fbpx
Conecte-se conosco

Cotidiano

Da bacia de roupa aos diplomas, mãe vence obstáculos e forma filho policial

Publicado

em

Mãe solo, Maria do Socorro chegou a lavar e passar roupas para sete famílias ao mesmo tempo. De segunda a sábado, seu tempo era dividido entre tanques e ferros de passar, indo de casa em casa para sustentar os filhos

“Ela nos ensinou sobre dignidade, trabalho e fé”, atesta Wellington Mota sobre a mãe, Maria do Socorro. Foto: Joabes Guedes/PMAC

A dona de casa Maria do Socorro Mota carrega no corpo as marcas de uma vida difícil. Aos 63 anos, seu olhar sereno e resiliente revela a história de uma mulher que nunca se rendeu. Com pouco estudo, abandonada pelo marido e sem muitas opções, sustentou os dois filhos lavando e passando roupas.

Lutou com dignidade para impedir que a pobreza apagasse os sonhos que tinha para sua família. Hoje, celebra algumas vitórias: venceu um câncer e vê os filhos ganhando a vida com honestidade, longe das armadilhas da periferia, onde cresceram. O mais velho, Wellington Mota, de 34 anos, formou-se em três faculdades – Filosofia, Jornalismo e Direito – e está prestes a realizar um sonho que também é dela, o de tornar-se oficial da Polícia Militar do Acre (PMAC).

Sua trajetória é feita de coragem, fé e da força silenciosa de quem nunca deixou de lutar. “Apesar de ter somente a quinta série, ela nos ensinou sobre dignidade, trabalho e fé. Foi quem me mostrou que era possível sair daquele lugar sem me tornar um daqueles que nos cercavam”, diz o aluno-oficial, com voz embargada.

Foi em 2005 que o mundo de Socorro desabou, quando o marido vendeu a casa da família e partiu pra nunca mais voltar, deixando Wellington, então com 13 anos, e o caçula, de apenas 6. Sem ter para onde ir, mudou-se para um aluguel modesto em outro bairro de Rio Branco.

Para sobreviver, vendeu móveis e utensílios. Em pouco tempo, já não conseguia pagar o aluguel, e os três passaram a morar de favor na casa de uma tia, dividindo um quarto e uma cama de casal. O bairro era um dos mais violentos da época. “Era um lugar muito difícil. Vi amigos sendo aliciados, morrendo, desaparecendo”, recorda o militar.

Em 2024, Mota foi convocado para o Curso de Formação de Oficiais (CFO), em Minas Gerais. Foto: Joabes Guedes/PMAC

Recomeço no caos

Mãe solo, Maria do Socorro chegou a lavar e passar roupas para sete famílias ao mesmo tempo. De segunda a sábado, seu tempo era dividido entre tanques e ferros de passar, indo de casa em casa para sustentar os filhos. Como patrão, um dos que testemunharam a luta de perto foi o capitão da reserva remunerada da PMAC, Waldir Mendonça.

“Dona Socorro sempre foi honesta, trabalhadora e amorosa. Ela não criou apenas filhos, formou homens de caráter”, diz Mendonça, com satisfação. E relata que a relação entre a mãe e os filhos sempre foi marcada por respeito e cumplicidade: “Ela nunca mediu esforços. Sempre os apoiou, incentivou. É o papel de mãe, não é? E a relação deles é linda. Filho que honra a mãe abre portas para o sucesso”, verifica.

Waldir Mendonça, um dos patrões de dona Socorro: “Ela não criou apenas filhos, formou homens de caráter”. Foto: Joabes Guedes/PMAC

Waldir também relembra os conselhos que deu ao filho mais velho: “Sempre dizia ‘estude, meu filho. O resto vem com o tempo’. E foi o que aconteceu. Quando a chance apareceu, ele agarrou. Olha ele agora, graças a Deus, firme e bem”. Para Mendonça, a formação militar de Mota está apenas no começo: “A academia é o primeiro passo. Se seguir com dignidade e comprometimento, vai longe; dona Socorro soube educá-lo muito bem”.

Educação como legado

Em meio às dificuldades, dona Socorro constantemente repetia: “Enquanto eu estiver viva, vou dar estudos para meus filhos”. Wellington levou isso a sério, sabendo equilibrar o estudo com o trabalho para ajudar a mãe. Foi estagiário, lavou carros e, em 2012, prestou concurso para a Polícia Militar, ingressando como soldado no ano seguinte.

Dona Socorro viu com orgulho o filho se formar em três faculdades. Foto: Joabes Guedes/PMAC

Foi em 2019 que veio mais uma dura batalha: a mãe foi diagnosticada com câncer. “Eu não sabia o que fazer. Pedi afastamento da PM para acompanhá-la em Porto Velho. A faculdade estava prestes a cancelar minha matrícula. Aí veio a pandemia, que suspendeu as aulas e me permitiu continuar”, conta.

Em 2024 foi convocado para o Curso de Formação de Oficiais (CFO), promovido pelo governo do Estado, que seria ministrado em Minas Gerais. A notícia comoveu dona Socorro, mas não pôde acompanhá-lo: estava em tratamento no Acre.

“Pensava no meu filho. Lutei e sempre mantive a fé de que ele viria terminar a formação aqui na nossa terra”, diz, com os olhos marejados. “Hoje estou curada. Meu filho voltou pra terminar o curso aqui e vai ser oficial; não tenho nem palavras: esse era o grande sonho dele”.

Socorro Mota chegou a lavar roupas para sete famílias ao mesmo tempo. Foto: Joabes Guedes/PMAC

Colhendo os frutos

Wellington hoje é pai de dois filhos, um de 3 anos e outro de 10 meses. O irmão, Antônio Correia, hoje tem 27 anos e é pai de uma criança de 8. Eles buscam passar adiante os valores que receberam.

“Tudo o que sou devo a ela. Se meus filhos têm uma referência hoje, é porque ela não deixou nossa história ser apagada”, afirma Wellington, que mantém contato diário com a mãe. “Se não posso ir eu ligo. Não passo um dia sem ouvir sua voz. Ela é meu norte”, conta.

O militar reconhece, acima de tudo, o papel da mãe em acreditar na educação: “Só tenho a agradecer. Seu esforço, perseverança e visão de futuro foram essenciais. Mesmo sem estudo, ela viu na educação nosso caminho. Nunca desistiu de nós. Hoje colhemos os frutos de seu suor, de tudo que enfrentou, do trabalho duro para nos dar um futuro digno. Minha gratidão a essa guerreira, que é exemplo para todos nós”.

Wellington bate continência para a matriarca: “Exemplo para todos nós”. Foto: Joabes Guedes/PMAC

Comentários

Continue lendo

Cotidiano

Inspirada nas festas nordestinas ‘Quadrilha Junina Tradição’ de Epitaciolândia realiza maior apresentação da história do Arraiá de Brasiléia

Publicado

em

Quadrilha Junina Tradição de Epitaciolândia eleva o São João da região a um novo patamar, firmando-se como uma das mais assistidas e aclamadas da fronteira

Amada por diferentes gerações e aguardada com entusiasmo pelo público, as tradicionais festas juninas são reconhecidas por reunir famílias, amigos e comunidades em torno de tradições que atravessam o tempo — entre comidas típicas, brincadeiras e o clima acolhedor que convida à celebração coletiva. É nesse espírito que, entre os dias 20 e 21 de junho, durante o feriado prolongado de Corpus Christi, Brasiléia recebeu a maior apresentação junina da regional do alto acre: Centrada na praça Hugo Poli.

O evento, idealizado e produzido pela Secretaria Municipal de Cultura — responsáveis por grandes festas e produções com artistas da região fronteiriça — realizando um grande arraial urbano com identidade Brasiliense e uma intensa programação para todas as idades no Arraiá Cultural de Brasiléia. De acordo com a organização, o evento reuniu aproximadamente mais 8 mil pessoas em dois dias de cultura.

A estética impecável, os figurinos luxuosos, as coreografias emocionantes e o enredo que pulsa brasilidade foram marcas registradas na apresentação em noite magica conquistando o público e presentes na primeira noite cultural de Brasiléia

Apresentação histórica ‘Quadrilha Junina Tradição’

Um dos maiores símbolos do São João brasileiro em Epitaciolândia, teve à performance e coreografia assinada pelo coordenador, coreógrafo e bailarino Ricardo Maffi, seu grupo etnocultural desembarcou em Brasileia para uma apresentação histórica: a Quadrilha Junina Tradição, companhia referência na fronteira, consolidou-se no Arraiá Cultural de Brasiléia como uma das maiores atrações do São João do município, com uma apresentação histórica.

Vindos da cidade alta (Epitaciolândia), os artistas multicoloridos realizaram um espetáculo cênico de tirar o fôlego, que une dança, emoção, teatralidade e o orgulho das raízes nordestinas em plena praça Hugo Poli.

Quadrilha Junina Tradição com origem na dança tradicional, e reconhecida como uma das quadrilhas mais assistida da região, tornando-se uma atração viva do São João da fronteira com sua apresentação que aconteceu para uma multidão vibrante na noite desta última sexta-feira, dia 20.

A estética impecável, os figurinos luxuosos, as coreografias emocionantes e o enredo que pulsa brasilidade foram marcas registradas na apresentação em noite magica conquistando o público e presentes na primeira noite do Arraiá Cultural de Brasiléia entrando para história junina na região.

Coreografia assinada pelo coordenador, coreógrafo e bailarino Ricardo Maffi, em Brasileia realizaram uma apresentação histórica ‘Quadrilha Junina Tradição’, tornando-se referência na fronteira. Foto: assessoria 

A Quadrilha Junina Tradição elevou o São João da região a um novo patamar, firmando-se como uma das mais assistidas e aclamadas da fronteira. Com uma apresentação impecável, luxuosa e emocionante, a quadrilha não apenas encantou o público, mas entrou para a história como um marco cultural da região.

O que fez dessa noite tão especial?

Estética Deslumbrante: Figurinos ricos em detalhes, cores vibrantes e uma produção visual que capturou a essência do São João brasileiro.
Coreografias Poderosas: Movimentos sincronizados, energia contagiante e uma narrativa que celebrou a brasilidade em cada passo.
Enredo que Encantou: Uma história que mesclou tradição e inovação, fazendo o público vibrar do início ao fim.

Impacto na Região:

Esse tipo de evento não só diverte, mas também movimenta o turismo e a economia local, além de manter viva a herança cultural das festas juninas, mesmo em regiões distantes do Nordeste.

Parabéns aos organizadores e participantes!

Que a “Quadrilha Junina Tradição” continue encantando e crescendo a cada ano!

Veja vídeo apresentação no Facebook  oaltoacre.com

Com uma apresentação impecável, luxuosa e emocionante, a quadrilha não apenas encantou o público, mas entrou para a história como um marco cultural da região. Fotos: assessoria 

Comentários

Continue lendo

Cotidiano

Prefeito vistoria obras de recuperação no Ramal do Recife e promete melhorias para moradores

Publicado

em

Jerry Correia destacou parceria com comunidade e vereadores para garantir acesso seguro durante o período chuvoso; serviços incluem aterramento de pontos críticos e cortes em ladeiras

O prefeito esteve acompanhado do presidente da Câmara, vereador Wendell Marques, e do vereador Gilson Boiadeiro, além de moradores da comunidade que acompanharam de perto os serviços. Foto: cedida 

O prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia, visitou neste sábado (21) o Ramal do Recife para acompanhar as obras de recuperação que buscam solucionar os problemas de acesso no local, agravados durante o período chuvoso. Acompanhado pelo presidente da Câmara, vereador Wendell Marques, e pelo vereador Gilson Boiadeiro, o gestor ouviu demandas da comunidade e supervisionou os serviços, que incluem o aterramento de áreas críticas e o nivelamento de ladeiras com um trator de esteira.

“Essa intervenção é urgente para garantir o tráfego de moradores e veículos, principalmente em dias de chuva”, afirmou Correia, reforçando o compromisso da prefeitura com a infraestrutura rural. Moradores relataram anos de dificuldades no trajeto, que ficava praticamente intransitável em épocas de tempestade, isolando parte da população.

A parceria com os moradores foi destacada pelo gestor, que enfatizou a importância da união para alcançar melhores resultados. “Queremos entregar um trabalho ainda melhor, ouvindo as pessoas e estando junto a elas. Quando a comunidade, os vereadores e a Prefeitura caminham juntos, conseguimos transformar a realidade e proporcionar qualidade de vida para quem vive aqui”, concluiu o prefeito.

Os trabalhos incluem o uso de um trator de esteira para o corte em ladeiras e o aterramento de pontos críticos que, durante o período chuvoso, tornam o ramal praticamente intrafegável. Foto: cedida 

As obras seguem em ritmo intenso, e a Prefeitura de Assis Brasil reforça o compromisso de continuar investindo na infraestrutura da zona rural, sempre buscando o melhor para os cidadãos.

A prefeitura promete acelerar os trabalhos, mas não divulgou prazo para conclusão. Enquanto isso, a comunidade aguarda para ver se as promessas se concretizam e se o ramal deixará de ser um ponto de risco.

As obras seguem em ritmo intenso, e a Prefeitura de Assis Brasil reforça o compromisso de continuar investindo na infraestrutura da zona rural, sempre buscando o melhor para os cidadãos. Foto: cedida 

 

Comentários

Continue lendo

Cotidiano

PRF anuncia leilão de veículos apreendidos no Acre com carros a partir de R$ 1; veja datas

Publicado

em

Vendas ocorrerão em quatro etapas, entre 15 de julho e 5 de agosto; sucatas só podem ser adquiridas por empresas credenciadas no Detran.

No caso de veículos classificados como sucata, a compra é restrita a empresas credenciadas no Detran, especializadas em desmontagem ou reciclagem. Foto: Detran-PR

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Acre divulgou as datas para o próximo leilão de veículos apreendidos e não reclamados pelos donos dentro do prazo legal. As vendas acontecerão nos dias 15, 22 e 29 de julho, com encerramento em 5 de agosto de 2025, no sistema de “maior lance”.

O processo será conduzido pela Comissão Regional de Gestão de Pátios e Leilão (CRGPL) da Superintendência da PRF no Acre (SPRF-AC). O leilão ocorrerá na modalidade “maior lance”, e os interessados poderão adquirir veículos classificados como conservados/documentáveis/recuperáveis – aptos a voltar à circulação após regularização – e sucatas aproveitáveis com motor e câmbio inservíveis, destinadas exclusivamente à reciclagem de peças.

O que será leiloado?
  • Veículos recuperáveis: Carros em condições de regularização, aptos para voltar às ruas após vistoria.

  • Sucatas aproveitáveis: Destinadas apenas a empresas de desmontagem ou reciclagem credenciadas no Detran.

Quem pode participar?
  • Pessoas físicas e jurídicas podem dar lances nos veículos recuperáveis.

  • Sucatas só podem ser compradas por empresas especializadas autorizadas.

Como funciona?

Os lances começam no 15 de julho, seguem nas semanas seguintes e terminam em 5 de agosto. Os interessados devem acompanhar o edital, que traz todas as regras e exigências.

A PRF reforça que os valores iniciais costumam ser baixos, mas o preço final depende da disputa entre os participantes.

Comentários

Continue lendo