Brasil
Cuba dá calote de US$ 6 milhões no Brasil, diz agência
Cubanos pagam apenas parte de parcela de US$ 8 milhões que venceu em junho. Valor foi emprestado pelos brasileiros para financiar construção de porto e compra de alimentos.
Parte da dívida milionária que Cuba tem com o Brasil entrou em default esta semana, ou seja, o governo da ilha caribenha deu um calote em uma das parcelas que deveria quitar com os brasileiros este ano.
Segundo a Agência France-Presse, o governo cubano pagou apenas US$ 2 milhões de uma parcela de US$ 8 milhões de financiamentos contraídos com o BNDES e com o Programa de Exportação (Proex) do governo federal. Assim, 6 milhões de dólares deixaram de ser pagos.
A parcela deveria ter sido paga integralmente em junho. Passados mais de seis meses, diplomatas brasileiros passaram a considerar Cuba inadimplente e solicitaram que o Tesouro brasileiro – que é garantidor de parte do empréstimo – cubra o prejuízo com o BNDES.
Outras parcelas correspondentes ao período de junho a novembro também estão atrasadas. E é possível que a União também tenha que cobrir o prejuízo se os cubanos não pagarem mais esses atrasados nos próximos meses. Ao final de dezembro, o valor das parcelas em atraso em 2018 deve passar dos US$ 100 milhões.
Porto de Mariel — Foto: Reprodução TV Globo
A maior parte dos US$ 6 milhões que entraram no calote já declarado tem como origem o financiamento das obras do Porto de Mariel, um negócio que foi promovido durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Outra parte se refere a financiamentos com o Proex para comprar alimentos do Brasil.
Em relação às dívidas com o Proex, os financiamentos não possuem um seguro. Os recursos foram disponibilizados diretamente pelo Tesouro.
Neste caso, Cuba deverá ser impedida de receber novos créditos para a compra de alimentos até que a dívida seja paga. Isso não impede, no entanto, que os cubanos façam transações à vista diretamente com produtores brasileiros. Segundo o Itamaraty, os cubanos já tem feito isso nas últimas semanas.
Bandeira de Cuba é clicada pendurada ao lado de fotografias de Raúl e Fidel Castro — Foto: Reuters/Stringer
Em setembro, uma missão brasileira foi a Havana para tentar negociar uma solução para que os pagamentos fossem retomados. Oficialmente, os cubanos alegaram que a ilha estava enfrentando dificuldades financeiras por causa do embargo americano e da passagem do furacão Irma.
Os cubanos também propuseram reescalonar as dívidas de 2018 e 2019 e retomar os pagamentos até meados de 2019, mas a proposta nunca foi formalizada. Segundo o jornal “Folha de S. Paulo”, uma carta com a proposta nunca foi enviada.
Com a oficialização do calote, Cuba pode passar a enfrentar condições mais difíceis para obter financiamento externo. Isso porque o Brasil deve informar organizações internacionais sobre o não pagamento da dívida, incluindo o Clube de Paris, um fórum internacional de grandes credores para a restruturação de dívidas de países.
Em crise desde a dissolução da União Soviética, em 1991, a ilha comunista vinha contando nos últimos anos com ajuda do regime chavista da Venezuela. Mas a crise da Venezuela vem se refletindo também na economia cubana.
Presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, fala durante uma cerimônia de boas-vindas aos médicos cubanos recém-chegados do Brasil no Aeroporto Internacional Jose Marti, em Havana, nesta sexta-feira (23) — Foto: Fernando Medina/ Reuters
Desde 2016, as relações entre Brasil e Cuba vêm se deteriorando. O processo de impeachment da ex-presidente petista Dilma Rousseff foi alvo de críticas ferozes por parte da ilha. O ex-ditador Raúl Castrotambém chegou a afirmar no final de 2016 que não reconhece o governo Michel Temer.
Após a eleição de Jair Bolsonaro, a relação registrou mais um ponto baixo quando os cubanos anunciaram unilateralmente a retirada de seus profissionais do programa Mais Médicos. Mais de 8 mil médicos cubanos acabaram deixando o Brasil após a decisão cubana. No último fim de semana, a equipe de transição de Bolsonaro também desconvidou representantes do governo cubano para a cerimônia de posse do presidente eleito no dia 1° de janeiro.
Comentários
Brasil
Mega-Sena sorteia nesta terça-feira prêmio acumulado em R$ 110 milhões

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
As seis dezenas do concurso 2.877 da Mega-Sena serão sorteadas a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.
O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 110 milhões.
O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.
O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.
Comentários
Brasil
ANP realiza leilão de blocos na Foz do Amazonas em meio a polêmicas ambientais e disputa judicial
Oferta de 47 áreas para exploração de petróleo e gás atrai interesse do setor, mas enfrenta oposição do MPF por falta de estudos ambientais e possíveis riscos à biodiversidade.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza nesta terça-feira (17) o leilão de 47 blocos para exploração de petróleo e gás na Bacia da Foz do Amazonas, localizada entre os estados do Amapá e Pará. A área ofertada abrange cerca de 283 mil quilômetros quadrados, incluindo regiões de águas profundas e ultraprofundas da Margem Equatorial brasileira.
Considerada uma das novas fronteiras de exploração do país, a região desperta grande interesse da indústria petrolífera após descobertas relevantes de petróleo nos países vizinhos, como Guiana e Suriname. O potencial é tão elevado que já há quem se refira à Foz do Amazonas como o “novo pré-sal”.
Paralelamente ao leilão, a Petrobras segue negociando com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a obtenção de licença ambiental para perfurar o bloco FZA-M-59, na costa do Amapá, adquirido anteriormente pela estatal. A empresa busca confirmar a presença de uma grande reserva de petróleo no local.
Apesar do otimismo do setor energético, o leilão enfrenta resistência. O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação na Justiça contra a União e a ANP, pedindo a suspensão da oferta dos blocos. O MPF argumenta que a licitação foi lançada sem os estudos ambientais exigidos, o que violaria acordos internacionais firmados pelo Brasil e colocaria em risco direitos fundamentais e o meio ambiente.
A exploração na região tem gerado debates acalorados entre representantes do setor econômico, ambientalistas e comunidades locais. A Foz do Amazonas é uma das áreas de maior biodiversidade do planeta, e especialistas alertam para os riscos socioambientais da exploração petrolífera na região.
Comentários
Brasil
Israel diz que matou o chefe do Estado-Maior do Irã em ataques noturnos
Israel afirmou que seus ataques noturnos mataram o chefe do Estado-Maior do Irã “em tempo de guerra”, Ali Shadmani, poucos dias após ele ter sido nomeado para substituir um comandante morto em ataques anteriores.
Após “informações precisas” recebidas pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) e “uma oportunidade repentina nesta terça-feira (17), a Força Aérea Israelense (IAF) atacou um centro de comando com efetivo no coração de Teerã e eliminou Ali Shadmani”, afirmou a IDF em um comunicado.
O Irã ainda não se pronunciou sobre as alegações de Israel sobre a morte de Shadmani.Ele assumiu o cargo na sexta-feira (13), após os ataques iniciais de Israel ao Irã terem matado vários comandantes de alto escalão, incluindo seu antecessor, o Tenente-General Gholam Ali Rashid.
Rashid e Shadmani lideravam o Quartel-General Central Khatam al-Anbiya, uma entidade que coordena o exército regular e a Guarda Revolucionária do Irã.
A declaração da IDF disse que “em suas várias funções, [Shadmani] influenciou diretamente os planos operacionais do Irã visando o Estado de Israel”.
*Em atualização
Você precisa fazer login para comentar.