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Acre

Não aceito ingerências do PT nem do governo no sindicato e na CUT, diz Rosana

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Fábio Pontes, da ContilNet Notícias

presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rosana Nascimento, dá um duro recado aos dirigentes do partido à qual é filiada, o PT: “Não permito que o partido faça ingerência no sindicato ou na Central.”  A petista vem em um embate político com o Palácio Rio Branco há pouco mais de 20 dias, quando decidiu liderar a greve dos funcionários da Educação.

A queda de braço com o governo e o partido, porém, vem desde o fim de abril, quando enfrentou e rompeu com a cúpula palaciana para se manter na presidência da CUT. O enfrentamento resultou na demissão de todos os seus aliados nas estruturas do governo e da prefeitura.

Rosana liderou o ato de protesto dos professores em greve na sede da Secretaria de Educação nesta quarta/Foto: ContilNet

Rosana liderou o ato de protesto dos professores em greve na sede da Secretaria de Educação nesta quarta/Foto: ContilNet

Sobre sua militância partidária, Rosana afirma saber separá-la de sua liderança sindical. “Eu tenho uma identificação ideológica com o PT, não uma identificação de outras pessoas que perdem suas ideologias e começam a fazer coisas da direita”, diz ela, que completa: “A minha filiação não me influencia no meu movimento sindical.”

Rosana Nascimento recebeu Contilnet esta semana na sede do Sinteac para a seguinte entrevista:

Contilnet: A senhora é uma militante bastante conhecida do Partido dos Trabalhadores, o mesmo que caminha para 20 anos de governo no Acre. Como se dá esta questão de sua militância partidária estando à frente do principal sindicato da Educação no Acre? Existe algum comprometimento?

Rosana: Primeiro que eu não sou militante partidária, eu sou filiada. A minha militância é sindical. Eu não sou militante fundadora do PT. Eu tenho uma identificação ideológica com o partido, não uma identificação de outras pessoas que perdem suas ideologias e começam a fazer coisas da direita. A minha filiação não me influencia no meu movimento sindical. Para mim é, acima de tudo, autonomia e liberdade sindical. Eu fico aborrec9da se alguém do partido me liga para querer fazer intervenção [na greve].

E isso acontece?

Tem uma figura muito interessante do partido que gosta de fazer este tipo de coisa. Mas só fez uma vez porque cortei a conversa e não permito isso. Não permito que o partido faça ingerência no sindicato ou na Central [Única dos Trabalhadores, entidade presidida por Rosana]. Não permito que pessoas do governo façam ingerência dentro do sindicato ou da central. Vamos discutir a pauta da Educação ou qualquer outra categoria diante do governo. Governos passam, mas a luta pelos nossos direitos é contínua.

"Na CUT nós fizemos uma disputa com os trabalhadores, com os sindicatos. Não permitimos que o governo interferisse, e havia pessoas do governo querendo fazer intervenção", disse Rosana

“Na CUT nós fizemos uma disputa com os trabalhadores, com os sindicatos. Não permitimos que o governo interferisse, e havia pessoas do governo querendo fazer intervenção”, disse Rosana

Assessores do governo afirmam que seu embate nesta greve se transformou numa questão pessoal por seu filho ter sido exonerado de um cargo público. Como a senhora avalia isso?

Eu acho isso desrespeitoso pois eu nunca fiz disputa de cargo no governo. Meu filho trabalhava na prefeitura de Rio Branco e sua saída se deu por conta da disputa pela CUT. As pessoas não têm a compreensão do que é o movimento sindical do que é o governo. Não somente meu filho mas pessoas ligadas a mim e à CUT também foram demitidas. Porém não uso isso para fazer disputa de pauta. O pouco que ganho na Educação dá para sustentar meus filhos, e eu os sustento. Não preciso fazer barganhas, se o precisasse teria feito na época da disputa pela CUT.

A senhora decidiu romper com o campo majoritário do PT para se manter na presidência da CUT. Como se deu este embate?

Na CUT nós fizemos uma disputa com os trabalhadores, com os sindicatos. Não permitimos que o governo interferisse, e havia pessoas do governo querendo fazer intervenção, assim como pessoas do partido foram ao nosso congresso dizendo que deveríamos suspendê-lo. Demos um basta e dissemos que aquele era um congresso da Central Única dos Trabalhadores, dos sindicatos e dos delegados, não permitindo a intervenção do governo. Não aceitamos a interferência do partido, O partido é que tem que ter proposta para os trabalhadores.

A senhora está disposta a assumir os desgastes políticos deste enfrentamento com o governo e seu partido?

Se eu me propus a isso [o movimento sindical] eu corro os riscos de qualquer desgaste político, e não me preocupo. Já começaram a espalhar que sou candidata a vereadora. Eu não sou candidata a nada. Eu assumi com o sindicato o compromisso de que não deixaria o mandato para ser candidata. Irei ficar aqui até o fim do mandato para defender a nossa pauta, goste quem gostar, doa a quem doer.

Como a senhora tem analisado todo o embate político travado entre o Sindicato da Educação e o governo? De um lado o governo trabalha para enfraquecer o movimento de greve, enquanto o sindicato tenta resistir às pressões sobre a categoria. Qual a análise dessa queda de braço?

Rosana: Eles têm feito um jogo muito pesado e duro que reúne diretores de escolas para pressionar professores e funcionários, pressionam os professores de contratos provisórios dizendo que [se aderirem à greve] vão prejudicar o estágio probatório. O servidor que não está numa situação de estabilidade no emprego tem medo de represália, de perder contrato. Pessoas do governo estão indo aos municípios dizendo que não adianta fazer greve porque não tem dinheiro, ameaçam de cortar o ponto. Nós estamos numa disputa com um poder de Estado que é muito forte.

Rosana está à frente do movimento grevista dos servidores da educação que lutam por reajuste salarial

Rosana está à frente do movimento grevista dos servidores da educação que lutam por reajuste salarial

Isso tem enfraquecido o movimento de greve?

De forma alguma. Eles afirmam que 20 escolas voltaram suas atividades, estes dados não são reais pois acompanhamos in loco o efeito da greve. Um dia fazemos movimento de rua e em outro vamos às escolas, e a cada visita conseguimos a adesão de mais uma escola. Eu nunca vi greve na Educação ultrapassar os 50%, e hoje estamos com 80% das escolas paradas, isso em Rio Branco. Em alguns municípios ela chega a 100%.

No movimento de segunda-feira que resultou no fechamento de uma das pontes do centro houve a participação de poucos servidores. Isso é reflexo do enfraquecimento da greve?

Eu não acredito nisso. Acho que a pouca participação se deu mais pela questão do tempo. Como amanheceu um pouco frio as pessoas preferiram ficar em casa a ir para o rua logo cedo. A Educação nunca teve medo de fazer movimento. Eu não acredito em pressão porque na semana passada ela existia e conseguimos fazer movimentos representativos. Mais de 1.000 servidores acamparam no prédio da Secretaria de Educação.

O governador Tião Viana alegou na última terça falta de dinheiro em caixa para conceder reajustes salariais aos servidores públicos em 2015. Como a senhora analisa esta declaração?

Ele declara com muita determinação que em 2015 não tem como atender a pauta de reivindicação. Mas nós não estamos pedindo para 2015, e sim para 2016. E nós queremos uma proposta que possa ser parcelada. Este mesmo governo, em 2011, concedeu 20% de reajuste parcelado em quatro vezes. O que não podemos é ficar com o piso achatado, pois assim ele está desde 2012, com um professor ganhando R$ 2.010. O piso dos funcionários de escola é vergonhoso.

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TJAC realiza atividade em alusão ao Dia Nacional dos Povos Indígenas

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Ação teve a finalidade de  reconhecer e valorizar a importância das culturas indígenas na sociedade

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População cobra mais investimentos na segurança, durante audiência pública realizada pela ALEAC no Juruá

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A audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa do Acre, nesta sexta feira,19, em Cruzeiro do Sul, para debater a segurança nas cinco cidades da regional do Juruá, Mâncio Lima , Rodrigues Alves, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, teve grande participação de autoridades e representantes da sociedade civil organizada.
O evento aconteceu na Associação Comercial e foi presidido pelo deputado Pedro Longo (PDT), vice-presidente da ALEAC e proponente do encontro.
O presidente da ALEAC, Luiz Gonzaga e o primeiro secretário Nicolau Júnior, informaram na abertura dos debates, que a audiência foi transferida de Rio Branco para Cruzeiro do Sul, para oportunizar um amplo debate sobre um dos temas que mais afeta quem mora na regional.

Antes do início dos trabalhos, o governo do estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública, assinou com a prefeitura, um termo de cooperação técnico-financeira, para a realização de um curso profissionalizante de atendente de serviços emergenciais para a formação de 110 jovens que irão atuar no atendimento telefônico de ocorrências policiais.
Depois das falas das autoridades, a palavra foi aberta aos convidados. Um dos discursos mais contundentes foi do comerciante Jesus da Rocha. Ele denunciou a falta de policiamento ostensivo nos comércios e narrou um fato que lhe casou um grande prejuízo financeiro.

“Meses atrás, arrombaram meu depósito e levaram R$ 50 mil de mercadorias. Meu comércio fica na frente do Quartel da Polícia Militar, na frente mesmo. Apenas uma rua separa os dois prédios. Até hoje estou esperando a visita de um policial militar ou civil para darem uma resposta. Até 10 anos atrás, se um ladrão roubasse uma galinha, era logo preso e todo mundo sabia quem foi. Hoje roubam nosso patrimônio e ninguém faz nada”, desabafou.

Na mesma linha de raciocínio o delegado da Polícia Federal, Edmilson Cavalcante, pontuou outro grave problema: a cobrança de taxas imposta aos comerciantes por organizações criminosas. O policial disse que no Juruá as pessoas sabem o nome, conhecem quem vai receber a taxa, e o poder público não faz nada para combater.

Em resposta ao problema pontuado pelo delgado da PF, o diretor geral de Polícia Civil, Henrique Maciel, sugeriu a criação de um serviço de denúncia anônima para esses casos e falou que a problemática não é exclusivo do Juruá, acontece no Acre e em todos os estados brasileiros, asseverou.
Estiveram na audiência a governadora em exercício, Mailza Assis, os deputados Clodoaldo Rodrigues, Maria Antônia e Edvaldo Magalhães, a defensora pública geral Simone Santiago, o comandante geral da PLAC, coronel Luciano Dias, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, o delegado da Polícia Federal Edmilson Cavalcante, o juiz de direito Marcos Rafael, o presidente em exercício da Associação Comercial do Juruá, Assen Cameli, vereadores, presidentes de sindicatos, associações e outros convidados.

SEJUSP anuncia retorno do 190 e aeronave fixa no Juruá

O secretário de Segurança Pública, José Américo Gaya, anunciou, para Cruzeiro do Sul, o retorno do serviço de atendimento de ocorrências da Policia Militar, o 190, que hoje funciona em Rio Branco. Todas as ocorrências geradas na região, são direcionadas para a capital. Segundo Gaya, no prazo máximo de 30 dias, o serviço já estará funcionando na cidade. Cruzeiro do Sul também vai receber uma base aérea do CIOPAER, que vai fixar uma aeronave para atender ocorrências emergenciais.

Deputado Clodoaldo cobra instalação de câmeras na zona rural

Policial civil de carreira e morador da zona rural de Cruzeiro do Sul, o deputado estadual Clodoaldo Rodrigues (Republicanos) cobrou a instalação de câmeras de monitoramento nas comunidades rurais do entorno de Cruzeiro do Sul. O parlamentar disse que o ideal seria a presença constante do policiamento ostensivo, mas disse entender a dificuldade da Polícia Militar em disponibilizar o patrulhamento por conta do reduzido efetivo.
“Eu sou morador da zona rural, as câmeras são importantes para inibir a ação dos criminosos. Nós precisamos da presença das Forças de Segurança nessas comunidades. A população é importante para ajudar a polícia denunciando os delitos. Mas enquanto essas câmeras não chegam, a presença da polícia vai ajudar muito. Precisamos resgatar a credibilidade da polícia junto a população. Parabéns a ALEAC pela iniciativa e vamos juntos combater a criminalidade”, disse.

O QUE ELES DISSERAM

Maria Antônia – deputada estadual

“Realmente é um prazer participar de uma audiência pública dessas. É lamentável viver na situação que vivemos. Quem está aqui nessa plateia eu creio que já passou por motivos de violência, ou alguém da família. Eu nasci em Brasíleia, mas, aos 22 anos vim para essa terra que me acolheu. Tempos atrás minha vizinha foi amarrada por bandidos dentro de casa e levaram a caminhonete dela para Cobija. Levaram junto com eles minha sobrinha. Hoje agradeço a Deus porque nada aconteceu com ela. Isso foi muito traumático para nossa família, isso nunca sai da cabeça da gente. Então como eu falei é lamentável a situação em que está a criminalidade em nosso estado”.

Luiz Gonzaga – presidente da ALEAC

“É um momento que a gente busca soluções para o setor aqui em Cruzeiro do Sul. É uma alegria porque já estamos vendo algumas demandas sendo atendidas. Eu vejo as Forças de Segurança aqui presentes, isso é sinal do compromisso do governo para solucionar os problemas da segurança pública aqui e nos demais municípios. O governo cumpre sua parte e a ALEAC cumpre abrir o canal de voz da sociedade por meio dessa audiência. O que queremos é o melhor para nossa sociedade”

Nicolau Júnior – primeiro secretário da ALEAC

“Queremos trazer resultados aqui pro Juruá. Essa notícia da volta do 190 é muito importante. Temos que estar unidos para enfrentar o problema. A Aleac é um braço da população e tudo que estiver ao nosso alcance, vamos realizar. O governo chamou mais de oitocentos agentes de segurança o que fortaleceu as forças. O que a população quer ver é a polícia nas ruas. Vamos continuar com muita responsabilidade fazendo nosso trabalho, de ouvidos bem abertos para os clamores da população”.

Marcos Rafael- Juíz títular da 1ª Vara Criminal de CZS

“É importante que o Poder Judiciário esteja aqui para ouvir a população, porque não existe judiciário separado da sociedade. Fico feliz em ver que está sendo feito um trabalho com as pessoas em situação de rua. Agradeço o convite e me coloco à disposição. E dizer que estamos de portas abertas para aquilo que o judiciário puder colaborar”.

Mailza Assis – governadora em exercício

“Não será numa audiência pública que vamos resolver tudo. Mas todos estamos trabalhando, e trabalhando muito. Não vamos nos calar, deixar passar um momento de cobrar. A população pode colaborar de forma anônima. Cabe ao governo do estado garantir a estrutura do que foi cobrada aqui. Conseguimos equipar as Forças de Segurança e isso precisa ser devolvido à população”.

Edvaldo Magalhães – deputado estadual

“Eu sou defensor do fortalecimento da Segurança Pública. Hoje assinaram um convênio para treinar pessoas para o 190. Quanto tempo faz que esse serviço saiu daqui? A pessoa quando liga pra lá e diz onde mora, ela quer ouvir uma pessoa que conheça a realidade daqui. O estado precisa avançar para vencer essa guerra contra o crime organizado”.

Texto: Jairo Barbosa

Fotos: Ismael Medeiros

Fonte: Assembleia Legislativa do AC

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MPAC participa de reunião da Rede de Ouvidorias do Ministério Público

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O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Danilo Lovisaro do Nascimento, participou nesta quinta-feira, 18, da primeira reunião ordinária de 2024 da Rede de Ouvidorias do Ministério Público.

A reunião, realizada no plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), foi o primeiro encontro da rede na gestão da atual ouvidora nacional, conselheira Ivana Cei, e contou com a participação presencial e remota dos ouvidores-gerais dos MPs, dos procuradores-gerais de Justiça e dos conselheiros do CNMP. Representando a Ouvidoria-Geral do MPAC, esteve presente o ouvidor-geral substituto, promotor de Justiça Romeu Cordeiro.

Na ocasião, foram tratados assuntos estratégicos para a atuação da Rede de Ouvidorias neste ano, entre os quais a apresentação e discussão do Plano de Gestão para 2024; da estratégia de atuação das Ouvidorias nas Eleições de 2024, a partir da experiência das Eleições de 2022; e das proposições do Conselho Nacional dos Ouvidores do Ministério Público (CNOMP).

A ouvidora nacional e conselheira do CNMP apresentou a proposta de atuação da Ouvidoria Nacional, correspondente ao período de março de 2024 a abril de 2025, com o objetivo de debater as ações apresentadas e ouvir contribuições dos participantes, respeitando suas experiências e o diálogo com o sistema de ouvidorias do MP.

Ivana Cei também anunciou, na reunião, a apresentação do plano de trabalho do Sebrae relativo ao protocolo de intenções que foi assinado no ano passado com o CNMP, para promover ações de prevenção e combate à violência contra a mulher. O plano foi apresentado pela diretora nacional de Finanças do Sebrae, Margarete de Castro Coelho.

Além do procurador-geral de Justiça e do ouvidor-geral substituto, pelo MPAC também esteve presente o procurador-geral adjunto para Assuntos Jurídicos, Celso Jerônimo de Souza.

Com informações do CNMP
Fotos: Sergio Almeida (Secom/CNMP)

Fonte: Ministério Publico – AC

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