Acre
Resposta ao secretário de Segurança Pública, que culpou a imprensa pela criminalidade no Acre
De todas as bobagens ditas pelos membros do governo para justificar a violência atual, a de Vanderlei Thomas é de longe a pior
De volta ao assunto
Na coluna da última terça-feira (3), tratei sobre o tema da violência. Volto a ele hoje graças às declarações do secretário de Segurança Pública do Acre, o Sr. Vanderlei Thomas. Disse ele que a imprensa é a grande culpada pelos índices de criminalidade que ele e seu antecessor não conseguiram fazer retroceder nesses tempos de facções criminosas.
Cultura da violência
Em entrevista à rádio CBN Amazônia, ontem (4), o secretário afirmou que ao invés de relatar os episódios que envolvem homicídios, tentativas, tiroteios, assaltos, furtos, agressões e quejandos, nós, os profissionais da comunicação, deveríamos nos dedicar à ‘cultura da paz’. Na cabeça dele, seria o suficiente para que a violência retroagisse.
Convergência temática
Soa inacreditável que uma autoridade pública chegue a uma conclusão tão absurda sobre tema de tamanha gravidade. Mas antes de falar sobre a desfaçatez por trás das declarações do Sr. Thomas, quero tratar de outro episódio, também no âmbito da segurança pública. Vamos a ele.
Fato inusitado
Um rapaz de 20 e poucos anos de idade entrou ontem à noite na Central de Flagrantes, se dirigiu ao balcão de atendimento e colocou sobre ele uma trouxinha de cocaína. Feito isso, pediu para ser preso.
Drama cotidiano
Não restou aos agentes de plantão alternativa senão a de prender o rapaz. Em depoimento à reportagem da ContilNet, ele afirmou ser dependente químico, antes de confessar que há dias tentava ser detido pela polícia.
Com toda razão
Sem casa onde morar e as refeições regulares de que todos necessitamos diariamente para sobreviver, o pobre-coitado calculou que no presídio teria um teto e comida de graça. E ele não está errado, como sabemos.
Relato surpreendente
Como naquele desenho animado em que o personagem principal faz tudo para ser preso e não consegue, Artur – esse é o nome dele, conforme matéria publicada neste portal –, contou que na tentativa de ser detido e encaminhado ao presídio, chegou a quebrar as portas de vidro de um banco e de uma loja, além da janela de um carro. Ainda assim teve que levar uma porção de cocaína à delegacia para passar a noite lá.
O buraco é mais embaixo
A primeira coisa que um desavisado poderia supor é que a polícia não está fazendo seu trabalho, uma vez que o autor de três atos de vandalismo teria ficado impune. Não este colunista, por saber que a polícia anda muito ocupada com tantos homicídios e tentativas de homicídios, tráfico de drogas, tiroteios e etc., para poder – dentro de suas carências – dar cabo de tudo o que tem acontecido na Capital e nas cidades do interior do estado.
Não sejamos levianos
Seria leviandade cobrar daqueles que arriscam suas vidas todos os dias – e muitas vezes com armas antigas, munição insuficiente, ausência de coletes balísticos e viaturas sem combustível –, o resultado para o caos em que se transformou o Acre no setor da segurança pública.
Eis com o que devemos lidar!
Ainda assim, vemos que o secretário de Segurança Pública, incapaz de cobrar do governador Tião Viana que cumpra a sua obrigação de contratar os aprovados no concurso da Polícia Civil, e tome outras providências capazes de aumentar a eficácia das polícias, resolve sair-se com a leviana declaração de que a violência é culpa da imprensa.
Imagine só
Imagine o leitor se este colunista e outros profissionais da comunicação resolvessem dizer ao Sr. Thomas como ele precisa fazer o seu trabalho – e que o fazendo de outra maneira está a contribuir com o aumento da insegurança pública no Acre… Sim, no mínimo ele ficaria melindrado.
Besteirol oficial
Mas não foi bem melindre que senti ao me deparar com as opiniões do Sr. Thomas sobre o trabalho da imprensa. Foi estupefação mesmo! Afinal de contas, o nosso secretário acha que não precisa combater a criminalidade – cabe à imprensa fazê-lo através de uma ‘cultura de paz’. Quanta bobagem, Deus do céu!
Certo ou errado?
Certamente o Sr. Thomas concorda que as delegacias de polícia diminuam o horário de atendimento ao público, conforme determinou o governador e chefe Tião Viana, e com certeza também endossa as decisões daquele de repassar à Secretaria de Comunicação o dobro de recursos que destina às atividades da Polícia Militar.
Uma pena
Em suma, essas são as opiniões que eu gostaria de ouvir do secretário, mas infelizmente não fui eu quem conduziu a entrevista na rádio CBN, onde faria questão de lhe perguntar a respeito desses temas.
Elementar, meu caro Thomas
Certamente o secretário de Segurança Pública não gosta da imprensa. É a conclusão óbvia a que se pode chegar depois do que ele disse na rádio CBN Amazônia.
Razão lícita
Como ele, eu também me reservo o direito de emitir opiniões – ainda que o faça com o cuidado de não parecer um tolo diante dos meus leitores, não obstante muitos acharem, por questões políticas, acredito, que eu sou o maior entre todos os tolos. E uma das minhas opiniões é que o secretário deplora o trabalho da imprensa porque sua pasta negou, semanas atrás, que as armas da delegacia de Brasileia não tinham sido furtadas e acabou, por sua vez (e definitivamente!), desmentida pelos fatos reportados pela maioria dos veículos de comunicação do Acre. Simples assim.
Sugestão da coluna
O Sr. Thomas não precisa gostar do meu trabalho para fazer o seu. E tudo o que lhe peço é que cumpra seus encargos funcionais da melhor maneira possível, impedindo, assim, que tenhamos, nós da imprensa, de retratar a realidade assustadora em que se transformou o Acre. Essa é, afinal de contas, a única forma de nos calar.
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Acre
PM recuperou mais de 570 veículos no Acre em 2022, aponta balanço
Durante o ano, foram recuperados mais de 570 veículos roubados ou furtados, além de 542 armas de fogo apreendidas e 1.764 apreensões de drogas.
Mais de 570 veículos, furtados ou roubados, foram recuperados no Acre em 2022. É o que aponta o balanço operacional divulgado pela Polícia Militar do Acre esta semana.
Ao todo foram 10.560 operações realizadas, mais de 230 mil pessoas abordadas, 542 armas de fogo apreendidas, 1.764 apreensões de drogas e 6.984 pessoas conduzidas à delegacia.
Além dos números relatados, A PM-AC também inciou a operação ‘Sentinela’.
Confira os dados comparativos entre 2021 e 2022
- Mortes violentas no Acre tiveram aumento de 21%
95 em 2021
236 em 2022 - Em Rio Branco houve diminuição de 10%
107 em 2021
96 em 2022 - Roubos diminuíram em Rio Branco 20%
2.348 em 2021
1.872 em 2022 - Roubos diminuíram no Acre 19%
2.534 em 2021
2.055 em 2022 - Furto de veículo subiu em 1%
247 em 2021
249 em 2022 - Roubo de veículos diminuiu em 35%
728 em 2021
471 em 2022
O comandante geral da PM-AC, coronel Luciano Dias, afirmou que no ano de 2023 o objetivo da corporação é se aproximar cada vez mais da comunidade com programas sociais e operações que visem a proteção da população.
“O policiamento comunitário na proximidade com a comunidade, avançando em postos de policiamento móveis, operações como operação ‘Sentinela, o ‘Vizinhança Solidária’, ‘Maria da Penha’, programas do PROERD, do policiamento escolar. Então é se aproximar cada vez mais da comunidade a fim de aumentar a sensação de segurança e também de poder ampliar a vigilância e atuar fortemente. Esse é o foco prioritário do nosso plano estratégico que envolve todas as unidades da Polícia” explicou.
Operação Sentinela
A “Operação Sentinela” foi deflagrada durante a solenidade e está prevista para ocorrer, inicialmente, em toda Rio Branco. A ação policial agregará todas as unidades operacionais de área, especializadas e comunitárias da instituição, tendo como viés uma aproximação maior com a comunidade.
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Operação Sentinela foi deflagrada durante a solenidade em que foi divulgado o balanço de 2022 — Foto: Reprodução/Asscom
*Estagiário sob supervisão da jornalista Tácita Muniz.
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Acre
Servente geral é perseguido e baleado dentro de escola no interior do Acre
Servidor buscou abrigo dentro da Escola Jader Saraiva Machado, em Porto Acre, onde trabalha. Ele levou dois tiros e foi socorrido pelo Samu. Direção do colégio informou que não havia alunos no momento do crime.
Um servente geral terceirizado da Escola Jader Saraiva Machado da cidade de Porto Acre, interior do estado, foi perseguido e baleado duas vezes dentro do colégio na manhã desta quinta-feira (26). O crime ocorreu quando os servidores chegavam para trabalhar.
Não havia alunos da escola no momento do crime.
Segundo a Polícia Militar (PM-AC), testemunhas relataram que os suspeitos aguardavam o servente em frente ao colégio. Ao perceber a presença dos criminosos, o homem teria buscado abrigo dentro da escola, mas foi alcançado e baleado pelo menos duas vezes no tórax.
Colegas de trabalho da vítima acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a PM-AC. Os criminosos fugiram antes da chegada das equipes.
O homem foi levado para o hospital da cidade consciente. A PM-AC informou que o servidor tem passagem pela polícia e já cumpriu pena por furto qualificado.
A direção do colégio informou que a escola está aplicando provas de recuperação para alguns alunos. O último dia de aula seria nesta quinta, mas o encontro foi adiado para segunda-feira (31).
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Acre
Promotor discorda de decisão do júri e decide recorrer da absolvição de policial federal
Por Saimo Martins
Logo após o fim do julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco, na Cidade da Justiça, o promotor de Justiça do Ministério Público, Teotônio Rodrigues Júnior, declarou que já protocolou um recurso para recorrer da decisão do júri que absolveu o Victor Campelo Manoel Fernandes, pela morte do estudante Rafael Chaves Frota, 26 anos, em julho de 2016.
Rodrigues contestou a maioria dos jurados que alegaram que houve legítima defesa nos disparos que vitimou o estudante. “Não é caso de legítima defesa. Entendemos que os tiros em local fechado cheio de pessoas não configuram a defesa”, declarou.
O representante de acusação do Ministério Público, adiantou que o recurso já foi aberto nos termos do artigo 593. A decisão de absolvição ocorreu por 4 votos a 3 e foi lida pelo juiz Alesson Braz.
A acusação foi representada pelo promotor de Justiça Teotônio Rodrigues Júnior. Já a defesa do acusado foi feita pelos advogados Wellington Frank dos Santos e Matheus da Costa Moura.
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