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No Acre, 38 mortes violentas foram registradas nos 27 primeiros dias de novembro

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Média é de até duas mortes por dia; números já superam o total do mês de outubro no Estado

A maioria das ocorrências foi em Rio Branco, com registros de crimes passionais, homicídios e confrontos com as forças policiais

ASTORIGE CARNEIRO, DA CONTILNET - Com informações do G1

Estabelecendo uma média de até duas mortes por dia, os 27 primeiros dias de novembro deste ano registraram surpreendentes 38 casos de mortes violenta no Acre. A maioria das ocorrências foi em Rio Branco, com registros de crimes passionais, homicídios e confrontos com as forças policiais.

Apesar do mês de novembro acabar apenas nesta quinta-feira (30), o número de mortes já superou o total dos 31 dias de outubro. No mês passado, foram 34 mortes com características de execução. Dessas, 27 aconteceram somente do dia 1° ao dia 23 de outubro, com casos em Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Brasileia e Porto Acre.

A questão da segurança pública aumentou consideravelmente este ano com os números de ocorrências registradas, envolvendo confrontos com as forças policiais e com o conflito entre facções.

Trazendo ainda mais destaque para o assunto no Acre, o atual titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Emylson Farias, foi anunciado nesta terça-feira (28) como vice do pré-candidato ao governo do Acre, Marcus Alexandre (PT).

No evento, Farias afirmou “a força policial está no limite dela, fazendo o que é possível e impossível. Chegou a hora da política ajudar a segurança pública nesse Estado e nesse país. Vou lutar todos os dias para promover uma cultura de paz no Acre. Temos convicção de que só a política pode melhorar a situação da segurança no Brasil”, declarou Farias.

CONFIRA O REGISTRO DOS CASOS DE 1º A 27 DE NOVEMBRO NO ACRE:

1 – 7/11:

Thiago Oliveira da Silva, de 19 anos, foi morto com seis tiros na noite do dia 1º enquanto caminhava com a namorada pela rua da Manga, no bairro Mocinha Magalhães, em Rio Branco. A vítima foi atingida por ao menos com quatro disparos e morreu ainda no local. Dois homens em um carro preto chegaram atirando contra o jovem. A namorada, que estava ao lado dele, conseguiu correr.

Já Narciso de Melo Birimba, também de 19 anos, foi morto em Rodrigues Alves, interior do estado, após três bandidos armados invadirem a casa dele no dia 1°. Ele estava no quarto usando o computador, quando foi surpreendido. Os suspeitos invadiram a casa com uma arma e um facão e dispararam seis vezes. Além disso, o facão foi usado para dar um golpe no rosto da vítima.

Narciso de Melo Birimba, também de 19 anos, foi morto em Rodrigues Alves

No dia 2, Joab Pereira de Lima, de 22 anos, foi morto durante uma tentativa de assalto em um bar, no bairro Bosque, em Rio Branco. Lima, juntamente com um comparsa, invadiu o estabelecimento e rendeu o proprietário. Um sargento do Corpo de Bombeiro do Acre que estava no local reagiu e baleou os dois criminosos. Lima morreu e o comparsa conseguiu fugir.

Orleilson Mendonça da Paixão, de 24 anos, foi morto a pauladas por cinco homens após uma discussão. O caso ocorreu no dia 4 na região Marmoré, zona rural de Tarauacá. A vítima estava trabalhando quando foi importunada pelos criminosos. Paixão pegou uma espingarda e foi tomar satisfação com o grupo. Após isso, os homens partiram para cima da vítima, quebraram a espingarda dele, se armaram com pedaços de madeira e começaram a agredi-lo. Paixão não resistiu e morreu.

Entre os dias 5 e 6 sete pessoas foram mortas de forma violenta. A primeira vítima foi o agricultor Jeovací Gonçalves Santos, de 54 anos. O corpo dele foi encontrado por moradores do Ramal Galileia, na AC-40, em Rio Branco, na manhã do dia 5. Santos foi morto a golpes de terçado. Na tarde do mesmo dia, Antônio Rufino foi assassinado dentro de uma canoa a golpes de terçado, em Sena Madureira. O criminoso fugiu nadando pelo Rio Iaco.

No início da noite do dia 5, o adolescente Francisco Gabriel Bispo, de 13 anos, foi morto com um tiro no rosto no Portal da Amazônia, em Rio Branco. Dois homens em uma motocicleta atiraram pelo menos três vezes contra o garoto. Bispo morreu no local. Em Brasileia, um homem com capuz na cabeça matou Jorcicley Ferreira de Souza em uma praça da cidade. A vítima tentou correr, mas foi alcançada pelo criminoso.

Ainda no interior do estado, Joéliton de Souza Lira, de 24 anos, morreu após ser atingido com um tiro de escopeta no bairro Eugênio Areal, em Sena Madureira, no dia 6.

Já Reno Oliveira e Maike Magno morreram em confronto com a PM-AC no bairro Seis de Agosto, em Rio Branco. Os dois estavam na companhia de uma terceira pessoa, que foi baleada e levada para o hospital. O trio teria roubado um táxi e uma moto na Gameleira e na fuga os criminosos atiraram contra a polícia.

Na noite do dia 6 o jovem Marivaldo Barbosa da Silva, de 23 anos, foi morto na noite desta segunda-feira (6) com um tiro de espingarda de pressão adaptada para o calibre 22. O crime aconteceu no Centro da cidade de Jordão, no interior do Acre. Silva foi levado para o hospital da cidade, onde morreu logo em seguida. O tiro atingiu a barriga da vítima.

O corpo de Rodomilson Acácio de Sousa, de 38 anos, foi encontrado na manhã do dia 7 na Rua Colonial, às margens da AC-40, no município de Senador Guiomard, interior do Acre. Segundo a polícia, Sousa foi morto com requintes de crueldade e teve a cabeça decepada. De acordo com a Polícia Militar, os criminosos tentaram decepar as mãos e pernas de Sousa.

Também no dia 7, o corpo da diarista Marcela Andreia foi encontrado esquartejado dentro de uma mala no Igarapé Judia, em Rio Branco. A vítima teria sido morta a facadas e esquartejada para ser colocada dentro da mala. Os braços, pernas e cabeça da mulher foram achados em uma segunda mala nesta sexta-feira (10).

José de Oliveira Teodósio Júnior, de 26 anos, foi morto a tiros na noite do dia 7, na Rua Banana, bairro Mocinha Magalhães, em Rio Branco. Segundo a polícia, Júnior estava conversando com um amigo na rua quando dois homens chegaram em uma bicicleta e atiraram. A outra vítima foi levada para o hospital e submetida a uma cirurgia. Um dos criminosos pediu dinheiro para Júnior, que se negou a entregar e foi morto.

8 – 14/11:

Na tarde do dia 8, Wesley Marinho de Oliveira, de 18 anos, foi encontrado morto no bairro Cruzeirinho Novo, em Cruzeiro do Sul. O corpo foi achado em um campo de futebol. No mesmo dia Henrique de Jesus, também de 18 anos, foi preso com a arma do crime. Ele confessou ser o autor e disse ainda que se aproveitou da amizade que tinha com a vítima para atraí-lo.

Edson Casé Júnior, de 29 anos, foi morto a tiros na noite do dia 9, no bairro Sobral, em Rio Branco. A vítima trafegava em uma moto na Estrada da Sobral, próximo da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), quando uma dupla, também em uma moto, passou atirando. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas Júnior morreu no local.

Já no dia 13, dois homens foram encontrados mortos no início da tarde no Ramal Colibri, estrada do Quixadá, zona Rural de Rio Branco. Uma das vítimas foi identificada como Eurico Leite, de 76 anos. Já o outro homem seria conhecido como Manoel. A suspeita é de que o duplo homicídio tenha sido latrocínio, já que cerca de R$ 2,5 mil foram roubados da casa.

15 – 21/11:

O pedreiro Carlos Roberto da Silva Cardoso, de 40 anos, foi achado morto pelo sobrinho na manhã do dia 15. O corpo da vítima estava em um apartamento no bairro Wilson Ribeiro, em Rio Branco. A Polícia Militar (PM-AC) foi acionada e encontrou a vítima com um tiro no abdômen e marcas de disparos na casa. Vizinhos relataram à polícia que ouviram disparos durante a madrugada.

Pedreiro Carlos Roberto da Silva Cardoso, de 40 anos, foi achado morto pelo sobrinho

Um jovem foi encontrado morto na entrada do Ramal da Associação, zona rual de Capixaba, interior do Acre, quilômetro 100 da BR 317, no dia 16. A vítima, identificada como Alcimar Neves de Lima, de 24 anos, tinha um disparo nas costas e um corte na testa, segundo a Delegacia Geral de Polícia Civil da cidade.

Já no dia 17, três pessoas foram mortas em bairros diferentes de Rio Branco, durante o feriado estadual de Tratado de Petrópolis. Os corpos deram entrada no Instituto Médico Legal (IML). Os três assassinatos tiveram características de execução. Em um deles, o pai de uma vítima afirmou que o filho tinha envolvimento com uma facção criminosa que atua no estado.

Também no dia 17, um corpo foi achado no ramal da Zezé, no 2° Distrito de Rio Branco. O corpo é do analista judiciário Francisco das Chagas Farias de Abreu, de 49 anos, Servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC). O homem foi morto com ao menos cinco tiros e teve o carro e todos os outros bens que estavam com ele no momento do crime roubados.

No dia 18 o adolescente Jhonatas Silva de Jesus, de 15 anos, foi morto em frente ao estádio que fica no bairro Cruzeirão, em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. O jovem foi ferido com uma facada no peito esquerdo, chegou a ser atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas morreu no hospital da cidade.

O colono Manoel de Figueiredo, de 50 anos, foi achado morto na manhã do dia 19 no Ramal do Prata, zona rural de Epitaciolândia. Segundo informações preliminares, a vítima foi morta a pauladas. A Polícia Civil foi acionada por moradores e esteve no local.

Natanel Silva de Moraes, de 23 anos, havia se mudado para a casa da mãe, no bairro Belo Jardim II, após sofrer uma tentativa de homicídio no dia 17 na casa onde morava, no bairro Cidade do Povo, 2º Distrito de Rio Branco. Entretanto, dois dias após a mudança, Moraes foi morto a tiros, na tarde do dia 20, na Travessa do Lago. O jovem foi alvejado por dois suspeitos que estavam a pé e passaram no local.

Natanel Silva de Moraes, de 23 anos, havia se mudado para a casa da mãe, no bairro Belo Jardim II, após sofrer uma tentativa de homicídio

22 – 27/11:

O corpo de um homem foi encontrado no dia 22 nos fundos de uma casa no quilômetro 3, do Ramal da Judia, no Segundo Distrito de Rio Branco. Conforme a Polícia Militar (PM-AC), a suspeita é que a vítima tenha sido morta a pauladas. O corpo é de Alexandre Freire Araújo, de 24 anos. De acordo com a Polícia Civil, o jovem foi torturado antes de ser assassinado.

Uma mãe e a filha foram atingidas por tiros dentro de casa na noite do dia 23, no bairro Belo Jardim, no Segundo Distrito de Rio Branco. A filha foi identificada como Jarnis Souza Freitas, de 24 anos, e morreu no local ao ser atingida com ao menos três disparos. Um homem encapuzado invadiu o local e efetuou os disparos. Em seguida ele fugiu do local.

Já Antônio Francisco da Silva e Silva, de 39 anos, morreu e Poliana Rosa Saul, de 25 anos, ficou ferida após terem sido atingidos por tiros quando estavam dentro de um carro. O crime ocorreu na manhã do dia 24, no bairro das Placas, em frente ao Centro de Saúde Deusimar Pinheiro, em Rio Branco.

Um deficiente físico foi morto a tiros na manhã de 25 na Rua da Mangueira, bairro da Glória, em Rio Branco. O Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) informou que o rapaz estava caminhando na rua quando foi morto. Ele foi identificado como Natanael Freitas Maia, de 17 anos.

Na tarde do mesmo dia o ribeirinho Sebastião Souza, de 63 anos, foi alvejado com um tiro de espingarda quando estava em casa, na comunidade Santa Amélia, nas proximidades do ramal do 16, em Sena Madureira. Segundo a Polícia Militar, o crime foi motivado porque os dois suspeitos queriam as armas que estavam na casa do idoso.

O jovem Hugo Gonçalves Filho, de 24 anos, foi morto na noite do dia 25 com três tiros de arma de fogo em um antigo clube na cidade de Senador Guiomard, no interior do Acre. A princípio, a polícia trata o caso como acerto de contas e faz diligências em busca dos autores do crime.

Na madrugada do dia 26, no bairro Vila Acre, em Rio Branco, Wanderson Paiva da Silva, de 30 anos, foi morto a tiros na saída de um clube. De acordo com a polícia, o assassino já esperava a vítima no lado de fora do clube. Ele foi morto com três disparos de arma de fogo na cabeça. Após cometer o crime, o suspeito conseguiu fugir.

 

Segundo a Polícia Militar do Acre (PM-AC), Diogo Oliveira, 26 anos, saiu com um amigo para comprar drogas no bairro Sapolândia quando foi morto por um traficante

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Obras do Asfalta Rio Branco avançam nas 10 regionais da capital acreana

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As obras do maior programa de infraestrutura viária já realizado na capital acreana, o Asfalta Rio Branco, avançam em ritmo acelerado pelas ruas das 10 regionais da cidade.

Um exemplo é a rua 7 de Setembro, no bairro Alto Alegre, parte alta da cidade. Na via pública, onde é um corredor de ônibus, a pavimentação já está em processo avançado e comemorado pelos moradores.

“O asfalto está ficando de primeira. Tinham muitos buracos na rua dificultando a passagem dos carros, das crianças, mas agora está ficando bom, as calçadas estão ficando bem feitas, o esgoto que escorria à céu aberto há mais de seis anos e agora está ficando tudo certinho, estão caprichando”, comemorou o morador e comerciante, Jhonatan Liberato.

A Prefeitura de Rio Branco investirá R$ 190 milhões no Asfalta Rio Branco que tem por objetivo atender todas as regionais da capital acreana com obras estruturantes na malha viária dos bairros e principais ruas e avenidas da cidade, além de recapeamento, construção e recuperação de calçadas, rede de drenagem, esgoto e água potável.

Fonte: Prefeitura de Rio Branco – AC

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Prefeito de Rio Branco visita Usina de Processamento de Resíduos, em São Bento do Sul, Santa Catarina

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O prefeito de Rio Branco esteve visitando, nesta segunda-feira (22), a Usina de Processamento de Resíduos (UPR), que fica em São Bento do Sul, Santa Catarina.

O local é referência em todo o país em reciclagem (Foto: Assecom)

O local é referência em todo o país responsável em transformar o lixo recolhido nas casas dos são-bentenses em diferentes tipos de materiais plásticos, como tijolos, tubos, pavers entre outros. O material pode ser utilizado em calçadas ou outras obras pelo município, inclusive na pavimentação. Na usina até 95% de todo o lixo recolhido é reaproveitado.

De acordo com o gestor a Prefeitura de Rio Branco pretende implantar o mesmo modelo na capital acreana.

“É um trabalho único que tem hoje no Brasil com o aproveitamento de até 95% do lixo, enquanto que na Europa esse aproveitamento é de apenas 65%. É um trabalho lindo”, informou o prefeito.

Fonte: Prefeitura de Rio Branco – AC

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Magistrados do Poder Judiciário do Acre visitam aldeias para interação com indígenas

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Visita faz parte da aula prática do curso “Direito dos Povos Indígenas e Poder Judiciário”, oferecida pela Escola do Poder Judiciário (Esjud)

Para reconhecer e valorizar a importância das culturas indígenas na sociedade, magistradas e magistrados do Poder Judiciário do Acre visitaram nesta terça-feira, 23, a aldeia indígena Kamanawa, na cidade de Cruzeiro do Sul.

A visita faz parte da aula prática do curso “Direito dos Povos Indígenas e Poder Judiciário”, oferecida pela Escola do Poder Judiciário (Esjud), que foi destinado aos novos juízes empossados recentemente na magistratura acreana e também aos magistrados discentes do mestrado em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos.

A atividade tem a finalidade de fazer com que os participantes interajam com os indígenas, vejam como é a vivência deles para que nesse processo de reconhecimento e valorização, seja promovida a justiça social e o respeito pelos povos originários, combatendo estereótipos e preconceitos que muitas vezes são associados a essas comunidades e, assim, contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

Segundo o presidente da Associação Geral do Povo Kone Kui, Levir, que representa a comunidade, são doze aldeias integradas na localidade somando 384 famílias. Somente na aldeia indígena Kamanawa, por exemplo, são 62 famílias.

“O povo Kamanawa tem iminência povo onça. É a maior aldeia que nós temos, realizamos nossos eventos culturais aqui nesse salão, atividade de medicina e espiritualidade. Para nós é uma honra receber esses juízes aqui na minha terra”, disse.

O curso “Direito dos Povos Indígenas e Poder Judiciário” é credenciado pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e é justificado em virtude de uma lacuna na grade curricular das escolas judiciais relativa ao conhecimento das realidades e das necessidades dos povos indígenas, em contraste com as visões projetadas pela sociedade.

Abertura da atividade

A tribo recebeu a equipe do Poder Judiciário do Acre: com dança, cantoria sagrada e mostra artesanal. O diretor da Escola do Poder Judiciário, desembargador Elcio Mendes enfatizou que a atividade envolve mais de 50% da magistratura do Estado do Acre.

De acordo com ele, a Esjud, junto à Presidência tem dado todo o apoio para a efetivação da atividade. Ele citou ainda o vice-presidente, desembargador Luís Camolez, e o corregedor-geral da Justiça, desembargador Samoel Evangelista, que beneficiam momentos como estes para entendimento e a vivência dos povos originários. Como forma de agradecimento, o desembargador pediu uma salva de palmas para os indígenas.

O vice-presidente do TJAC, desembargador Luís Camolez dividiu a felicidade de visitar o local. “Somos gratos por essa receptividade. Achei interessante que, durante a dança, todos sempre no sentido horário, o pé direito sempre à frente e um com a mão sobre o outro ou dado à mão no ombro seu. Isso representa irmandade e isso é muito importante. Espero que permaneça dessa forma. Através desses exemplos é que nós, homens brancos, tiramos muita sabedoria”, compartilhou.

A presidente do TJAC, desembargadora Regina Ferrari, agradeceu a receptividade e destacou que o reconhecimento e a defesa dos direitos indígenas são essenciais para a preservação da identidade cultural e para a sustentabilidade das populações indígenas.

“Todos nós somos humanos e, em todos nós, deve palpitar a vontade se sempre fazer o bem para a nossa terra, para os nossos irmãos e famílias. Que todos aqui possam estar contribuindo para um mundo melhor. Um mundo de mais respeito, igualdade e de mais amor”, disse.

Novidades

Na ocasião, a presidente anunciou duas grandes ações a serem executadas pelo Poder Judiciário acreano. Uma delas foi sobre o programa de Residência Judicial. O programa abrirá portas de acesso para as comunidades indígenas, para além do aumento que será feito nas cotas raciais. Serão, a priori, 20 vagas na área de Direito e 20 vagas na área da Tecnologia.

Outra novidade anunciada pela desembargadora-presidente é referente ao Ponto de Inclusão Digital do Judiciário (PIDJus). Ela se comprometeu a instalar um PIDJus na aldeia para facilitar aos indígenas o acesso à justiça.

Conhecimento

No contexto do Judiciário há um aumento expressivo de ações judiciais, cada vez mais complexas, sofisticadas e profundas, as quais exigem de juízas e juízes uma formação orientada por uma abordagem transdisciplinar e multidisciplinar, a fim de prepará-las(los) cada vez mais para os novos temas que são judicializados. Por isso, a relevância da atividade destinada a demandas dos Povos Indígenas.

Desde questões relacionadas à demarcação de territórios, a conflitos ligados a impactos e procedimentos de grandes empreendimentos: mineração, hidrelétricas, avanço da fronteira agrícola, direitos de patentes, dentre outros.

Ao final do curso, os participantes terão suas habilidades e competências desenvolvidas para adotar uma postura dialógica com as diferentes partes e interesses de indígenas envolvidos no processo, utilizando os referenciais teórico-empíricos, precedentes judiciais e legislação que auxiliem na fundamentação das decisões judiciais, fazendo dialogar o Direito Internacional dos Direitos Humanos e o Direito Brasileiro.

A equipe foi composta também pelos docentes do curso de mestrado Patrícia Medina e Társis Barreto, além de Nedina Yawanawá e equipes da Diretoria Indígena da Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas do Acre (Semapi), assim como, contou com o apoio do Estado do Acre. 

Os magistrados visitarão outra aldeia nesta quarta-feira, 23, porém, no município de Mâncio Lima.

Fonte: Tribunal de Justiça – AC

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