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Quase 500 grávidas estão infectadas com Covid-19 no Brasil

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Regivane Mafra estava grávida de 7 meses quando contraiu coronavírus – Foto: Arquivo Pessoal/ Regivane Alves

Daniel Mota, da CNN

Os planos do casal Emerson Rebelo e Daise Cardoso Rebelo, ambos de 34 anos, para a chegada da filha Ester Daise foram interrompidos pela Covid-19 quando faltavam apenas dois meses para a criança nascer. Daise foi infectada pelo novo coronavírus com 34 semanas de gestação, fragilizada pela doença, a bebê precisou ser retirada para salvar a vida de mãe e filha.

A menina morreu cinco dias depois e a mãe também não resistiu e faleceu no domingo passado (24), vinte dias depois da filha. Um levantamento da CNN junto ao Ministério da Saúde e Secretarias estaduais mostra que o novo coronavírus infectou 484 grávidas no Brasil, desde o início da pandemia e 36 morreram em decorrência da doença.

Para Emerson, a saúde da esposa e da bebê se agravou porque houve demora no atendimento médico e negligência nas maternidades e em postos de saúde de Manaus, por onde a mulher passou. Ele conta que quando a esposa apresentou os primeiros sintomas da Covid-19, procurou dois postos de saúde e em nenhum ela foi encaminhada para um hospital e nem foram feitos exames específicos para detecção da doença.

“Depois que fomos aos dois postos médicos e eles só deram remédios para ela tomar. E como ela só piorava, fomos à maternidade Nazira Daou, onde fizeram o exame de Covid-19 nela e deu positivo e a internaram”, disse.

Emerson alega que houve negligência na maternidade e que mesmo o quadro de saúde da esposa se agravar, ela foi transferida para outra maternidade.

“Os dias que ficou na primeira maternidade ela só teve visita de médico uma única vez e a maternidade só tinha leitos infantis. Resolveram mandar ela para maternidade Ana Braga, a entubaram e depois tiraram a criança”, conta.

A criança morreu no dia 5 de maio e a mãe vinte dias depois sem ter visto a filha. Ela também não soube que a criança faleceu. “Demoraram muito para tirar a bebê e a menina nasceu muito ruinzinha, muito doente. Minha esposa lutou muito para sobreviver, mas não conseguiu. Trabalhava na saúde, como farmacêutica, ajudou muita gente e quando precisou de socorro, não teve”, lamenta Emerson.

Emerson ficou sozinho para cuidar dos outros dois filhos do casal, de 4 e 5 anos de idade. “Agora sou eu para tudo. Tenho que cuidar das crianças que ficaram sem a mãe, não estou trabalhando, porque eu sou motorista e tive que deixar o trabalho da cuidar da minha esposa e agora resta cuidar de nossos filhos que só tem a mim”, comentou.

Em nota à CNN, a secretaria estadual de saúde do Amazonas a maternidade Ana Braga tomou medidas necessárias salvar mãe e filha.

“Com o agravamento do quadro clínico, foi necessária a realização do parto com 35 semanas de gestação. Devido a prematuridade associada a pneumonia e desconforto respiratório, o recém-nascido veio a óbito após quatro dias de vida.  A direção da Maternidade Ana Braga ressalta que todas as medidas foram realizadas para a manutenção da vida e a pronta recuperação da paciente e que solidariza com a dor da família”, diz a nota.

Viajou mais de 800 km pra não morrer

De Tocantins, distante 870 quilômetros de Manaus,  a dona de casa Relnice Mafra viajou com a filha, a técnica de enfermagem Regivane Mafra, 28, em busca de socorro médico. Regivane, estava gravida de sete meses e após apresentar sintomas da doença, a família procurou hospitais da cidade e só depois foi levada para uma maternidade de Manaus, após conseguir uma vaga em uma uti área que tinha ido buscar outro paciente no município.

Em Manaus, a família alega que a grávida passou por um hospital de campanha e duas matérias e no dia 20 deste mês, faleceu. O bebê também não sobreviveu.

“Levamos ao hospital três vezes, mas cada vez mais piorava o quadro dela. Ai quando já estava no décimo dia a levei de novo para o Hospital e só aí então internaram ela para fazer o tratamento. Depois conseguimos uma vaga em uma uti aérea que tinha ido lá na nossa cidade buscar outra paciente e viemos para Manaus”, conta a mãe da gravida, Relnice Mafra.

“Foi muito triste porque ao respirar ela fazia muita força e com isso houve una ruptura ou descolamento de placenta, só então levaram ela pra maternidades Ana Braga aqui em Manaus e depois ela ainda foi levada para outra maternidade, onde morreu e a criança também já tinha morrido ainda na barriga dela. O nome dele era Gael”, lembra Relnice.

Amazonas tem 4 mortes sob investigação

A secretaria também respondeu à CNN que desde o início da pandemia foram registradas 4 mortes de grávidas com suspeita de infecção pelo novo coronavírus e que o os casos estão sob investigação. Não há informação sobre o número de mulheres infectadas pela Covid-19.

Na cidade de Fundão, no Espírito Santo, a Covid-19 também interrompeu os planos do casal Antônio Carlos Bruno da Silva e Daiane Galvão, de 25 anos.  Ela estava gravida de sete meses de Ághata Letícia e, após ser infectada pelo novo coronavírus, foi submetida a uma cesárea às pressas para salvar a vida de mãe e filha. Daiane não resistiu. Aghata, nasceu prematura e está internada.

“A bebê está internada para ganhar peso e está indo bem. Agora é preciso ser forte para criar minha filha e passar por essa situação e poder dizer para ela que sua mãezinha foi morar no céu e que ela ficou aqui, que é uma guerreira por ter sobrevivido no momento difícil como esse”.

MS diz que casos são menos de 1%

Segundo o Ministério da Saúde, o número de mulheres gestantes infectadas pela doença representa 0,9% do número de contaminados pelo novo coronavírus até o último dia 24.

Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde disse há 15 casos confirmados de Covid -19 e que há 22 em investigação nos hospitais da rede que dispõe de maternidade na capital do estado. Segundo a secretaria, não há registro de mortes na rede municipal.

“Quando as mães recebem alta das maternidades são orientadas sobre os cuidados com o novo coronavírus, principalmente, sobre a higienização e a necessidade do isolamento social. Todas são encaminhadas para o atendimento pós puérpera e pediátrico em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua casa”, diz em nota.

Febrasgo

A Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) diz que as implicações da infecção sobre a gestação ainda não são totalmente conhecidas. E aponta que a interrupção por Covid-19 pode ser necessária em casos graves para melhorar a oxigenação materna.

“Até o momento, não há dados que sugiram que a infecção seja causa de aborto, de malformação fetal ou de outras complicações obstétricas. O momento da interrupção deve seguir as mesmas recomendações da gestante não infectada. Sempre que possível o nascimento do bebê deve ser adiado caso a gestante apresente queixas respiratórias”, explicam os médicos ginecologistas Alberto Trapani e  Sheila Koettker Silveira.

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Moradores do campo ainda são mais afetados por insegurança alimentar

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Responsáveis pela produção de cereais, carnes, frutas, verduras, oleaginosas e legumes, os moradores da zona rural continuam enfrentando mais insegurança alimentar do que quem mora nas cidades brasileiras.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, referentes ao último trimestre de 2023, mostram que enquanto a segurança alimentar das áreas urbanas atinge 73,3% dos lares; no campo, esse percentual cai para 65,5%.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A insegurança alimentar leve atinge 21,8% dos domicílios rurais (contra 17,7% nas cidades). O mesmo ocorre com os graus mais severos de insegurança.

A insegurança alimentar moderada afeta 7,2% das famílias no campo (contra 5% nas cidades), enquanto a insegurança grave atinge 5,5% dos lares da zona rural (contra 3,9% dos domicílios urbanos).

Metodologia e conceito

A metodologia da pesquisa incluiu um questionário sobre a situação alimentar do domicílio nos 90 dias que antecederam a entrevista. A classificação é feita em quatro níveis, segundo a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar.

O grau de segurança alimentar demonstra que aquela família tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente. A insegurança alimentar leve representa preocupação ou incerteza em relação aos alimentos no futuro, além de consumo de comida com qualidade inadequada de forma a não comprometer a quantidade de alimentos.

A insegurança moderada significa redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre os adultos.

Enquanto a insegurança grave demonstra uma redução quantitativa de comida e ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, incluindo as crianças.

Apesar de ainda seguir a tendência histórica de apresentar mais insegurança alimentar que a cidade, o campo apresentou, no ano passado, sua melhor situação desde que o levantamento começou a ser feito pelo IBGE, em 2004, tanto em relação à segurança alimentar quanto em relação às inseguranças moderada e grave.

A pesquisa anterior, realizada em 2017 e 2018, por exemplo, apontava para a segurança alimentar em 53,6% dos lares da área rural. As inseguranças moderada e grave afetavam, em 2017/2018, 12,2% e 7,1% dos domicílios rurais, respectivamente.

Percentual de brasileiros em insegurança alimentar Percentual de brasileiros em insegurança alimentar

Abastecimento

Segundo o pesquisador do IBGE Andre Martins, a questão da insegurança alimentar no campo é derivada de uma série de fatores, que incluem o abastecimento.

“Você tem que ter o acesso aos alimentos, tem que conseguir chegar até os alimentos. Tem também a questão do rendimento, que é muito associado à segurança alimentar. E os padrões de rendimento da área urbana são maiores do que nas áreas rurais. Muito embora na área rural tenha a produção dos próprios alimentos, o que não conseguimos ver na área urbana”, explica o pesquisador.

A pesquisa do IBGE, aliás, mostra que o rendimento é um elemento fundamental para a garantia da segurança alimentar. Enquanto os domicílios com renda mensal per capita de um quarto do salário mínimo são apenas 8,3% dos lares brasileiros, eles representam 24,1% daqueles que apresentam insegurança alimentar moderada ou grave.

Já as famílias com renda per capita com mais de dois salários mínimos representam 21,1% do total do país, mas são apenas 2,6% daqueles que apresentam insegurança alimentar moderada ou grave.

Crianças e adolescentes estão mais sujeitos à insegurança alimentar do que adultos ou idosos. Segundo a pesquisa, 10,8% das crianças com até 4 anos e 11,4% das pessoas com idade entre 5 e 17 anos vivem em lares com insegurança alimentar moderada ou grave.

Entre os adultos e idosos, os percentuais daqueles que vivem em domicílios com esses mesmos graus de insegurança alimentar são os seguintes: 18 a 49 anos (9,1%), 50 a 64 anos (10%) e 65 anos ou mais (6,9%).

Diferenças regionais

Segundo o IBGE, as proporções de domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave nas regiões Norte e Nordeste são bem maiores do que as apuradas nas demais regiões. No Norte, o percentual é de 16%, mais do que o dobro do Centro-Oeste (7,9%) e do Sudeste (6,7%) e mais que o triplo da região Sul (4,7%). No Nordeste, o percentual é de 14,8%.

Entre os estados, os destaques negativos são os estados do Pará, onde 20,3% dos domicílios apresentam insegurança moderada ou grave, Sergipe (18,7%) e Amapá (18,6%).

Por outro lado, apresentam as taxas mais baixas de insegurança alimentar moderada ou grave os estados de Santa Catarina (3,1%), Paraná (4,8%), Rondônia (5,1%) e Espírito Santo (5,1%).

Gênero e cor

Nos lares comandados por mulheres, a parcela daqueles com insegurança alimentar moderada ou grave é de 10,8%, contra o percentual de 7,8% nos domicílios cujos responsáveis principais são homens. A diferença é de 3 pontos percentuais.

A disparidade no entanto, diminuiu, se compararmos com a pesquisa de 2017/2018, quando a insegurança moderada ou grave afetava 15,3% dos domicílios cujos responsáveis eram mulheres, isto é, 4,5 pontos percentuais a mais do que o observado nos lares comandados por homens (10,8%).

Há desigualdade também no que se refere à cor ou raça. Os pretos e pardos (negros) são responsáveis por 56,7% dos lares do país, mas respondem por 74,6% dos domicílios que convivem com insegurança alimentar grave.

Instrução

Em relação ao nível de instrução, os domicílios cujos responsáveis não tem instrução ou tem no máximo o ensino fundamental incompleto representam 33,2% do total de lares brasileiros.

Avaliando-se apenas os lares que enfrentam insegurança alimentar grave, aqueles que são comandados por pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto representam 58,6% do total.

Já os lares cujos responsáveis têm ensino superior completo respondem por 19,1% do total do país, mas são apenas 2,9% dentre aqueles com insegurança grave.

Fonte: EBC GERAL

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União indica Jayme para Comissão de Orçamento, a mais importante do Congresso

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Com uma larga experiência política e administrativa, o senador Jayme Campos (MT) foi indicado pelo partido União Brasil no Senado para integrar a Comissão Mista do Orçamento do Congresso Nacional. Essa comissão é responsável pela avaliação dos projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais do Governo Federal. 

“Sem dúvida, uma das mais importantes do Legislativo. Afinal, por esta comissão passam todos os recursos a serem investidos em nosso país” – frisou o senador mato-grossense, que ocupa a função pela quarta vez, já tendo sido, inclusive, relator setorial dos recursos atribuídos ao Ministério das Cidades. 

Nesta quarta-feira, 24, aconteceu a instalação e eleição da mesa de trabalhos da Comissão. Foi eleito para presidir a CMO o deputado Júlio Arcoverde (PP-PI). Também foi escolhido na ocasião o senador Ângelo Coronel (PSD-BA) para ser o relator do Orçamento de 2025, cuja peça deve ser encaminhada pelo Executivo durante o segundo semestre. 

Ex-governador de Mato Grosso, ex-prefeito de Várzea Grande e senador exercendo o segundo mandato, Jayme Campos disse que espera conseguir dar novamente sua parcela de contribuição e influenciar para construção de um Orçamento público que possa “destinar os recursos para as zonas prioritárias do país”.  Ele enfatizou que o Brasil tem muitas carências a serem supridas e que a Comissão de Orçamento tem sobre si uma grande responsabilidade “de buscar efetivamente aquilo que será bom para a sociedade brasileira”.  

De acordo com o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, em 2025, o Orçamento prevê o Produto Interno Bruto (PIB) em R$ 12,4 trilhões. O texto enviado pelo governo prevê o déficit zero nas contas públicas. Para o próximo ano, o governo poderá gastar R$ 2,1 trilhões e prevê o crescimento do país em 2,5% até 2028. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ainda prevê a taxa Selic em 6,77% ao ano para o próximo ano.

“Estamos aqui para contribuir, ao lado de tantos outros senadores experientes, e esperamos entregar a sociedade brasileira um Orçamento elaborado com muita responsabilidade” – ele frisou.

Fonte: Política

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Piruinha será julgado por assassinato nesta quinta-feira

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O contraventor José Caruzzo Escafura, conhecido como Piruinha, deve começar a ser julgado, às 13h desta quinta-feira (25), pelo assassinato do empresário Natalino José do Nascimento Espíndola, em julho de 2021. O julgamento, pelo 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, estava inicialmente marcado para o dia 9 de abril, mas acabou sendo adiado.

Piruinha, de 94 anos, está sendo julgado por homicídio qualificado. Também são acusados de participar do crime sua filha Monalliza Neves Escafura, e o policial militar Jeckeson Lima Pereira.

As investigações mostraram que Natalino José foi executado por Jeckeson, em uma emboscada, a mando de Piruinha e de sua filha, porque a família Escafura teria tido prejuízos milionários com um empreendimento da vítima.

De acordo com as investigações, os dois teriam tentado reaver o dinheiro perdido, sem sucesso, e por isso determinaram a morte de Natalino. Segundo o Tribunal de Justiça, a família de Piruinha tem envolvimento há décadas com a exploração dos jogos de azar na zona norte da cidade.

Piruinha foi preso preventivamente pelo assassinato em maio de 2022, mas desde dezembro daquele ano, cumpre prisão domiciliar, depois de ter sido internado por uma fratura do fêmur.

Fonte: EBC GERAL

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