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Procurador alerta sobre infiltração do crime organizado nos Poderes

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O procurador também considera o crime um dos mais graves investigados pelo MP e uma tentativa de afronta do PCC

Procurador afirma que caso de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach revela infiltração do crime organizado nas esferas de Poder. Foto: PC-SP/Divulgação

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, avaliou nesta segunda-feira (17) que a morte do delator do PCC alerta para a penetração do crime organizado não apenas na polícia, mas em diversas outras esferas de poder. Nesta manhã, o Ministério Público de SP denunciou à Justiça seis pessoas pelo assassinato de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach.

“Esse alerta não diz respeito ao ingresso do crime organizado só em forças policiais. A gente está vendo em estruturas de governo. Nós vimos no caso dos ônibus aqui na Prefeitura de SP, nós vimos em tentativas no processo eleitoral. Isso foi investigado muito por nós e foram barrados muitos candidatos com alguma ligação com o crime organizado”, disse.

Ele ainda afirmou que o Ministério Público e o Tribunal de Justiça também não estão isentos aos ataques. “Nós tivemos casos aqui de estagiário, uma que tentou ser estagiária do MP, que era a ‘patroa do crime’, uma CAC que dava aula para as pessoas. Toda a estrutura do Estado, se não se organizar, com apoio da sociedade e de todos os órgãos, e entender que vários países passaram por isso, mas que nós temos a competência para sair disso”.

Na avaliação do procurador-geral, a solução exige uma mobilização da sociedade como um todo. Ele ainda defende que o assunto seja tratado fora do espectro político.

“Não é colocando ideologia, discussões políticas no meio de um assunto tão grave. Segurança Pública é um assunto que tem que ficar abaixo de palanque e acima de partido. Esse é o primeiro compromisso que nós temos que assumir para agir nisso. Não é privilégio da polícia militar, civil. Isso acontece no MP, no Judiciário, está acontecendo nos municípios, nas prefeituras. As questões das guardas-civis metropolitanas têm que ser muito bem tratadas dentro da sua competência constitucional para que não se tornem também uma força à disposição de algumas ações dessa natureza”, afirmou.

O procurador também considera o crime um dos mais graves investigados pelo MP e uma tentativa de afronta do PCC. “Foi escolhido o local da execução, foi escolhida a maneira da execução para dar recado para o Estado, para querer afrontar o Estado, mostrar não só que eles têm poder de força, mas como eles se vingam de pessoas que ousam trair algumas das questões que eles se envolvem. Por uma grande coincidência esse processo de homicídio é julgado pelo Tribunal do Júri. É a sociedade que vai dizer sim contra esse tipo de absurdo”.

“É emblemático que a sociedade mostra que nós somos mais organizados do que o crime organizado, que a gente tem condições de atuar de uma maneira muito mais forte”, acrescentou.

Quem era o delator do PCC

Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, envolvendo os negócios da facção na região do Tatuapé, zona leste paulistana.

Sua trajetória está associada à chegada do dinheiro do tráfico internacional de drogas ao PCC. Ele fechara acordo de delação premiada em abril do ano passado. Em reação, a facção pôs um prêmio de R$ 3 milhões pela sua cabeça.

Gritzbach era um jovem corretor de imóveis da construtora Porte Engenharia quando conheceu o grupo de traficantes de drogas de Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta. Vinícius Gritzbach foi demitido pela empresa em 2018. A empresa informa que “jamais teve conhecimento acerca dessas relações até que as investigações viessem a público”.

Foi a acusação de ter mandado matar Cara Preta, em 2021, que motivou a primeira sentença de morte contra ele, decretada pela facção. Para a polícia, Gritzbach havia sido responsável por desfalque em Cara Preta de R$ 100 milhões em criptomoedas e, quando se viu cobrado pelo traficante, decidira matá-lo. O empresário teria contratado Noé Alves Schaum para matar o traficante.

O crime foi em 27 de dezembro de 2021. Além de Cara Preta, o atirador matou Antonio Corona Neto, o Sem Sangue, segurança do traficante. Conforme as investigações, Schaum foi capturado pelo PCC em janeiro de 2022, julgado pelo tribunal do crime e esquartejado por um criminoso conhecido como Klaus Barbie, referência ao oficial nazista que atuou na França ocupada na 2ª Guerra, onde se tornou o Carniceiro de Lyon.

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Brasil

Ex-primeira-dama do Peru pede asilo na embaixada do Brasil após ser condenada à prisão em caso envolvendo a Odebrecht

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Nadine Heredia e o marido, Ollanta Humala, foram condenados a 15 anos de reclusão por lavagem de dinheiro. Ex-presidente foi preso nesta terça-feira logo após a sentença

Nadine entrou na embaixada brasileira antes da divulgação oficial da sentença (Foto de 2016).Reprodução / Facebook

Zero Hora

A ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, solicitou asilo na Embaixada do Brasil em Lima nesta terça-feira (15). As informações são do portal g1.

Ela e o marido foram condenados a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, em um caso envolvendo a construtora brasileira Odebrecht (atualmente Novonor) e o governo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Peru, Nadine entrou na embaixada brasileira pela manhã, antes da divulgação oficial da sentença.

Em nota oficial, a Chancelaria do Peru informou que Nadine fez o pedido de asilo “em conformidade com o estabelecido na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual o Peru e o Brasil são signatários”.

O governo peruano acrescentou que os dois países mantêm contato constante sobre o caso. O Itamaraty confirmou que a ex-primeira-dama está atualmente na representação diplomática brasileira.

Condenação

A Justiça peruana condenou Humala e Nadine por lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, o ex-presidente teria recebido US$ 3 milhões da Odebrecht e outros US$ 200 mil de Chávez para financiar suas campanhas presidenciais de 2006 e 2011.

Humala foi eleito em 2011 e governou até 2016. Em 2017, ele e Nadine chegaram a ser presos no curso das investigações.

Nadine foi acusada de participar ativamente das ações do Partido Nacionalista Peruano, fundado por Humala. De acordo com o Ministério Público, ela atuava na arrecadação de fundos e também em decisões de governo. Ela nega ter recebido qualquer quantia ilegal.

O irmão de Nadine e cunhado de Humala, Ilán Heredia, também foi condenado no mesmo processo, com pena de 12 anos de prisão.

Ao final do julgamento, realizado na Corte Superior Nacional, Humala foi preso imediatamente e levado à prisão. Uma ordem de prisão também foi emitida contra Nadine, que não compareceu à audiência.

Além da pena de reclusão, Humala deverá pagar uma multa de 10 milhões de soles (aproximadamente R$ 15,7 milhões).

Escândalo de corrupção

Humala é o primeiro ex-presidente peruano a ser julgado no escândalo de corrupção da Odebrecht, que também envolveu outros três ex-chefes de Estado do país:

  • Alan García cometeu suicídio em 2019, quando a polícia chegou à residência dele para prendê-lo
  • Alejandro Toledo foi condenado a 20 anos de prisão por aceitar propinas em troca de contratos governamentais
  • Pedro Pablo Kuczynski cumpre prisão domiciliar enquanto aguarda o desfecho das investigações

Humala venceu as eleições de 2011 ao derrotar Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. Keiko também chegou a ser presa por mais de um ano em um processo relacionado à Odebrecht, posteriormente anulado pela Justiça.

Em entrevista à agência EFE, concedida em fevereiro deste ano, Humala negou ter recebido propina da construtora e sugeriu que o dinheiro possa ter sido desviado por Jorge Barata, ex-diretor da empresa no Peru.

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Diretor da Abin depõe por quase 5 horas à Polícia Federal

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Depoimento de Luiz Fernando Corrêa terminou por volta das 20h • Lula Marques/ Agência Brasil

O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por quase cinco horas nesta quinta-feira (17). Ele chegou à sede do órgão, em Brasília, por volta das 15h, e finalizou o depoimento às 20h.

Além de Corrêa, o ex-diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, também prestou depoimento nesta quinta. Conforme a CNN apurou, o depoimento de Moretti estava na fase final por volta das 20h40.

Ambos foram intimados na última terça-feira (15) na investigação que apura um esquema de espionagem ilegal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), conhecido como Abin Paralela. Os depoimentos foram simultâneos para que não houvesse interferência nas falas dos investigados.

Os investigadores questionaram os dois sobre suposta interferência da gestão da Abin nas apurações do esquema ilegal.

Ambos também foram questionados sobre a suposta espionagem feita por agentes da Abin contra autoridades paraguaias durante as negociações de tarifas da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

A expectativa dos investigadores é encerrar a apuração, que se desenrola desde 2023, até o fim deste mês.

Fonte: CNN

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Lula cobrou diretores da PF e Abin por suposta espionagem contra o Paraguai

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: EFE/Andre Borges)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou os diretores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, e da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, para prestar esclarecimentos sobre um suposto esquema de espionagem contra o Paraguai, segundo apuração da CNN.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também participou. De acordo com pessoas próximas ao presidente, a intenção da reunião não era fazer uma acareação entre os dois diretores que são considerados adversários dentro do governo.

A reunião convocada por Lula se deu após a imprensa revelar uma operação voltada à invasão de computadores do Paraguai criada ainda no fim do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mantida no início da atual gestão, por meio da Abin.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que a operação foi autorizada em junho de 2022, mas cancelada em 27 de março de 2023 pelo então diretor interino da Abin, no início do terceiro mandato de Lula — quando a atual gestão teria tomado conhecimento do caso.

Na época, o atual diretor-geral da Abin ainda aguardava aprovação do Senado para assumir o cargo.

Apesar disso, dois agentes da Abin confirmaram à PF que o Brasil de fato realizou o ataque cibernético. A PF investiga o caso no inquérito da “Abin Paralela”.

Segundo apuração da CNN com integrantes da agência, a ação teria sido uma resposta de contraespionagem, já que o Paraguai teria hackeado o Brasil anteriormente.

Nesta quinta-feira (17), Luiz Fernando Corrêa presta depoimento à PF sobre o caso. A oitiva começou por volta das 15h e seguia em andamento até por volta de 19h.

Fonte: CNN

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