Acre
Pronto Socorro pede Socorro: Jornalista é brutalmente agredida por faccionado enquanto trabalhava no Pronto Socorro de Rio Branco
Fonte: Na Rota da Notícia
Funcionários da unidade de saúde relatam que sentem medo em trabalhar em um ambiente inseguro
A brutalidade aconteceu na noite desta quarta feira (02), no estacionamento de Urgência e Emergência do Pronto Socorro de Rio Branco (AC).
Segundo relatos, um jovem teria sofrido um acidente de moto ao atropelar um animal. Familiares do rapaz que não foi identificado preferiram levá-lo ao PS por meios próprios e não acionaram o Samu.
Quando o veículo tipo Fiat picape estrada estacionou no pátio do PS, dois jornalistas estavam presentes. Ao perceberem que tratava-se de um acidente, prontamente os comunicadores prestaram ajuda, colocando a vítima em uma maca para ser levado ao interior da unidade de saúde. Em seguida, a jornalista pegou seu telefone para registrar o acontecido e, inesperadamente foi brutalmente agredida a socos por um homem que acompanhava a vítima.
O fato foi presenciado por seguranças da unidade hospitalar e por diversas testemunhas, inclusive por funcionários do PS.
Após as agressões, o homem começou a ameaçar a jornalista dizendo que iria dar um tiro na cara dela, pois, ele era de facção criminosa e ninguém mexia com ele.
Muito abalada com a situação, a comunicadora foi levada para dentro do Pronto Socorro por enfermeiras que presenciaram à covardia.
A Polícia Militar foi chamada, uma guarnição foi ao Pronto Socorro, porém, o agressor que se dizia faccionado a todo momento, fugiu do local.
Fatos como esse preocupam a sociedade de bem, dias atrás um estrangeiro ameaçou uma equipe de enfermagem no corredor do PS, simplesmente porque não queria baixar o volume do celular.
Antigamente o Hospital era resguardado por uma guarnição de militares que ficavam nas dependências do PS, garantindo a paz no local.
Funcionários relataram que sentem medo, pois, o local recebe pessoas baleadas, esfaqueadas e agredidas fisicamente, ligados diretamente com a criminalidade.
Cerca de 9 vigilantes de uma empresa particular trabalham no prédio, porém, eles são contratados para resguardar apenas o patrimônio público.
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Acre
O agro é pop, mas não é tudo: Gilson Pescador faz reflexão sobre criação de gado na Reserva Chico Mendes
Onde antes caminhava o seringueiro, apressado, agora passa calmamente o vaqueiro, jogando todo mundo para os lados. Onde antes cantava o sabiá agora soa o berrante.
Com Gilson Pescador
O vídeo da boiada tocada em uma estrada de chão, por seis vaqueiros, que integra este artigo, foi gravado: a) Em qualquer estrada de Goiás; b) No interior de Rondônia; c) No coração da na , em Xapuri, no Acre e c) Nenhuma das alternativas. Adivinhe, se puder.
Após pouco mais de trinta anos retornamos ao famoso São João do Guarani, em Xapuri, na Reserva Extrativista Chico Mendes, distante quarenta e cinco quilômetros da Sibéria, bairro quente que fica na outra margem do Rio Acre.
Nas três vezes anteriores fomos e voltamos à pé, com a mochila nas costas, caminhando a maior parte do trajeto por dentro da refrigerante floresta, logo após deixar a ensolarada Estrada de Petrópolis. Em duas destas oportunidades seguimos até o Espalha, igarapé que divisa os municípios de Xapuri e Sena Madureira, a 27 Km do São João do Guarani, passando pelo Caboré e outras colocações, distando, portanto, 72 Km da cidade de Xapuri, mais ou menos, não só à pé, mas também rastejando por debaixo de túnel de tabocal (taquara grossa com espinhos pérfuro-cortantes), pelos varadouros e, às vezes, pelas varações, para encurtar a distância.
No início do mês de novembro, acompanhando um amigo que precisava pagar a promessa que fez muitos anos atrás, por uma graça alcançada, saímos de Rio Branco de carro, até Xapuri. De lá, com mais outros dois amigos, seguimos para a localidade São João do Guarani, no meio da floresta, onde se encontra um pequeno santuário em homenagem ao seringueiro que morreu acidentalmente décadas atrás, e se tornou um santo popular.
Se antes o Guarani era uma capelinha com uma cruz e um barraco de palha onde os romeiros e seringueiros que passavam estendiam suas redes, e não pegava sol tamanho o abraço da floresta, agora encontramos um local amplo, aberto, iluminado naturalmente, com uma escola muito bem conservada, com crianças aprendendo e professores ensinando e vice-versa, e um ônibus escolar novinho estacionado, tudo isto na beira de uma estrada.
No passado demorávamos dez horas de caminhada ininterrupta, subindo ladeiras e escalando barrancos úmidos, agarrando-nos nas árvores, para chegar no São João do Guarani, e dois dias a passo de seringueiro para chegar no Espalha. Hoje, a promessa se paga indo de caminhoneta com ar-condicionado, em menos de uma hora, sobrando fôlego até para contar piada, mas não há graça nenhuma.
Só falta a sinalização horizontal e vertical da rodovia, com placas indicativas de trânsito e direções, afinal já dá até, realmente, para se perder (não devido ao emaranhado de varadouros e varações), mas de acessos rodoviários para outras localidades.
O que antes era mata agora são pequenas e médias fazendas de gado nas margens direita e esquerda da estrada. A paisagem mudou. E muito. O trânsito é de enormes caminhões boiadeiros, caminhonetas e motocicletas. Em 45 km, entre Sibéria e Guarani, esbarramos com três boiadas pela estrada, tocadas por diversos peões, para um lado e para outro. E a estrada é longa. Segue em frente após o Espalha, até encontrar-se com a Transacreana, já em Sena Madureira.
Eu erraria a resposta, se não tivesse visto com os próprios olhos. O agro é pop, mas não é tudo. Onde antes caminhava o seringueiro, apressado, agora passa calmamente o vaqueiro, jogando todo mundo para os lados. Onde antes cantava o sabiá agora soa o berrante.
Se o Chico vivesse…
Quem é São João do Guarani?
O pároco da Paróquia de São Sebastião, padre Antônio Menezes conta que João do Guarani era um seringueiro da colocação do Guarani, que viveu e morreu no local há mais de 100 anos.
“Ele adoeceu e imagine aqui há mais de 100 anos. Então, não tinha médico, não tinha remédio, ele tentou sair daqui para Xapuri ou Rio Branco, mas morreu durante o percurso. Dias depois encontraram João e o corpo já estava em decomposição”, contou.
O seringueiro foi sepultado e, no local, foi colocada uma cruz em homenagem a ele. “Um tempo depois, andando aqui nesse território, homens que estavam caçando, cortando seringa, se perderam e lembraram do João que tinha morrido. Então, fizeram uma promessa, já que estavam perdidos. ‘João, alma boa, ajuda-nos a sair desse imprensado, ajuda-nos a sair daqui’. E não é que o caminho se abriu diante deles, milagrosamente. Então, eles saíram e falaram para os outros o que tinha acontecido.”
A fama cresceu e, a partir daí, fiéis do município e de outras partes do estado passaram a ir ao local onde o seringueiro está enterrado para fazer pedidos e pagar promessas.
Quem tem a promessa alcançada, acende velas na cruz e deixa dentro da capelinha um objeto relacionado a algum problema resolvido ou uma graça recebida.
Em um lugar onde a história e a crença são reavivados, os fiéis têm uma oportunidade de ter um contato maior com a natureza. “Temos os santos da floresta e São João do Guarani é um deles, é o grande protetor dessa comunidade, dessa igreja, desse povo, crianças, jovens, senhores e senhoras. Então, o povo desta comunidade recorre a esse Santo”, relatou o padre Antônio Menezes.
As celebrações mistura tradição e novidade com uma procissão no meio da floresta. A cada ano, no dia 24 de junho, dia de São João Batista, a igreja Católica organiza uma celebração em homenagem a São João do Guarani.
Ele não é um Santo canonizado pela igreja Católica, mas é considerado pela comunidade do Guarani, na zona rural de Xapuri, e pelos religiosos da região, como uma alma milagrosa.
E é na Colocação Guarani que ficam o santuário e a imagem de São João do Guarani. Para chegar até lá, é preciso enfrentar mais de 40 km de estrada de terra, saindo de Xapuri.
Ano após ano, a procissão é feita em vias públicas e também pela estrada. Isso porque os fiéis percorreram uma trilha de aproximadamente 1,5 km, em meio à mata, que todo ano tem que ser aberta. Onde com louvores e orações, formando filas para atravessar o caminho por dentro vegetação densa dentro da reserva Chico Mendes .
Veja vídeo:
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Acre
Arroz caldoso de rabada no tucupi e jambu do Acre é apresentado na Arena gastronômica da Festuris, em Gramado
Uma receita especial do Acre, de arroz caldoso de rabada no tucupi e jambu foi apresentada na Arena Gastronômica da Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris), neste sábado, 9, na Serra Gaúcha (RS). A apresentação aconteceu com apoio do governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete), em parceria com o Instituto Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Ieptec).
As diversas apresentações e exposições também acontecem por meio de parceria do Programa REM (Redd Early Movers), Sindicato da Indústria de Produtos Alimentares, por meio da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/AC).
Rafael Frois, natural de Belo Horizonte (MG), contou que é professor de Turismo e Gestão Desportiva do Lazer, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul. Como professor, ele explica que a gastronomia está inerente ao turismo.
“Hoje não tem como você falar de turismo sem falar de gastronomia, porque a prática alimentar é uma coisa fisiológica, todo mundo precisa comer. Então, é a forma de contato mais direto que você tem com qualquer cultura que você for visitar. A região em que estamos, por exemplo, tem fama nacional relacionadas à produção agrícola da uva, a questão do gado, do chimarrão, tudo é prática alimentar”, explicou.
Como espectador da aula do professor Ivonaldo, Rafael conta que a experiência é positiva porque mostra outras possibilidades do turismo gastronômico em diferentes regiões:
“Fiz questão de vir aqui no espaço porque o Acre ainda é um pouco divulgado quando você pensa nos grandes destinos do Brasil. É importante estarem sempre vindo nessas feiras e fiquei muito curioso porque o tucupi eu já conhecia, e associava ao Pará, mas eu não sabia dessa relação do Acre e também com a rabada, para mim, é novidade. É uma possibilidade para o turista ir para lugares também menos massificados. Achei muito interessante e tem muita potência”, destacou Rafael.
Responsável pelo prato especial do Acre, o chefe e professor da Escola de Gastronomia e Hospitalidade Miriam Assis Felício (Ieptec), Ivonaldo Portela Filho, disse estar satisfeito com os resultados alcançados:
“É incrível poder fazer essa apresentação de um prato típico do meu estado que eu tanto amo, com ingredientes tão especiais. E aqui na feira a gente tem um público imenso, com um público nacional e internacional que experimentaram o nosso arroz, o tucupi, o nosso jambu e todos eles ficaram maravilhados, parabenizaram pelo sabor e pela apresentação. Inclusive, teve até uma salva de palmas e eu me senti honrado por isso. Fico até sem palavras, é mais do que uma honra poder representar o Acre aqui em Gramado”, disse o chefe.
Gastronomia e turismo: combinação perfeita
Juliana Ustra, curadora da Arena Gastronômica da Festuris destacou o interesse por conhecer o prato acreanos com ingredientes diferentes daqueles encontrados no Rio Grande do Sul. Para ela, o espaço possibilita uma troca cultural rica e é necessário esse compartilhamento de experiências e sabores.
“Temos aqui uma diversidade, sabores de origens diferentes, que conecta com pessoas diferentes que trazem saberes e influências distintas. A gastronomia reúne pessoas e ela atrai a atenção para outros negócios que estão nesse entorno e eu acredito que o Acre veio aqui então representando essa diversidade, a cultura indígena, essa brasilidade que a gente sabe que existe no estado”, expressou.
“Estamos muito felizes de estar aqui apresentando os nossos destinos e a gastronomia do Acre, um estado rico em biodiversidade e culturas. Estão todos convidados a visitar o nosso estado”, convidou Jackson Viana, chefe do Departamento de Gestão de Turismo da Sete.
“O Acre existe e muito bem e a apresentação do nosso prato regional é uma das formas que a gente trouxe para familiarizar as pessoas com a nossa culinária. Então, vamos ter o prazer de experimentar um pouco do que a gente tem de bom. E aproveito para convidar a todos para conhecer o nosso estado, estamos preparados para recebê-los com todo carinho”, destacou Ialey Azevedo, secretário de Turismo e Empreendedorismo em exercício.
Receita
O arroz caldoso de rabada com tucupi do chefe Ivonaldo Cardoso Filho leva os seguintes ingredientes: Rabo bovino assado em forno, temperado com alho, pimenta do reino, coentro, louro, shoyo e molho de soja e molho inglês. Asse por 1h30 a 2h, com papel alumínio fechado, a 180 C.
Em seguida, refogue chicória, cebola, alho, coentro e cebolinha. Após assado, desfie a carne do rabo, e cozinhe o rabo no tucupi por pelo menos 30 minutos. Em seguida adicione o jambu cozido e espremido o excesso de água. Por último, acrescente o arroz previamente preparado ao gosto. E está pronto o prato do chefe.
Fonte: Governo AC
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Acre
Membros da governança realizam formação sobre repartição de benefícios em projetos de REDD+ Jurisdicional
Com colaboração de Ana Thais Cordeiro
O governo do Acre, por meio do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC), realizou três dias de formação com foco nos princípios e práticas da repartição de benefícios em projetos de REDD+ Jurisdicional junto aos membros da governança do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa).
A oficina, que iniciou na última quarta-feira, 6, encerrou na tarde desta sexta-feira, 8, contou com a participação prioritária dos membros suplentes da sociedade civil organizada, que integram a Comissão Estadual de Validação e Acompanhamento (Ceva), Câmara Temática Indígena (CTI) e Câmara Temática de Mulheres (CTM), ambas instâncias de governança do Sisa.
Gestores e Técnicos do poder público, que também integram as instâncias de governança, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Secretaria dos Povos Indígenas (Sepi), Companhia de Desenvolvimento e Serviços Ambientais (CDSA) e da Unidade de Coordenação do Programa REM, na Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), participaram da formação.
A palestrante e especialista em financiamento de carbono do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Milena Terra, explica que o Estado do Acre se prepara para acessar novos financiamentos climáticos e ao longo desse processo, um dos principais reinvindicações dos membros da governança foi a realização da formação sobre o processo de atualização da repartição de benefícios.
“Esse mecanismo vem beneficiando povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares nos últimos doze anos, mas precisava passar por atualizações e alinhamento aos padrões internacionais. Então, o IMC e a Sepi, com apoio do PNUD, realizamos a capacitação sobre repartição de benefícios para que os membros da governança e os técnicos do Estado estejam aptos a contribuir nesse processo de atualização”, destaca a consultora.
O líder do povo Yawanawa, Tashka Peshaho Yawanawa, ressalta a importância da capacitação para que as lideranças indígenas entendam as atualizações dos projetos do Sisa e propaguem a informação dentro das comunidades. Ele destaca ainda, que a participação dos povos é imprescindível dentro do debate das diretrizes da repartição de benefícios, pois, detêm um papel fundamental na conservação das florestas.
“No Estado do Acre, somos 36 povos indígenas, divididos em diversas terras indígenas. A nossa contribuição é muito importante porque em todos os acordos internacionais, prevê a participação dos povos indígenas, porque são povos nativos que moram nas terras amazônicas desde os tempos imemoriais e tem um papel crucial na conservação das nossas florestas”, enfatizou Tashka Yawanawa.
A coordenadora da Ceva, da ONG SOS Amazônia, Daniela Dias, ressalta que a oficina de formação é um momento crucial para garantir participação social e transparência dentro da execução das políticas públicas do SISA.
“Através da oficina, os membros da governança conseguem compreender o que tem sido executado dentro dos projetos do Sisa, além de pensar em formas de melhorar esse processo e fazer com que ele seja muito mais participativo e efetivo para manter a floresta em pé, e também manter a dignidade dos povos indígenas, bem como nas comunidades tradicionais, dos ribeirinhos, extrativistas e agricultores familiares”, explica a coordenadora.
A representante da Câmara Temática de Mulheres, Renilda Santana, mais conhecida como Branca, destaca que os participantes puderam desenvolver uma compreensão aprofundada das diretrizes de repartição de benefícios.
“As membras da Câmara Temática de Mulheres puderam discutir o que é de interesse para a nossa comunidade. Estou muito grata por estar aqui, aprendendo, dialogando, passando meus conhecimentos. Essa iniciativa fortalece ainda mais a governança do Sisa.”
O líder indígena e membro da Câmara Temática Indigena (CTI), Lucas Manchineri, reforça a importância da participação dos membros da governança nas tomadas de decisões dos projetos do Sisa.
“Essa oficina mostra a importância da participação dos povos indígenas nas tomadas de decisões dos projetos do Governo do Acre, de forma que cada comunidade possa contribuir com os seus conhecimentos na atualização da repartição de benefícios.”
Saiba mais
Criado pela Lei Estadual nº 2.308/2010, o Sisa é uma política pública ambiental adotada pelo Estado do Acre que reúne estratégias e instrumentos que beneficiam quem produz com sustentabilidade e conserva o meio ambiente. As ações são guiadas pela transparência, participação social e compromisso técnico científico, exercidos por meio da Ceva, Câmara Temática Indígena e de Mulheres (CTI e CTM) e do Comitê Científico, ambos sob a coordenação técnica do IMC. Acesse e confira todas as atas das instâncias de governança do Sisa.
Fonte: Governo AC
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