em breve, entregaremos grandes estruturas que transformarão a vida de milhares de pessoas”, afirmou.

Francisco conta como o escoamento de produção foi um dos sucessos dessa união. Foto: Pedro Devani/Secom
A presidente do Deracre, Sula Ximenes, destaca que a Operação Verão tem atuado de forma ampla e intensa em todo o estado:
“Já alcançamos números expressivos nesta Operação Verão. São R$ 20 milhões investidos com recursos próprios, 52 frentes de trabalho em ramais, asfalto e vias urbanas, além de 48 frentes em grandes obras. Contamos com 66 máquinas locadas e 293 máquinas próprias, totalizando quase 360 em operação. Isso tem nos permitido avançar com força total nas ações, gerando mais de mil empregos diretos. Já aplicamos 3,6 mil toneladas de asfalto e investimos R$ 6,48 milhões em pavimentação urbana. Construímos 12 pontes de madeira e temos outras quatro em execução”.
Além dos impactos estruturais nas comunidades, o maior benefício é para a população, que passa a viver com mais dignidade ao ter acesso efetivo a esses serviços.
“É um esforço coordenado pelo governador Gladson Camelí para garantir acesso, mobilidade e dignidade à população acreana”, reforça Sula Ximenes.

Ramais resultam em acesso a serviços básicos e moradores comemoram. Fotos: Pedro Devani/Secom
Impactos nas comunidades
Moradora do Ramal do Japãozinho há mais de três décadas, Francisca das Chagas, de 75 anos, afirma que a manutenção dessas estradas representa qualidade de vida. Testemunha das dificuldades e mudanças ao longo das estações, ela reconhece o papel do Deracre na promoção da dignidade:
“Agora está ótimo aqui. Antes ficávamos no atoleiro durante o inverno, mas a gente não reclama, porque chuva é coisa de Deus. Com o Deracre vindo, agora tá uma beleza. Acho que, como mexeram em muita coisa, até no inverno vai ser melhor”.
O produtor Francisco de Oliveira, de 63 anos, mora no Ramal Carobas desde 2001, onde cultiva produtos orgânicos em sua propriedade de 109 hectares, mantendo mais de 90 hectares de mata nativa preservada. Para ele, a recuperação do ramal representa sucesso:
“O acesso fica melhor para retirar o produto, e é uma melhoria não só para mim, mas para todos os que vivem da produção. Tem melhorado, graças a Deus”.
Ação integrada e fortalecimento da atuação
O gerente da Macrorregional II do Juruá no Deracre, Mauri Barboza, explica que todo o mapeamento das áreas trabalhadas no Vale do Juruá é realizado com base em consultas a mais de 30 associações de moradores de Cruzeiro do Sul, Rio Branco e Rodrigues Alves.
Além disso, o Deracre atua em parceria com as prefeituras, reforçando a integração entre os poderes, um dos pilares do governo Gladson Camelí. Nessa cooperação, o Deracre fornece máquinas, combustível e mão de obra para apoiar operações municipais, como na comunidade Nova Cintra, em Rodrigues Alves.
“Essa é uma determinação do governo e da presidente Sula: trabalhar apoiando os municípios, unindo equipes e estrutura em ações tanto na zona rural quanto urbana”, afirma Mauri Barboza.
Nas visitas às comunidades, os produtores sempre ressaltam a relação humanizada com as equipes de campo. São os pequenos gestos, os ajustes pontuais, que transformam a realidade de quem recebe os serviços.
“Procuramos atender a todos. É comum, durante a manutenção, os moradores pedirem apoio para melhorar uma subida ou facilitar o escoamento da produção, e atendemos conforme está ao nosso alcance”, destaca o gerente regional.
Ano após ano, o Deracre avalia os principais gargalos e desafios do trabalho, reformulando ações e direcionando recursos para onde são mais necessários.
“Este é um ano diferente. Fizemos uma programação para recuperar 1,2 mil quilômetros de ramais no Vale do Juruá, com drenagem, implantação de bueiros e construção de pontes. No ano passado, o inverno foi muito rigoroso, mais do que esperávamos, e surgiram vários olhos d’água. Neste ano, nos preocupamos em mapear tudo isso, executar a drenagem e elevar os aterros nos pontos críticos, alinhados com os presidentes das comunidades, que nos trazem essas informações”, finaliza.
- Foto: Pedro Devani/Secom
- Foto: Pedro Devani/Secom
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Após 13 anos, Rio Branco volta a sediar a Copa Norte/Nordeste de Ciclismo

Foto: Secom
Depois de mais de uma década, Rio Branco será novamente palco da Copa Norte/Nordeste de Ciclismo, uma das competições mais tradicionais da modalidade no país. A 47ª edição do evento, organizado pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), acontece entre os dias 29 e 31 de agosto, com expectativa de reunir mais de 400 atletas de todo o Brasil.
A última vez que a capital acreana sediou a competição foi em 2012. A confirmação do retorno foi discutida em reunião entre representantes da Federação Acreana de Ciclismo (FAC) e o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, realizada na quinta-feira (10).
De acordo com o presidente da FAC, Tuxauá Marques, a escolha de Rio Branco demonstra o reconhecimento da cidade como um centro com estrutura e capacidade para grandes eventos esportivos. “Vamos estar recebendo no mês de agosto, cerca de 15 seleções de outros estados, uma grande quantidade de atletas e o apoio da Prefeitura é importante. Estamos com um circuito pré-montado na Amadeo Barbosa que agora, com o apoio da prefeitura, vai passar por uma revitalização, ficando bem melhor para realizarmos o evento”, ressaltou.
A prova principal será realizada nas imediações da Arena da Floresta, mas o evento deve movimentar outras áreas da cidade, como a Via Chico Mendes. Para o prefeito, o retorno da Copa é também uma oportunidade de apresentar Rio Branco a visitantes de outras regiões.
“A nossa Rio Branco dá gosto de ver, tenho certeza que os visitantes vão levar uma boa imagem da capital. A competição será realizada próximo à Arena da Floresta, também temos a Via Chico Mendes em que poderão realizar um passeio turístico, além do elevado Beth Bocalom, ou seja, a nossa cidade está cada dia mais bem preparada para receber os turistas”, disse Bocalom.
A organização local agora trabalha nos ajustes logísticos e estruturais para garantir a realização da prova, que promete movimentar o cenário esportivo e turístico da capital durante o fim de agosto.
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