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PF cumpre mandados de prisão contra ex-diretores da empresa Americanas
Policiais federais cumprem desde o início da manhã desta quinta-feira (27) dois mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão contra ex-diretores da empresa Americanas. Eles são acusados de participação em fraudes contábeis que chegam a R$ 25,3 bilhões, segundo a Polícia Federal (PF).

Além dos mandados de busca e apreensão e de prisão, a Operação Disclosure também cumpre o sequestro de bens e valores dos ex-diretores investigados, que somam mais de R$ 500 milhões.
As ordens judiciais foram expedidas pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, a partir de investigações da PF, do Ministério Público Federal e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com a PF, as investigações tiveram a colaboração da atual diretoria da empresa. Os policiais apuraram que os então diretores da Americanas “praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste numa operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos”.
As investigações também constataram “fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram”, informa nota da PF.
Os ex-diretores da Americanas, empresa que está em recuperação judicial. Os investigados deverão responder pelos crimes de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Fonte: EBC GERAL
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Em área de fronteira, Acre se torna rota na busca de atendimento de saúde: ‘Regulação atravessada’
Pela proximidade geográfica, pacientes de municípios do Amazonas buscam tratamento em Rio Branco. Casos recentes chamaram a atenção para fluxo de atendimentos

Transferência de bebê para Manaus ocorreu no dia 31 de outubro, por volta das 2h da madrugada. Foto: Alefson Domingos/Secom
O caso de uma família que saiu de Pauini, no interior do Amazonas, para buscar atendimento médico em Rio Branco para a filha de sete meses no fim de outubro reacendeu a discussão sobre o fluxo de pacientes no sistema de saúde acreano que, apesar de pequeno, atende também pacientes de estados vizinhos e até de países fronteiriços como Bolívia e Peru.
A pequena Isadora, filha de Raimunda Nonata Avelino e Isaías Sobrinho, diagnosticada com cardiopatia congênita grave, que faz com que o sangue não circule corretamente entre o corpo e os pulmões, precisava de cirurgia urgente.
A família, então, se deslocou por mais de 267 km para pedir atendimento na capital acreana, já que a ida para Manaus ocorre somente por avião ou barco.
Sem estrutura para o procedimento no Acre, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) conseguiu uma vaga em um centro especializado em Manaus, para onde a família foi transferida na madrugada do último dia 31 e segue até então.
“Ela está bem, mas está tendo febre. A cirurgia dela está marcada pra quinta-feira [13], mas se a febre não passar, não vai ser feita”, complementou.
O caso mostra a complexidade dos fluxos de pacientes na Amazônia, onde as distâncias entre municípios e capitais são desafiadoras e, muitas vezes, o caminho mais rápido não é dentro do próprio estado.
Atendimentos
Dados solicitados pela reportagem g1/acre à Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) apontam que, de janeiro a outubro deste ano, foram atendidos quase 50 pacientes de cidades do Amazonas:
- 23 pacientes de Envira;
- 21 de Pauini;
- 2 de Eirunepé; e
- 2 de Boca do Acre.
Deste último município, distante 220 km da capital acreana, estima-se que o número seja ainda maior, já que os pacientes costumam vir sem ser regulados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Estes são os casos que o Samu tem ciência. Porém, vem muito mais [pacientes] que ficam em casas de apoio fazendo tratamento nas unidades da capital”, complementou Necila Fernandes, coordenadora estadual do Samu no Acre.

Distância entre Rio Branco e Pauini, no Amazonas, chega a 270 km. Foto: Reprodução/Google Earth
Além dos quatro municípios citados acima, o Acre também faz fronteira com os municípios de Lábrea (ao oeste), Ipixuna e Guajará (ao leste, mais próximos de cidades como Cruzeiro do Sul).
A profissional explicou ainda que não há como ter controle dos casos que vêm por meios próprios, uma vez que muitos destes são pacientes eletivos ou que fazem tratamentos contínuos.
“A gente tem controle daqueles que vêm pela urgência. Então esses são regulados, ligam aqui no Samu ou muitas vezes nem ligam. Quando a gente menos espera, esses pacientes já estão no aeroporto e o próprio piloto, às vezes, é quem liga”, frisou.
Mais perto de Rio Branco do que de Manaus
A cidade de Pauini (AM), de onde veio os casos mais recentes, está a cerca de 270 km de Rio Branco por estrada, enquanto que para Manaus o trajeto só pode ser feito via aérea ou de barco, que pode durar até uma semana.
Por isso, é comum que famílias procurem atendimento em unidades do Acre, especialmente em cidades como Cruzeiro do Sul, Sena Madureira e Rio Branco, onde há maior estrutura hospitalar.
Situação semelhante ocorreu recentemente com uma gestante, também de Pauini, que também veio a Rio Branco para ter o filho. O bebê foi dado como natimorto após o parto, depois chorou no próprio velório. Este episódio de repercussão nacional levantou questionamentos sobre a logística de atendimento e o papel de cada estado nesses casos.
Fronteira tripla e sistema no limite
Por estar em uma região de tríplice fronteira, o Acre também recebe pacientes da Bolívia e do Peru, especialmente em municípios como Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil, quando dão entrada pelo sistema de saúde local. O Samu também não consegue quantificar o número de estrangeiros inclusos neste recorte.
Em um dos casos mais recentes, um adolescente boliviano foi atendido no Pronto-Socorro de Rio Branco após sofrer um acidente de trânsito em Epitaciolândia. Ele não resistiu e morreu 17 dias depois.
Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) seja universal e gratuito, a estrutura não é a mesma em todos os estados. A Necila Fernandes, coordenadora do Samu, destacou que o Ministério da Saúde precisa criar mecanismos específicos para regiões de fronteira, considerando o fluxo de pacientes entre estados e países.
“Às vezes esses pacientes são gravíssimos e eles, simplesmente, só colocam dentro de um avião, sem profissional de saúde, sem nada, e mandam para Rio Branco. Então é desse jeito: é uma regulação meio atravessada. Não existe, de fato, uma regulação responsável. Só colocam o paciente dentro de um avião e dizem assim: ‘tá indo para Rio Branco'”, ressaltou a coordenadora.
A assessoria do órgão federal informou que é preciso que a Secretaria de Saúde local notifique o Ministério da Saúde sobre a situação de pacientes de outros estados para que, assim, sejam adotadas políticas de apoio ao sistema local.
Enquanto isso, o Acre segue no papel de ponte humanitária para moradores do interior do Amazonas, de Rondônia e até de países vizinhos como Bolívia e Peru, em um sistema que depende da cooperação entre estados.
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Polícia Federal prende procurado da Justiça do Acre e apreende passaporte falso em operação migratória
Homem foi capturado por promoção de migração ilegal; boliviano que usava passaporte espanhol falsificado para ir à Europa também foi detido em ações de fiscalização

A prisão ocorreu na madrugada desta quarta, 12, durante controle migratório. O mandado de prisão preventiva havia sido expedido pela Justiça acreana em razão do crime de promoção de migração ilegal. Foto: cedida
A Polícia Federal prendeu um homem procurado pela Justiça do Acre em operação no aeroporto de Guarulhos e apreendeu um passaporte espanhol falsificado durante operações de fiscalização migratória realizadas entre terça (11) e quarta-feira (12). O mandado de prisão preventiva foi expedido pela Justiça acreana por crime de promoção de migração ilegal.
Em ação simultânea, os policiais federais apreenderam um passaporte espanhol falsificado apresentado por um cidadão boliviano que tentava imigrar ilegalmente para a Europa. O documento, emitido ilegalmente em nome de terceiros, foi identificado com apoio do Centro Especializado de Combate ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes (CTT) da Ameripol. O boliviano responderá pelo crime de uso de documento falso, enquanto o preso acreano foi apresentado à autoridade competente.
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Após 4h, motorista de caminhão desmaia ao ser resgatado pelo Gate
Motorista de caminhão foi sequestrado e obrigado a atravessar veículo no Rodoanel. Simulacro de bomba foi colocado em seu corpo
O motorista do caminhão que foi sequestrado no Rodoanel, na manhã desta quarta-feira (12/11), desmaiou e caiu da cabine do veículo ao ser resgatado por um agente do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar. Ele passou horas amarrado a um artefato suspeito de ser explosivo — mais tarde, a Polícia Militar confirmou que se tratava de um artefato de bomba.
Segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), três homens fugiram após obrigar o motorista a deixar o veículo atravessado na rodovia, em Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo.
O motorista do veículo informou ter sido vítima de assalto seguido de sequestro. A agência classificou a ocorrência como de “criticidade alta”. A vítima ficou por cerca de quatro horas consciente e desorientada, dentro da cabine do caminhão, envolta em fios de bomba caseira, de acordo com a Artesp.
Policiais do Gate chegaram ao local às 8h24. Um helicóptero Águia da Polícia Militar também atuou no atendimento.
O caminhão ficou atravessado na via, desde cerca de 5h30, na altura do quilômetro 44 da pista externa do Rodoanel Mário Covas (SP 021). O tráfego de veículos foi totalmente interditado no local, no sentido da Rodovia Presidente Dutra. Por volta das 9h desta quarta, eram mais de 20 quilômetros de congestionamento, segundo a SPMar, concessionária que administra o trecho da rodovia.
O caminhão é da Sitrex, empresa de logística voltada para o comércio exterior com transporte de mercadorias via rodoviária. É especializada no eixo Brasil – Bolívia – Paraguai, com atuação também na Argentina e no Chile.

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