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Quarteto que orquestrou execução frustrada em Epitaciolândia é condenado em mais de 50 anos
Penas somadas ultrapassam 50 anos de prisão; mesmo ferida por disparos de arma de fogo, vítima conseguiu fugir e foi socorrida pelo SAMU, sobrevivendo à ação criminosa
O Juízo da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Epitaciolândia condenou quatro pessoas pela prática de homicídio qualificado, na forma tentada, por motivo torpe e utilização de recurso que dificultou/impossibilitou a defesa da vítima, bem como por integrarem organização criminosa.
A sentença, da juíza de Direito Joelma Nogueira, ainda aguardando publicação no Diário da Justiça eletrônico (DJe), considerou que as práticas criminosas e suas autorias restaram devidamente comprovadas durante o decorrer do processo, sendo a responsabilização penal dos denunciados medida que se impõe.
Entenda o caso
Conforme os autos, os representados, agindo de forma conjunta, teriam tentado matar a vítima, um homem que caminhava em via pública e que foi abordado de surpresa por dois dos acusados em uma motocicleta, ocasião em que atiraram várias vezes contra o ofendido. O crime somente não foi consumado por motivos alheios à vontade dos réus, uma vez que a vítima mesmo ferida, conseguiu fugir dos seus algozes e receber atendimento de urgência do SAMU, sobrevivendo à tentativa de execução.
Segundo o Ministério Público do Acre (MPAC), os acusados seriam todos integrantes de organização criminosa com atuação no Acre, conhecida por práticas violentas e crimes contra a vida e o patrimônio da população, motivo pelo qual foram requeridas suas condenações por homicídio duplamente qualificado, na forma tentada, bem como por participação em ORCRIM.
Sentença
O Conselho de Sentença da unidade judiciária considerou, por maioria, os réus culpados, cabendo, em seguida, à juíza Joelma Nogueira, tão somente, a fixação da pena, seguindo os termos da legislação penal, em respeito ao veredicto popular.
Na fixação das sanções privativas de liberdade, a magistrada considerou o elevado grau de reprovação social das ações dos representados e sua “grave culpabilidade (…), dada a natureza da organização e sua finalidade, notadamente o planejamento de crimes de roubo e homicídio em desfavor da sociedade local”.
As penas foram estabelecidas em: 15 anos e 3 meses, 12 anos e 4 meses, 12 anos e 2 meses e 10 anos e 11 meses de prisão, todas a serem cumpridas em regime inicial fechado. Os acusados também deverão pagar indenizações individuais, no valor de R$ 3 mil, à família da vítima, totalizando a quantia de R$ 12 mil.
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Estudo revela que Brasiléia e Epitaciolândia estão dominados por facções criminosas como CV, B13 é PCC com presença ainda em 21 cidades do Acre
Os municípios da regional do Alto Acre como Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil, localizados na fronteira com a Bolívia e o Peru, tornaram-se alvos devido à proximidade com rotas de tráfico
A presença de facções criminosas tem se intensificado em toda a Amazônia Legal, afetando profundamente a segurança na região. No Acre, 21 das 22 cidades, incluindo a capital Rio Branco, registraram crescimento significativo da atuação dessas organizações a partir de 2023. Até mesmo aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas têm sido alvo de ataques das organizações no estado.
Esse fenômeno não é exclusivo do Acre, mas reflete um cenário preocupante em toda a Amazônia, com os estados da região registrando um aumento de 46% no número de municípios com presença de facções em apenas um ano, de acordo com o estudo Cartografias da Violência na Amazônia, divulgado nesta quarta-feira (11/12) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O estudo aponta que, dos 772 municípios da Amazônia Legal no Brasil, 260 têm registro da atuação de pelo menos uma facção criminosa, como o Comando Vermelho (CV), o Primeiro Comando da Capital (PCC) e outros grupos regionais. Em 2023, eram 178 cidades nessa situação.
A interiorização do narcotráfico e a busca por cidades estratégicas – como as localizadas em zonas fronteiriças do Acre com Bolívia e Peru – estão entre os principais fatores que impulsionam esse crescimento.
Os municípios da regional do Alto Acre como Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil, na fronteira com a Bolívia e o Peru, e Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Marechal Thaumaturgo, no Vale do Juruá, tornaram-se alvos devido à proximidade com rotas de tráfico, pistas de pouso clandestinas e áreas de garimpo ilegal.
Domínios territoriais
O estudo do Instituto Mãe Crioula (FBSP) – revela que o Comando Vermelho tem se consolidado como o grupo criminoso mais expansivo, com monopólio em 130 municípios da Amazônia, incluindo 22 cidades do Acre. O PCC, por sua vez, domina 28 municípios, enquanto outros 18 estão sob o controle de organizações regionais como Bonde dos 13.
Cidades de fronteira seguem sendo o principal foco do CV, enquanto o PCC mantém hegemonia em estados como Rondônia e Roraima. Além disso, grupos regionais, como o Bonde dos 40, no Maranhão, e os Piratas do Solimões, no Amazonas, continuam ativos, destacando-se por crimes como o roubo de cargas.
Infraestrutura ilegal e rotas do narcotráfico
A logística do crime organizado na Amazônia conta com apoio de pistas de pouso ilegais, muitas localizadas em áreas de preservação ambiental. Um levantamento do Map Biomas, de 2021, identificou 2.869 pistas de pouso na região, a maioria sem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
As cidades de fronteira na região do alto acre, como Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil são estratégicas para o narcotráfico e contrabando de armas por sua proximidade com os países produtores de cocaína – Bolívia, Colômbia e Peru – e pela conexão com portos, rodovias e rios que facilitam o transporte de drogas e outros contrabandos.
O FBSP considera o avanço das facções na Amazônia “alarmante” e destaca que os números podem ser subnotificados. Entre os fatores que impulsionam esse crescimento estão as alianças entre grupos dentro do sistema prisional e o recrutamento de novos integrantes por meio de rituais de “batismo”.
O estudo ressalta que a Amazônia se tornou um ponto central no trânsito do mercado de drogas, despertando o interesse das facções em controlar redes geográficas e estabelecer parcerias com grupos estrangeiros.
A única cidade acreana sem registro significativo de facções não foi divulgada, mas a pesquisa deixa claro que o desafio para conter o avanço do crime organizado é crescente e exige ações coordenadas entre os estados e o governo federal.
Na maioria dos estados da Amazônia Legal houve um aumento na presença dessas organizações, com uma tendência crescente de dominação de apenas uma facção por estado. Além disso, foram observadas mudanças no controle de algumas cidades com grupos rivais disputando o poder, o que muitas vezes agrava as tensões locais. Desavenças, como a Tropa do Castelar no Mato Grosso, um braço dissidente do CV, também foram registradas.
Nas zonas de fronteira, 83 municípios têm presença de facções, sendo 20 municípios no Acre; 1 no Amapá; 8 municípios no Amazonas; 21 no Mato Grosso; 15 em Roraima e 18 em Rondônia.
Fonte: amazonasatual
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‘Caça ao Tigre’: Operação contra jogos ilegais cumpre 29 mandados em Epitaciolândia, Xapuri, Bujari e Rio Branco
Dentre os mandados de busca e apreensão, em Rio Branco a atuação da polícia focou em influenciadores digitais que são investigados por organizar e divulgar rifas de jogos de azar. Operação ‘Hunter Tiger’ foi deflagrada nesta quarta-feira (11) no Acre e também em Alagoas e Paraíba.
A Polícia Civil do Acre deflagrou na manhã desta quarta-feira (11) a Operação “Hunter Tiger”, cumprindo pelo menos 29 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens e valores. A ação ocorreu em Rio Branco e em mais três cidades acreanas: Epitaciolândia, Xapuri e Bujari, além de contar com desdobramentos nos estados de Alagoas e Paraíba.
A operação tem como objetivo o combate a crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, exploração de jogos de azar e a realização de rifas irregulares.
Durante as diligências, foram apreendidos celulares, computadores, veículos, 150 cabeças de gado e até uma roleta usada em sorteios clandestinos. De acordo com a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Fazendários (Defaz), os mandados cumpridos em Rio Branco miraram influenciadores digitais suspeitos de organizar e divulgar rifas de jogos de azar. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
Nos municípios de Xapuri, Epitaciolândia e Bujari, a operação focou na apreensão de veículos de luxo, motocicletas e bens rurais, incluindo as 150 cabeças de gado. Esses bens foram sequestrados para fins de investigação patrimonial.
A ação foi coordenada pelo delegado-titular da Defaz, Igor Brito, e contou com o apoio do Departamento de Polícia da Capital e do Interior (DPCI) e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF). Segundo o delegado, os materiais apreendidos estão sendo analisados, e os investigados estão sendo ouvidos.
“Envolve diversas frentes de apuração, desde crimes financeiros até atividades ilícitas que têm impacto direto na sociedade”,destacou o delegado Igor Brito.
Uma prisão foi realizada durante a operação, mas, de acordo com a polícia, a detenção está relacionada a um mandado de prisão em aberto da Comarca de Manaus (AM) e não tem ligação direta com a Operação Hunter Tiger.
O nome da operação, “Hunter Tiger”, faz referência à expressão em inglês que significa “caçador de tigres” ou “caça ao tigre”, simbolizando a estratégia de busca e apreensão de bens de alto valor vinculados a crimes financeiros.
A Polícia Civil destacou que a operação segue em andamento, e novas fases poderão ser deflagradas. As informações obtidas a partir do material apreendido serão utilizadas para aprofundar as investigações sobre a atuação da organização criminosa e os crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e jogos de azar.
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ASSISTA; Mulher é assaltada e tem moto levada por dupla em Epitaciolândia
Crime aconteceu em plena luz do dia e foi registrado por câmeras de segurança
Uma mulher foi vítima de assalto à mão armada e teve sua motocicleta roubada por dois criminosos na manhã desta terça-feira (10), no município de Epitaciolândia, no interior do Acre. A ação, que foi registrada por câmeras de segurança, ocorreu por volta das 11h40, no cruzamento das ruas Geraldo Saraiva e Travessa Madre Paulina, no bairro Aeroporto, nos fundos da UBS João Paulo.
Nas imagens, é possível ver o momento em que a vítima é abordada por dois homens que chegam em uma motocicleta. O garupa desce rapidamente e, com a mão na cintura, aparentemente fazendo menção de estar armado, intimida a mulher. A vítima, assustada, levanta as mãos e se afasta, enquanto o assaltante sobe na moto e foge com o comparsa.
Logo após a dupla fugir, a mulher pede ajuda a pessoas próximas, mas não houve tempo para impedir o roubo. O crime foi registrado na delegacia de Polícia Civil de Epitaciolândia, e a Polícia Militar iniciou buscas na tentativa de localizar os assaltantes e recuperar o veículo.
De acordo com informações de moradores, a proximidade com a fronteira com a Bolívia pode ter facilitado a fuga dos criminosos. A hipótese de que os assaltantes tenham atravessado para o lado boliviano dificulta as buscas, já que o alcance da polícia brasileira é limitado fora do território nacional.
A Polícia Militar intensificou as rondas em Epitaciolândia e Brasiléia, cidades vizinhas que fazem parte da fronteira com a Bolívia. Até o momento, não há informações sobre a localização dos suspeitos ou da motocicleta roubada.
O caso reforça a preocupação dos moradores da região, que frequentemente relatam o aumento de crimes de roubo de veículos na fronteira. Muitos pedem reforço no policiamento e fiscalização nas vias de acesso à Bolívia, que têm se tornado rota de fuga para criminosos que praticam assaltos na região.
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