Acre
Na Aleac, Audiência Pública Debate Federalização da Fundação Hospitalar no Acre
Na manhã de segunda-feira (8), a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) sediou uma importante audiência pública voltada para discutir a possível federalização da Fundação Hospitalar. O encontro que foi convocado com base no requerimento nº 24/2024, de autoria do deputado Adailton Cruz (PSB), contou com a participação de parlamentares, representantes da área da saúde, Ministério Público, Procuradoria Geral do Estado e da Casa Civil. A reitora da Universidade Federal do Acre, Guida Aquino, e o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, também marcaram presença no debate.
Vários pontos foram levantados durante a discussão, incluindo questões relacionadas à gestão, financiamento e impacto no quadro de funcionários da instituição. O deputado Adailton Cruz, por exemplo, expressou preocupações e incertezas sobre a proposta de federalização da Fundação Hospitalar.
Ele destacou a importância de esclarecer detalhes sobre o impacto que essa mudança teria nos mais de mil funcionários da instituição e na prestação de serviços essenciais à população, incluindo nefrologia, oncologia e cirurgias de urgência. Em suas palavras, “federalizar a Fundação Hospitalar é um processo complexo e de extrema relevância pública”, enfatizando a necessidade de avaliar minuciosamente os benefícios e malefícios dessa iniciativa.
O parlamentar também destacou o papel crucial da Fundação Hospitalar como peça fundamental no sistema de saúde do estado, alertando que a transferência de gestão não pode ser realizada precipitadamente. “Por isso estamos reunidos aqui hoje para juntos discutir e esclarecer dúvidas para garantir a melhor para a população e a formação adequada na área da saúde”, complementou.
Em seguida, a reitora da Universidade Federal do Acre (UFAC), Guida Aquino, anunciou que a federalização do hospital estadual está em andamento, destacando os benefícios desse processo para a região. Ela ressaltou que a transição para um hospital federal totalmente funcional será realizada de forma criteriosa, passando por etapas como a aprovação de uma minuta de lei e a assinatura de um protocolo de intenções entre as partes envolvidas.
A reitora disse ainda que a proposta visa melhorar não apenas a economia local, mas também a qualidade da assistência à saúde. Aquino também mencionou o aporte de recursos do presidente Lula, no valor de 50 milhões de reais, para viabilizar essa transição e realização do projeto. “Estamos aqui falando de expansão futura que promete não apenas um hospital federal plenamente funcional, mas também um impulso significativo para o emprego na região. Esse processo que só trará benefícios, representa um sonho não apenas da UFAC, mas de toda a comunidade acreana”, enfatizou a reitora.
Em seu pronunciamento, o Dr. Rodrigo Oliveira, assessor da presidência da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), ressaltou o compromisso da instituição com o Sistema Único de Saúde (SUS), enfatizando que a mesma é uma empresa estatal vinculada exclusivamente ao governo federal.
Oliveira destacou que a empresa não está sujeita à privatização, diferenciando-a de outras estatais mistas como a Petrobras, ao afirmar: “a única dona dela é a União”. Ele enfatizou a missão da Ebserh em fornecer atendimento 100% SUS, sem oferecer serviços para planos de saúde ou para o mercado privado. O assessor também ressaltou o papel da Ebserh na expansão da rede hospitalar, destacando que a entrada de novas universidades federais na empresa que atualmente totaliza 45 hospitais sob sua gestão, contribuirá para o ensino, pesquisa e inovação na área da saúde.
“Não posso deixar de enfatizar aqui o suporte oferecido pela Ebserh às universidades, com uma rede de hospitais universitários federais que visa aprimorar o ensino, garantir atendimento de qualidade e fomentar a pesquisa. Com 8 mil vagas de residentes e uma infraestrutura de 8.500 leitos, a Ebserh se posiciona como um pilar essencial no fortalecimento do SUS, contribuindo para a formação profissional e a inovação científica nas instituições federais de ensino”, disse.
Em sua intervenção durante o encontro sobre o futuro do hospital universitário, o diretor da Fundação Hospitalar do Acre, Dr. Evandro Teixeira, ressaltou a complexidade dessa mudança, observando que a Fundhacre, embora parte da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (SESACRE), enfrenta desafios específicos relacionados ao seu quadro de recursos humanos em comparação com o da Secretaria de Saúde do Estado.
Ao abordar a posição da Fundhacre nesse processo, Dr. Evandro indicou que a instituição está no início das discussões e não possui uma posição definitiva sobre a transição para um hospital universitário. “Enfatizo aqui a necessidade de mais debates internos sobre o assunto, estamos também à espera da decisão final do Estado, afinal de contas, essa é a primeira discussão que nós participamos, ainda tem muito debate pela frente”, ressaltou.
Já o secretário de Saúde, Pedro Pascoal, destacou a importância de colocar “a qualidade de assistência desses pacientes como meta”. O gestor enfatizou a necessidade de “trabalhar em cima de dados estatísticos” para embasar futuras ações, especialmente diante da discussão sobre a federalização da assistência. Ele mencionou que o Conselho de Gestão já iniciou conversas e recebeu informações preliminares, com levantamentos sendo feitos pelas Secretarias de Administração e Saúde para consolidar a proposta.
O secretário reconheceu ainda a importância da colaboração externa, afirmando que “toda e qualquer ajuda é muito bem-vinda”. Ele ressaltou que “não se faz gestão de forma isolada”, concordando com a abordagem integrada.
Além disso, Pascoal compartilhou dados estatísticos sobre a recomendação do Ministério da Saúde de uma média de “dois leitos e meio para cada mil habitantes”, destacando a relevância dessas informações para embasar as discussões em curso. “Hoje, nossa realidade é de 1.8 leitos para cada mil habitantes, ou seja, nós precisamos ampliar leitos. Dito isto eu afirmo, é claro que a principal preocupação do governador é de melhorar a assistência, e se essa proposta visa a melhoria, ele tem sim toda vontade de federalizar a Fundhacre”, frisou.
Em sua fala, Juscelino Rodrigues, o presidente dos sindicatos dos trabalhadores em saúde do Acre, enfatizou a questão da terceirização no setor, destacando a situação dos trabalhadores da Fundação, muitos dos quais já são terceirizados. Juscelino ressaltou: “Nesse estado não tem mais como ter medo. Nós, nós sindicatos, servidor público, porque em todas as áreas da saúde têm terceirização.” Ele criticou a crescente tendência de terceirização na saúde, sugerindo que isso representa uma falta de investimento adequado e compromisso com o bem-estar dos profissionais de saúde, alertando para a saída de diversos profissionais do estado.
O sindicalista também levantou questionamentos sobre o impacto dessas práticas no sistema de saúde, apontando para uma possível precarização dos serviços. Ele afirmou: “Para mim, é mais uma empresa que vem terceirizar um lugar onde deveria ter melhorias com recursos e com manipulação. Não é só o médico não, são todos os profissionais de saúde que estão indo embora desse estado. Nós já temos um hospital universitário que a gente torce que dê certo, agora, terceirizar ainda mais a Fundhacre, e de goela abaixo sem debater direito, a gente não concorda, não podemos mais uma vez dá um tiro no pé”, Juscelino.
Ao encerrar a discussão, o deputado Adailton Cruz prometeu debater exaustivamente cada aspecto do projeto em discussão, reiterando sua responsabilidade em votar pelo que considera melhor para si e para os servidores do Estado. Ele encerrou a discussão expressando gratidão aos presentes e antecipando futuras reuniões até que uma conclusão satisfatória seja alcançada para o benefício de todos os envolvidos.
Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac
Fotos: Sérgio Vale
Fonte: Assembleia Legislativa do AC
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Vice-governadora Mailza Assis recebe almirante da Marinha para tratar da criação de uma base no Acre
A vice-governadora do Acre, Mailza Assis, recebeu nesta segunda-feira, 14, no Palácio Rio Branco, a visita oficial do vice-almirante José Luiz Corrêa Lampert, comandante do 9° Distrito Naval da Marinha do Brasil. Sediado em Manaus, o oficial explicou que este é um procedimento de aproximação da Marinha do Brasil com o Estado para intensificar a presença na região.
A agenda iniciou com uma conversa, onde Lampert agradeceu a parceria do governo do Acre e solicitou apoio do Estado e da bancada federal do Acre em Brasília para construção da sede da Patrulha Naval e para trazer a capitania do portos, representando a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental.
“Muito importante essa proposta de trazermos a Marinha, que está em Boca do Acre [Manaus] para o Acre. Tem todo apoio do governo, já temos o terreno e vamos trabalhar com a bancada federal para conseguir o recurso. A Marinha já é nossa parceira durante as alagações ou no período de seca. Agradecemos ao Almirante Lampert e toda a sua equipe que se colocou à disposição e está sempre aqui presente trabalhando para isso”, disse Mailza.
E reforçou que a parceria estratégica entre a Marinha e o governo do Acre em segurança marítima, defesa das fronteiras e cooperação são essenciais para o desenvolvimento do estado.
Durante a visita, o oficial explicou à vice-governadora que o trabalho da Marinha é o de contribuir para o desenvolvimento das regiões onde atuam, entre elas, onde está inserido o Acre, que está sob seu comando.
“Já temos parcerias importantes, uma irmandade da Marinha com o estado do Acre, estado tão importante para o Brasil. Uma capitania aqui em Rio Branco vai prover mais segurança às embarcações, mais presença da Marinha nos rios, que ficam numa região de fronteira”, destacou Lampert.
No Acre, a Marinha do Brasil realiza a Operação Acre e com o Navio de Assistência Hospitalar (NAsh) Doutor Montenegro, oferece atendimentos médicos e odontológicos gratuitos para as comunidades ribeirinhas nos estados do Acre e Amazonas, situadas às margens do Alto e Médio Rio Juruá.
Estavam presentes no encontro o capitão de mar e guerra (CMG), Wilson Soares Ferreira Nogueira, responsável pelas Relações Institucionais do 9° Distrito; capitão de fragata, Matheus de Athaides Firmino, comandante da Capitania Fluvial de Porto Velho; a capitã-tenente, Viviane Oliveira de Jesus de Souza, assistente do almirante; e o capitão-tenente, Alan Costa, agente fluvial de Boca do Acre.
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Vinte candidatos no Acre foram denunciados por derramamento ilegal de ‘santinhos’
Tramitam na 9ª Zona Eleitoral, que abrange as cidades de Rio Branco e Bujari, reclamações contra 20 candidatos que participaram das Eleições municipais , realizada no último dia 6 de outubro, por prática irregular de derramamento de santinhos.
Além disso, o aplicativo Pardal recebeu inúmeras denúncias advindas da população. As reclamações estão em trâmite no Tribunal e as investigações buscam apurar os detalhes e a extensão do problema.
O uso de mini panfletos de propaganda eleitoral é uma prática comum nas campanhas eleitorais, mas a distribuição irregular e o derramamento descontrolado desses materiais pode caracterizar infração às normas eleitorais, ressaltando que essas ações podem afetar a lisura do processo eleitoral e a igualdade de condições entre os candidatos.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE/AC), a violação dessas normas pode resultar em diversas penalidades. Candidatos e partidos que forem flagrados realizando a distribuição irregular de santinhos podem enfrentar punições.
“A Lei das Eleições 9.504/97 proíbe a distribuição de material publicitário próximo aos locais de votação, considerando essa prática crime. As penalidades incluem multa e, em casos mais graves, pena de seis meses a um ano de prisão. Além disso, o descarte de ‘santinhos’ pode também ser enquadrado como crime ambiental”, destaca.
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Governo regulamenta lei que institui a subvenção econômica aos produtores estaduais na exploração de produtos florestais
Por Annie Manuela e Vitor Hugo Calixto
O governo do Acre sanciona, após aprovação da Assembleia Legislativa do Estado (Aleac), o Decreto 11.564, que regulamenta a Lei n°1.277, de 13 de janeiro de 1999, que institui a subvenção econômica aos produtores estaduais na exploração de produtos florestais, e revoga o Decreto n°6.153, de 16 de junho de 2020, que tratava sobre o mesmo assunto.
De acordo com o decreto, os beneficiários são os produtores agroextrativistas que exercem atividades familiares, utilizando sua força de trabalho e a de seus familiares, sem a contratação permanente de mão de obra externa. Esses produtores devem residir na área de produção e ter como principal fonte de renda a exploração extrativista, agroextrativista ou agropecuária. Além disso, é necessário que estejam ligados a organizações da sociedade civil, como associações, cooperativas ou sindicatos, devidamente cadastrados na Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri).
O novo documento, publicado nesta segunda-feira, 14, estabelece os beneficiários da subvenção econômica prevista no artigo 1° da Lei 1.277. Estabelece, também, a Seagri como reguladora, executora e operacionalizadora da subvenção, bem como o cadastramento dos produtores e organizações interessadas em participar do programa de subvenção.
Valores para subvenção econômica para os produtos produzidos também foram estabelecidas pela nova lei. Os pagamentos serão realizados aos beneficiários quatro vezes ao ano, conforme calendário estabelecido na lei. O primeiro bloco de pagamento, por exemplo, será referente às notas fiscais entregues de dezembro do ano anterior a março, com pagamento previsto para abril.
A Seagri será responsável pela execução do programa, com a realização de cadastramento dos produtores, pela gestão do pagamento das subvenções e pelo desenvolvimento de um plano de monitoramento. Esse plano inclui ações de fiscalização para garantir que o pagamento seja realizado de forma adequada e transparente. O Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Florestal Sustentável (CDRFS) será o órgão colegiado encarregado da governança dessa política.
O novo decreto tem como objetivo principal fomentar o desenvolvimento sustentável no estado do Acre, incentivando práticas de manejo florestal que respeitem o meio ambiente e, ao mesmo tempo, contribuam para a segurança econômica dos pequenos produtores familiares. A subvenção busca também fortalecer as cadeias produtivas locais, como a borracha e o murmuru, gerando emprego e renda para comunidades extrativistas.
A iniciativa é parte do compromisso do governo estadual em promover políticas públicas que equilibrem crescimento econômico com a preservação ambiental, assegurando que o desenvolvimento do Acre seja inclusivo e sustentável.
O decreto também define os valores da subvenção para diferentes produtos florestais, como:
– Látex de cultivo (Vale do Acre): R$ 4,20 por unidade;
– Látex nativo (Vale do Acre): R$ 4,40 por unidade;
– Folha defumada líquida (FDL): R$ 3,50 por unidade;
– Coágulo virgem prensado (CVP) Nativo: R$ 2,30 por unidade;
– Murmuru: R$ 1,00 por unidade.
Esses valores representam um importante incentivo para a sustentabilidade econômica dos pequenos produtores, reforçando a valorização do extrativismo sustentável no estado.
Confira a lei na íntegra: DOE 14-10.
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