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Previdência alerta sobre o crescente déficit das contas públicas do Acre

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A busca pela preservação do equilíbrio fiscal no Acre tem sido o maior desafio econômico do Poder Executivo estadual ao longo dos últimos 20 anos, período em que o déficit atuarial da Previdência estadual e, posteriormente, a partir do ano de 2016, o déficit financeiro previdenciário ocuparam lugar central na balança do desequilíbrio fiscal.

O déficit atuarial da previdência social representa a diferença negativa entre a quantidade de recursos financeiros e patrimoniais que o fundo previdenciário deveria ter em caixa para pagar as obrigações com aposentadorias e pensões e o quantitativo real disponível em caixa para esses pagamentos. Já o déficit financeiro da previdência ocorre quando o conjunto das obrigações mensais com pagamento das aposentadorias e pensões é superior ao valor arrecadado mensalmente com as contribuições previdenciárias dos trabalhadores e com as contribuições patronais. Ou seja, ocorre quando o valor arrecadado é menor que o valor a ser pago, fazendo com que o Estado tenha que tirar dos cofres públicos a diferença a menos para assegurar o pagamento dos aposentados.

No caso do Estado do Acre, a primeira avaliação atuarial foi realizada no ano de 2005, quando foi identificado que já existia um déficit atuarial que demandava adoção de medidas legais de ajuste e implementação de um plano de amortização para tornar o fundo previdenciário superavitário. Seis anos depois, em 2011, foi registrado o primeiro déficit financeiro, que à época não comprometia a capacidade de investimentos do Estado.

No ano de 2016, com a apresentação do Relatório de Avaliação Atuarial realizada em 2015, verificou-se uma situação de agravamento tanto do déficit atuarial quanto do déficit financeiro da previdência estadual, com risco real de inscrição do Estado nos sistemas CADPREV/SIAFI/CADIN/CAUC, e de não renovação do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), que venceria no dia 5 de julho de 2016, pois nesse ano, para garantir a renovação do CRP, seria necessária a elevação das alíquotas de contribuição de 12,20% para 61,85%, cujo impacto nas contas do Estado representaria a cifra mensal superior a R$ 42,13 milhões, o que inviabiliza os investimentos públicos.

Cabe destacar que a condição de regularidade previdenciária é prevista na Lei n° 9.717/1998, que estabelece normas com finalidade de comprovar que os entes federados (União, Estados e Municípios) cumprem as exigências constitucionais e legais relacionadas à gestão do seu Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), é materializada pela emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária, que é um instrumento formal de verificação e atesto de que o Estado cumpre as exigências previstas no artigo 9 da Lei n° 9.717/1998, além de demonstrar que o ente adota boas práticas de administração, com foco na sustentabilidade do sistema previdenciário e na garantia dos direitos de seus segurados e beneficiários.

O descumprimento das exigências para emissão do CRP, nos termos da Lei Federal nº 9.717, de 1998, implica nas seguintes sanções: 1) suspensão das transferências voluntárias de recursos pela União; 2) impedimento para celebrar acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem como receber empréstimos, financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos ou entidades da administração direta e indireta da União; e 3) suspensão de empréstimos e financiamentos por instituições financeiras federais, com exceção para as transferências relativas às ações de educação, saúde e assistência social, nos termos do § 3° do artigo 25 da Lei Complementar no 101/2000.

Logo, diante do iminente risco de o Estado ficar impedido de receber recursos da União no ano de 2016, a Procuradoria-Geral do Estado ingressou com Ação Cível Originária n.° 2884 (Número Único: 4001537- 15.2016.1.00.0000) ajuizada pelo Estado do Acre em face da União Federal, com pedido de tutela liminar de urgência para que o Estado mantivesse seu direito de renovação do CRP, até o julgamento de mérito da ação, que foi realizado no período de 6 a 13 de dezembro de 2024, quando os ministros do Supremo Tribunal Federal julgaram improcedente o pedido de liminar do Estado, publicando a certidão de trânsito em julgado da ação em 13 de março de 2025, mantendo, contudo, o CRP válido até 25 de agosto de 2025.

Em razão da decisão do julgamento do mérito pelo STF, o Estado do Acre, para não ficar impedido de receber recursos da União, deverá adotar medidas para o equacionamento do déficit atuarial, que poderão consistir em: 1) plano de amortização com contribuições suplementares, na forma de alíquotas ou aportes mensais com valores preestabelecidos; 2) segregação da massa; 3) aporte de bens, direitos e ativos, observados os critérios previstos no art. 63; e 4) adequações das regras de concessão, cálculo e reajustamento dos benefícios.

Vale salientar que o desafio de solucionar o déficit atuarial e financeiro da previdência não é um problema exclusivo do Estado do Acre, outros estados da Federação também passam pelo mesmo problema, alguns inclusive com atraso no pagamento dos salários de seus servidores, por não terem conseguido solucionar o problema a tempo.

É importante destacar que, pelo potencial de evolução e agravamento dos déficits atuarial e financeiro, eles deixam de ser um problema restrito do Poder Executivo estadual, pois afeta diretamente também os Poderes Judiciário e Legislativo, e ainda ao Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública, além de impactar a sociedade como um todo, em especial os servidores públicos, motivo pelo qual deve ser enfrentado como um problema de Estado, em que todos os poderes e órgãos devem ser partícipes da solução, que exige medidas de curto, médio e longo prazo, para não comprometer a capacidade de investimentos do Estado e a manutenção da oferta dos serviços públicos essenciais.

O déficit atuarial da previdência vem se acumulando desde o ano de 1994, e na última avaliação atuarial, realizada em 2025, já representa um montante superior a R$ 17 bilhões. Por outro lado, o déficit financeiro da previdência apresenta sinais de maior gravidade que temos a enfrentar, pois nos últimos dez anos vem crescendo de forma preocupante e comprometendo cada vez mais a capacidade de investimento do Estado, pois somente no ano de 2025 deve consumir mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos, conforme se observa na figura abaixo.

Fonte: Seplan/AC

Esse agravamento do déficit financeiro da Previdência decorre da evolução gradual do número de servidores inativos (aposentados) em relação ao número dos servidores ativos, que não cresceu na mesma proporção, conforme se observa na figura abaixo.

Fonte: Seplan/AC

Os déficits, tanto atuarial quanto financeiro, continuam a crescer e requerem um plano de amortização somado a um conjunto de outras medidas para garantir a sustentabilidade financeira do regime previdenciário. Por isso, preocupada em buscar uma solução efetiva, desde o ano de 2019, a atual gestão tem adotado medidas para enfrentar o problema. Aprovou em 2019 a reforma da Previdência, implementou a partir de 2022 o regime de previdência complementar para novos servidores, incorporou novos servidores efetivos e deu início a um processo contínuo de substituição de servidores temporários por servidores efetivos nas áreas de saúde e educação.

Em paralelo, o governo também constituiu um grupo de trabalho, que desde 2021 tem estudado propostas para o desenvolvimento e implementação de novas medidas de equacionamento dos déficits, em conjunto com as ações do Conselho Previdenciário do Estado, para buscar soluções técnicas e sustentáveis a longo prazo, que garantam a sustentabilidade financeira e atuarial do regime de previdência dos servidores.

A procuradora-geral do Estado, Janete Melo, enfatiza a urgência de uma ação imediata e conjunta de todos os poderes e instituições antes do vencimento do certificado, em agosto deste ano. Sem essa ação, o Estado pode ficar impedido de receber recursos financeiros e realizar outras ações de caráter financeiro, pois o CRP é fundamental para a regularidade fiscal pública.

Pagamento em dia é prioridade

Apesar da gravidade da situação, o governador Gladson Camelí reafirma seu compromisso  em trabalhar para que não haja qualquer tipo de prejuízo ou atraso na folha de pagamento dos servidores.

“Nosso governo mantém, desde o primeiro ano da gestão, uma prioridade absoluta: o fortalecimento do funcionalismo e o pagamento em dia”, destaca Camelí, lembrando que sua gestão é a que mais contratou servidores por meio de concurso e chamada dos cadastros de reserva.

O gestor salienta que a questão da Previdência não é um problema da gestão ou apenas do Acre, mas de todos os estados brasileiros. “Trabalhamos de forma incessante por soluções dentro da realidade financeira do estado, para garantir melhorias salariais a todas as categorias, mas não podemos perder de vista a responsabilidade com a saúde financeira das contas públicas e o pagamento em dia da folha de pagamento“, diz.

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Tudo Viagem

Azul confirma fim dos voos diretos entre Rio Branco e Porto Velho

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Rio Branco não terá voos diretos pra Porto Velho a partir de agosto operados pela Azul. A venda das passagens aéreas no site da companhia está suspensa. Essa rota sem escala foi iniciada pela Azul em outubro do ano passado.

Os voos da Azul de Rio Branco para Belo Horizonte (Aeroporto de Confins) estão mantidos. As operações da companhia entre as duas capitais também foram iniciadas em outubro do ano passado.

Segundo a Azul, as mudanças fazem parte de um processo normal e programado de ajuste de mercado, e foram cuidadosamente avaliadas para garantir a sustentabilidade das rotas da companhia. Leia abaixo nota completa da Azul sobre a suspensão dos voos.

Leia nota da Azul sobre a suspensão dos voos

A Azul informa que, como parte de seu compromisso com a eficiência operacional e a competitividade no setor aéreo, a partir de julho, suspenderá os voos com origem no Aeroporto de Cuiabá para os seguintes destinos: Campo Grande (MS), Maceió (AL), Brasília (DF), Goiânia (GO) e Curitiba (PR) e Alta Floresta (MT). A Companhia continuará oferecendo mais de 61 mil assentos mensais em Cuiabá, para 9 destinos, incluindo os dois maiores hubs da Azul, Viracopos (SP) e Confins (MG), de onde os Clientes poderão se conectar com sua malha nacional e internacional.

Da mesma forma, os trechos Araxá-Patos de Minas, Santa Maria-Campinas, Pelotas-Campinas e Uberaba-Campinas também serão suspensos no mesmo mês; e a rota Porto Velho-Rio Branco, em agosto.

Além disso, a partir de 11 de agosto, a Companhia suspenderá a rota Manaus-Fort Lauderdale e o trecho Curaçao-Fort Lauderdale, da rota Confins-Curaçao-Fort Lauderdale. Já o voo Viracopos-Assunção estará suspenso a partir de setembro.

As mudanças fazem parte de um processo normal e programado de ajuste de mercado, e foram cuidadosamente avaliadas para garantir a sustentabilidade das rotas da Companhia, mantendo o equilíbrio entre oferta e demanda, sem comprometer a qualidade dos serviços oferecidos aos seus Clientes.

Os clientes impactados concedem assistência devida, em conformidade com a Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

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Vídeo: Acidente entre carro e motocicletas deixa dois feridos em Sena Madureira

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Colisão provocada por motorista em alta velocidade resultou em fratura grave em uma das vítimas; caso será investigado pelo Policiamento de Trânsito

Um grave acidente de trânsito registrado na noite deste domingo (15) deixou duas pessoas feridas em Sena Madureira, município do interior do Acre. A colisão envolveu um carro e duas motocicletas na movimentada rua Padre Egídio. As vítimas foram identificadas como Francisco Sérgio, de 42 anos, e Adriane Agustinho Silva, de 31.

De acordo com testemunhas, o condutor do automóvel, ainda não identificado, trafegava em alta velocidade e fazia manobras perigosas em zigue-zague no momento do acidente. A imprudência resultou na colisão com as motocicletas, deixando as vítimas caídas na via.

Francisco Sérgio sofreu escoriações pelo corpo e foi socorrido consciente. Já Adriane Agustinho teve uma fratura grave na perna esquerda. O impacto destruiu a motocicleta da mulher e causou danos à parte dianteira do carro.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado por populares e prestou os primeiros socorros no local. As vítimas foram levadas ao Hospital João Câncio Fernandes. Francisco permanece em observação na unidade, enquanto Adriane foi transferida na manhã desta segunda-feira (16) para o Pronto-Socorro de Rio Branco, onde recebe atendimento especializado.

A identidade do motorista do carro ainda não foi divulgada, e a ocorrência será investigada pelo Policiamento de Trânsito do 8º Batalhão da Polícia Militar. As autoridades buscam esclarecer as circunstâncias do acidente, incluindo a possibilidade de embriaguez ao volante ou outras infrações.

 

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Boliviano é preso ao tentar jogar drogas em presídio de Villa Busch

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Homem em moto sem placa foi interceptado com 45 gramas de pasta base de cocaína; material seria destinado a detento no setor prisional de Pando

Após um teste de campo realizado pelo efetivo da Força Especial de Combate ao Narcotráfico (FELCN), foi confirmado que continha 45 gramas de pasta base de cocaína. Foto: captada 

Na manhã desta segunda-feira (data), um homem de nacionalidade boliviana foi flagrado tentando arremessar um saco com drogas para dentro do Complexo Penitenciário de Villa Busch, em Cobija. O caso ocorreu por volta das 11h, em uma rua nos fundos do setor prisional de Pando.

Identificado como Julio S., o suspeito circulava em uma motocicleta sem placa quando chamou a atenção por atitudes suspeitas, sendo interceptado por agentes. Durante a abordagem, ele admitiu ter lançado um pacote verde para um detento, identificado como Rolman A. G.

A sacola foi recuperada e, após teste realizado pela Força Especial de Combate ao Narcotráfico (FELCN), confirmou-se a presença de 45 gramas de pasta base de cocaína. Julio S. foi detido e encaminhado para interrogatório, sob acusação de tráfico de drogas com o objetivo de abastecer internos.

A operação reforça a vigilância contra a entrada de substâncias ilícitas em unidades prisionais, problema recorrente no sistema penal boliviano.

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