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Cotidiano

Em três dias, povo Paiter Suruí perde duas lideranças indígenas para a Covid-19

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Renato Suruí, professor, pesquisador e liderança indígena em Rondônia — Foto: Renato Suruí/Arquivo Pessoal

Por Ana Kézia Gomes e Maríndia Moura

O indígena Renato Suruí morreu na noite da quinta-feira (27) em Cacoal (RO).

Ele é a segunda vítima da Covid-19 na etnia. A primeira foi Iabibi Suruí, que faleceu na última segunda-feira (24). A informação foi confirmada pela Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé).

Renato foi forte liderança indígena em Rondônia, professor e pesquisador.

Ivaneide Bandeira, que também atua na Kanindé, era cunhada de Renato. Segundo a ambientalista, ele já estava 21 dias internado no Hospital Regional de Cacoal, devido agravamento da Covid-19.

“Ele era meu cunhado, morreu vítima de Covid-19. A situação é muito triste, a doença está se alastrando pelas aldeias. Em poucos dias havia morrido Iabibi Suruí e essas perdas têm nos causado muita dor. O povo Paiter Suruí de Rondônia está em luto”, disse Ivaneide.

De acordo com a Kanindé, atualmente três indígenas Suruí estão internados por causa da Covid-19.

Legado na educação

Renato Suruí morreu vítima da Covid-19 em Rondônia — Foto: Renato Suruí/Arquivo Pessoal

Em um dos capítulos do trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal de Rondônia (Unir), Renato contou a história de como a educação mudou a sua vida e como ele levou conhecimento para dentro da comunidade com a carreira de professor.

No texto ele explica que começou a estudar na aldeia Sete de Setembro com um funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai), chamado Neli. Quando tinha oito anos foi à escola para aprender o alfabeto.

“Depois disso não tinha aula na aldeia porque professora tinha ido embora para a cidade. Assim, comecei a estudar no distrito de Riozinho, município de Cacoal, na Escola do Carmo Santana, onde estudei do primeiro até o quinto ano”, comentou Renato no TCC.

Após isso ele voltou para a aldeia e fez parte do projeto de acompanhamento da saúde indígena. Adiante fez um curso para ser monitor professor, perto de Vilhena, num lugar chamado de Pira Colina.

Depois do curso iniciou na carreira como docente em 1991, na Prefeitura de Cacoal, onde trabalhou por quatro anos. Em 1994 migrou para as aulas na rede estadual.

“No ano de 2000 fui estudar no Projeto Açaí I onde durante quatro anos aprendi novas experiências para melhorar minha atuação na Escola Indígena como professor. Terminei o projeto em 2004, pegando o certificado de Magistério Indígena no ano de 2007. Foi assim que pude aprender a valorizar meu conhecimento e contribuir com a comunidade ensinando o que aprendi na Escola Indígena”.

Querendo seguir em frente e aprender mais, Renato fez o vestibular da Unir e ingressou no ensino superior em 2010. Em 2015 pegou o diploma no curso de Licenciatura em Educação Básica Intercultural.

“Obtive todo esse conhecimento e pude levar para dentro da minha comunidade, querendo assim continuar minha carreira sempre como professor”, disse ele em texto.

Pedido de socorro

Duas semanas antes das mortes de Iabibi e Renato, lideranças do povo Paiter Suruí divulgaram um pedido de socorro para conter a doença na região e solicitaram providências das autoridades.

“A nossa aldeia está realmente com grande dificuldade de infraestrutura para o enfrentamento dessa doença, portanto, vimos que era uma necessidade alertar organizações que são responsáveis por combater essas doenças […] Esta situação não é fato isolado do Povo Paiter Suruí, pois várias comunidades indígenas do estado de Rondônia e do Brasil se encontram do mesmo jeito”, consta na carta.

‘Bibliotecas pegando fogo’

As mortes de lideranças indígenas colocam em risco a história, culturas, línguas e tradições. São como se bibliotecas pegassem fogo. Os idosos, grupo de risco da Covid-19, são a fonte histórica dos indígenas brasileiros.

Os anciãos, que ensinam os mais jovens, correm risco de morrer ou já foram perdidos para a doença. O medo é que está em curso um “genocídio” em distritos indígenas devido à pandemia do novo coronavírus.

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Seletiva do Judô no Jeb´s Sub-18 será realizada em Epitaciolândia

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Foto CBDE: Fade pretende realizar um bom torneio no interior

A Federação Acreana do Desporto Escolar (Fade) confirmou para Epitaciolândia, no dia 6 de abril, a Seletiva do Judô e o objetivo é definir os representantes acreanos na fase nacional dos Jogos Escolares Brasileiros (Jeb´s) Sub-18. O evento será promovido em Maceió, Alagoas.

“Queremos montar uma equipe com 16 alunos/atletas nos dois gêneros. Levar essa competição para Epitaciolândia também é simbólico por causa dos problemas com a enchente do rio Acre”, comentou o presidente da Fade, João Renato Jácome.

Data limite

As inscrições para disputa da competição são limitadas e poderão ser feitas até o dia 3 de abril no endereço www.fadeac.com.br

“Esse é mais um evento com financiamento da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE) por meio do Programa de Apoio às federações”, explicou o dirigente.

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Diretoria do Independência vai tentar efeito suspensivo para o zagueiro Jean

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Foto Manoel Façanha: Jogo entre Independência e Vasco terminou com muita confusão

A diretoria do Independência vai tentar um efeito suspensivo para o zagueiro Jean. O atleta foi expulso no jogo contra o Vasco e recebeu uma punição do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de quatro partidas de suspensão.

“Vamos pedir o efeito suspensivo e o Jean estará em campo contra o Andirá no sábado (30). Estamos apresentando o recurso baseado na Lei Pelé”, explicou o advogado do Independência, Atevaldo Santana.

Representação contra o árbitro

Atevaldo Santana confirmou uma representação contra o árbitro da partida Independência e Vasco, Antônio Marivaldo.

“O árbitro relatou na súmula uma troca de agressões entre o Jean (Independência) e o Ker (Vasco). As imagens do jogo não mostram essas agressões, o que ocorre são empurrões naturais nas jogadas dentro da área. O árbitro tem obrigação de ser preciso nos seus relatórios”, afirmou o advogado.

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Atlético e Veneza ganham jogos e seguem invictos no Estadual

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Foto PHD: Veneza deu um passo importante para conquistar a classificação

Atlético e Veneza venceram seus jogos nesta terça, 26, no ginásio Álvaro Dantas, pela fase de classificação do Campeonato Estadual de Futsal Feminino e se aproximaram das vagas para a segunda fase do torneio.

O Atlético bateu o Glória por 8 a 4 e o Veneza derrotou o Acre Esporte por 2 a 1.

Mais dois jogos

A primeira fase do Estadual de Futsal Feminino terá mais duas partidas na quinta, 28, a partir das 18h45, no Álvaro Dantas. Villa e Cidade do Povo disputam o primeiro confronto e na sequência a Assermurb joga contra o Borussia.

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