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Extrativistas do Acre têm prazo curto para garantir pagamento de programa federal
Solicitação do Sociobio Mais deve ser feita à Conab até 20 de dezembro; novo calendário antecipa data limite que antes era em fevereir

No Acre, o programa tem grande importância para comunidades extrativistas que vivem da borracha, castanha e do pirarucu manejado, produtos que compõem a base econômica de várias reservas extrativistas. Foto: captada
Os extrativistas do Acre entram em contrarrelógio para assegurar o direito a uma subvenção do governo federal. Eles têm até o próximo dia 20 de dezembro para solicitar à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) o pagamento do programa Sociobio Mais. A iniciativa garante um complemento financeiro quando produtos da floresta, como açaí e castanha, são vendidos no mercado por um valor abaixo do preço mínimo estabelecido.
A mudança no calendário encurtou o prazo para os produtores. Antes, as solicitações podiam ser enviadas até o final de fevereiro do ano seguinte. Segundo a Conab, a antecipação para o encerramento do ano civil tem como objetivo agilizar os repasses, dando mais “celeridade, transparência e segurança” aos pagamentos.
Para ter acesso ao benefício, é obrigatório que o extrativista apresente as notas fiscais de venda que comprovem o valor abaixo do mínimo. Também é necessário possuir o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) ativo e estar em situação regular junto à Conab.
As solicitações agora são feitas de forma digital, por meio do sistema SociobioNet, criado pela Conab para facilitar o envio das informações. O programa pode ser instalado em qualquer computador e permite o preenchimento de dados e inserção de notas fiscais mesmo sem internet — sendo necessária conexão apenas para o envio final dos documentos.
Entre as novidades do Sociobio Mais, está a criação de um valor fixo de pagamento para três produtos extrativos a partir de 2025:
borracha natural, amêndoa de babaçu e pirarucu de manejo
- Borracha natural extrativa: R$ 3,00 por quilo;
- Amêndoa de babaçu: R$ 2,50 por quilo;
- Pirarucu de manejo: R$ 2,50 por quilo.
Segundo a Conab, a mudança busca estimular melhores negociações de preço e reduzir a dependência dos produtores em relação a atravessadores. Para os demais produtos, o pagamento continuará sendo calculado pela diferença entre o preço mínimo oficial e o valor efetivamente recebido na comercialização.
No Acre, o programa tem grande importância para comunidades extrativistas que vivem da borracha, castanha e do pirarucu manejado, produtos que compõem a base econômica de várias reservas extrativistas no estado.
Atualmente, a Conab garante preço mínimo para 17 produtos da sociobiodiversidade, entre eles açaí, andiroba, buriti, cacau, castanha-do-brasil, murumuru, pequi, piaçava e umbu. O Sociobio Mais é executado pela Conab sob coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), com participação dos ministérios da Agricultura, da Fazenda, do Planejamento e do Meio Ambiente.
A iniciativa tem como objetivo fortalecer a economia das florestas, garantir renda e permanência das populações tradicionais e promover o uso sustentável dos recursos naturais, reforçando o papel dos extrativistas na conservação ambiental e no desenvolvimento rural da Amazônia.

Para ter acesso ao benefício, o extrativista deve apresentar notas fiscais de venda, comprovando que o produto foi comercializado abaixo do preço mínimo. Foto: captada
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Medicamento experimental reduz colesterol ruim em até 60%, diz estudo

Para algumas pessoas com colesterol alto, fazer mudanças no estilo de vida e tomar estatinas regularmente pode não ser suficiente para atingir os níveis desejados de colesterol. Para esses pacientes, uma nova pílula experimental pode oferecer esperança.
Dados do ensaio clínico de Fase 3 revelaram que pessoas que tomaram o medicamento experimental enlicitida junto com seu regime regular de redução de colesterol, como estatinas, apresentaram redução de até 60% no colesterol LDL ou “ruim” após 24 semanas de tratamento diário, segundo comunicado sobre os resultados.
Isso em comparação com pessoas que tomaram placebo junto com seus medicamentos regulares para redução do colesterol. Todos os participantes do estudo tinham níveis elevados de colesterol LDL e histórico de eventos cardiovasculares graves ou apresentavam risco aumentado.
Os novos resultados, que ainda não foram publicados em revista científica com revisão por pares, foram apresentados no sábado durante as Sessões Científicas da Associação Americana do Coração.
Níveis elevados de colesterol no sangue podem levar a um acúmulo chamado “placa” nas paredes das artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Doenças cardíacas são a principal causa de morte nos Estados Unidos. Estima-se que uma pessoa morra a cada 34 segundos por doença cardiovascular no país.
A Merck, empresa farmacêutica responsável pela enlicitida, planeja solicitar aprovação do medicamento à FDA (Food and Drug Administration) no início do próximo ano, afirma Puja Banka, vice-presidente associada de pesquisa clínica e desenvolvimento clínico global da empresa.
“Queríamos demonstrar o que a enlicitida pode oferecer além das estatinas, porque sabemos que 70% dos pacientes tratados com terapias de redução de lipídios ainda não atingem seus objetivos estabelecidos pelas diretrizes”, diz Banka sobre os novos dados. “Então, a ideia é realmente mostrar o que podemos alcançar com a enlicitida em conjunto com as estatinas.”
Quando as estatinas sozinhas não são suficientes
O novo ensaio de Fase 3 incluiu 2.912 adultos, com idade média de 63 anos, que tiveram um ataque cardíaco ou derrame anterior ou apresentavam risco intermediário ou alto de sofrer um ataque cardíaco ou derrame nos próximos 10 anos. Os dados foram coletados em 14 países entre agosto de 2023 e julho de 2025.
Todos os adultos no estudo apresentavam níveis elevados de colesterol LDL, apesar de estarem em um tratamento estável com terapia redutora de lipídios, como estatinas, por 30 dias ou mais. Cerca de 97% deles tomavam estatinas e 26% também utilizavam outro tipo de medicamento para ajudar a reduzir os níveis de colesterol — e todos continuaram com essas terapias durante o estudo.
Como tratamento adicional, alguns dos adultos receberam uma pílula diária de enlicitide, enquanto outros receberam placebo.
O enlicitide é um tipo de medicamento redutor de colesterol conhecido como inibidor PCSK9, que funciona ajudando a eliminar o colesterol LDL “ruim” da corrente sanguínea. Por outro lado, as estatinas reduzem o colesterol LDL bloqueando uma enzima no fígado, o que força o órgão a remover mais colesterol LDL do corpo.
“Assim, era esperado que a adição do enlicitide, que funciona por um mecanismo diferente das estatinas, pudesse reduzir ainda mais o colesterol LDL”, afirma por e-mail Kristin Newby, cardiologista e professora da Escola de Medicina da Universidade Duke, que não participou do estudo.
Os pesquisadores descobriram que, após 24 semanas, os adultos que tomaram enlicitide não só apresentaram uma redução de até 60% no colesterol LDL, como as reduções se mantiveram ao longo de 52 semanas.
Os adultos que tomaram enlicitide também apresentaram uma redução de 53% na combinação de todos os outros tipos de colesterol, exceto o HDL “bom”; uma diminuição de 50% na ApoB, uma proteína que ajuda a transportar gordura e vários tipos “ruins” de colesterol pelo corpo; e uma queda de 28% em um tipo de gordura no corpo conhecido como lipoproteína(a).
Quanto à segurança do medicamento, cerca de 10% dos adultos que tomaram enlicitide apresentaram eventos adversos graves durante o estudo, e uma proporção semelhante, cerca de 12%, daqueles que tomaram placebo também apresentaram eventos adversos no estudo
“No final das contas, os efeitos colaterais foram equilibrados entre o grupo do enlicitide e o grupo do placebo”, afirma Banka. “Não houve nenhum evento adverso específico que se destacasse como desequilibrado entre os dois grupos.”
Alguns dos eventos adversos relatados no estudo foram distúrbios gastrointestinais e certas infecções, mas a ocorrência desses eventos foi similar em ambos os grupos.
“Isso fornece uma garantia razoável de que não há eventos adversos ou efeitos colaterais graves ou de alta frequência”, diz Newby, especialista da American Heart Association.
“No entanto, assim como outros novos tratamentos, serão necessários estudos mais amplos e monitoramento pós-comercialização para identificar quaisquer efeitos adversos de baixa frequência que possam ocorrer”, afirma Newby. “O principal benefício evidenciado neste estudo é que o enlicitide é muito eficaz na redução do colesterol LDL (cerca de 55%) em comparação com o placebo em um contexto de terapia com estatinas e, secundariamente, ajuda mais pessoas a atingirem sua meta de tratamento do colesterol LDL do que com estatinas isoladamente.”
Ampliando opções para pacientes
Para pessoas com colesterol LDL alto que podem não responder adequadamente aos tratamentos comumente utilizados, como estatinas isoladas, já existe a opção de tomar inibidores de PCSK9 injetáveis que estão atualmente no mercado.
Mas uma diferença fundamental entre os inibidores de PCSK9 já disponíveis no mercado e o medicamento experimental enlicitide é que os atuais são administrados por injeção.
“Enquanto o enlicitide é um medicamento oral tomado diariamente. Assim, oferece uma opção na via e frequência de administração que pode ser preferível para alguns pacientes”, explicou Newby.
Banka descreveu o enlicitide como o “primeiro inibidor de PCSK9 oral a completar ensaios clínicos de Fase 3.” Um novo estudo demonstrou que um inibidor de PCSK9 já disponível no mercado pode reduzir eventos cardiovasculares importantes em adultos sem histórico prévio de ataque cardíaco ou derrame.
A adição do inibidor de PCSK9 injetável evolocumabe — comercializado como Repatha — a um regime de tratamento para redução do colesterol demonstrou reduzir o risco de um primeiro evento cardiovascular importante entre adultos com doença cardiovascular aterosclerótica ou diabetes, de acordo com um estudo separado apresentado no sábado na Sessão Científica da American Heart Association.
O estudo foi realizado em 33 países entre junho de 2019 e novembro de 2021, e incluiu 12.257 adultos, com idade média de 66 anos. Os adultos foram divididos aleatoriamente em dois grupos.
Um grupo recebeu injeções subcutâneas de evolocumab a cada duas semanas, enquanto o outro grupo recebeu injeções de placebo no mesmo intervalo.
Os dados demonstraram que, após uma média de 4,6 anos, adultos do grupo que recebeu evolocumab apresentaram uma redução de 25% no risco de mortes por doença coronariana, ataque cardíaco ou AVC isquêmico, em comparação com o grupo que recebeu placebo.
Nos Estados Unidos, a injeção de evolocumab já foi aprovada pela FDA. O medicamento é indicado para reduzir o risco de ataque cardíaco e AVC em adultos com doença cardiovascular estabelecida, além de ser utilizado como tratamento complementar para certas formas de colesterol alto.
Os resultados mais recentes do estudo representam “a primeira demonstração de melhoria nos desfechos cardiovasculares com um inibidor de PCSK9, ou qualquer outro medicamento que não seja estatina, em pacientes sem histórico de ataque cardíaco ou AVC que já estão em tratamento com regime intensivo de redução de lipídios”, afirma a autora principal do estudo, Erin Bohula, professora assistente de medicina da Harvard Medical School, do Hospital Brigham & Women”s e pesquisadora do Grupo de Estudos TIMI, em comunicado divulgado no sábado.
“Em conjunto com dados de estudos genéticos sobre variantes do PCSK9 e outros estudos de resultados com inibidores de PCSK9, nossas descobertas sugerem que a redução prolongada com inibidores de PCSK9 pode ajudar a melhorar a morbidade cardiovascular e, potencialmente, a mortalidade ao longo do tempo”, afirma.
Fonte: CNN
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Acreanos priorizam campanhas que previnem acidentes, não as que mostram mortes no trânsito
Campanhas do DETRAN são vistas por 72,3% da população, com TV e redes sociais como principais meios; abordagem conscientizadora é preferida

A educação no trânsito é vista como a principal ferramenta para reduzir acidentes pelos acreanos. Uma pesquisa do Detran-AC revelou que 86,5% dos entrevistados acreditam que campanhas educativas ajudam a evitar acidentes, reforçando a importância de estratégias voltadas à conscientização.
Os dados mostram que as campanhas do Detran têm boa penetração entre a população: 72,3% dos entrevistados afirmam já tê-las visto. Entre os meios de comunicação mais eficazes para atingir o público estão a TV (39,7%) e as redes sociais (29,7%), seguidas por outdoors (9,9%) e rádio (6,5%).

Quando questionados sobre o tipo de campanha mais eficiente, a maioria (55,2%) preferiu abordagens que ensinem como evitar acidentes, enquanto 42,4% acreditam que mostrar o impacto de mortes no trânsito seria mais eficaz. A preferência por campanhas educativas é maior entre pessoas com menor escolaridade: 80,4% entre analfabetos ou pessoas que só sabem ler e escrever.
Entre os que têm ensino superior, o índice cai para 50%, indicando que mensagens mais impactantes também têm espaço entre esse público. Vale lembrar que imagens explícitas de acidentes podem ser muito fortes e até traumáticas para o público, mesmo que não tenham sido mencionadas diretamente pelos entrevistados, reforçando a importância de equilibrar conscientização e cuidado na comunicação.
Especialistas em trânsito afirmam que campanhas educativas contribuem para formar motoristas mais conscientes e reduzir comportamentos de risco, enquanto abordagens apenas de impacto tendem a sensibilizar momentaneamente, sem garantir mudança de comportamento a longo prazo.

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Enem: tema da redação é perspectivas do envelhecimento da sociedade brasileira

Enem 2025 começa neste domingo (9) • Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
A prova de redação no primeiro dia do Enem 2025 (Exame Nacional do Ensino Médio) teve como tema “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, revelou o ministro Camilo Santana em suas redes sociais.
Para a professora do cursinho Objetivo Paula Nogueira, a banca espera que os candidatos falem sobre o conceito de envelhecimento. A redação “tem que incluir proteção, garantias constitucionais de saúde, de trabalho. Tem que ser inclusiva e democrática”.
Ela acredita que muitos estudantes vão falar sobre o preconceito chamado etarismo, da necessidade da Previdência Social se adaptar ao aumento de idosos no Brasil e no mundo. “É uma perspectiva que precisa se adequar ao momento que a gente vive, precisa da atenção do Poder Público e da sociedade cobrando o envelhecimento de forma justa e saudável”.
Independentemente do tema específico proposto a cada ano, a professora do cursinho Objetivo Paula Nogueira explica que a redação do Enem mantém uma linha pedagógica e avaliativa consistente, que vai muito além da mera verificação de habilidades linguísticas.
“A redação no Enem é avaliada por meio de competências, que incluem assimilação de conteúdos adquiridos ao longo do ensino médio, domínio do texto escrito e formas variadas de articulação entre ideias”, afirma Paula.
Contudo, a professora enfatiza que o propósito da prova é mais abrangente. “Mas, sobretudo, essa prova de redação também mira na formação cidadã, que capacita o candidato a entender e avaliar a situação dos temas mais caros à vida em sociedade no Brasil: povos tradicionais, trabalho de cuidado, herança africana entre outros.”
Tendência da prova
Essa perspectiva demonstra uma tendência clara do exame em pautar discussões que exigem dos estudantes uma visão crítica e engajada com as realidades sociais do país.
Para a professora, a prova de redação do Enem desafia os candidatos a “inferir a partir de dados, teorias, fatos reais e ficcionais, que a harmonia social só existe se todos forem reconhecidos, visibilizados e valorizados, sem discriminações de qualquer espécie”.
Desse modo, o objetivo maior é que o texto produzido pelo candidato não apenas demonstre domínio da escrita, mas que “exalte a sociedade justa, inclusiva e democrática, de modo que, para isso, ele possa expressar um raciocínio lógico e bem fundamentado em versão escrita, traduzindo os princípios constitucionais”.
A redação do Enem, portanto, se consolida como um espaço para o exercício da cidadania e a proposição de soluções para os grandes desafios nacionais.
Gabarito extraoficial do Enem
A CNN terá o gabarito extraoficial do exame nos dois dias da prova. A correção será realizada pelo SAS Educação em parceria com o colégio Ari de Sá, de Fortaleza (CE), e a previsão é que esteja no nosso site a partir das 18h30.
CNN Brasil transmite live com correção da prova em tempo real
Você pode acompanhar na CNN Brasil a correção extraoficial ao vivo do exame.
Nos dois domingos de prova, nos dias 9 e 16 de novembro, a partir das 20h, os professores do Objetivo estarão nos nossos estúdios para uma live com a resolução das questões, análises e comentários.
Fonte: CNN

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