Acre
CRM-AC proíbe estágios de estudantes de medicina estrangeiros em unidades de saúde do Acre
Medida atinge alunos de universidades bolivianas que tinham convênio com o Hospital Santa Casa; decisão gera polêmica entre estudantes e profissionais da saúde

O CRM-AC ainda não se manifestou publicamente sobre os critérios da restrição ou possíveis exceções. Foto: captada
O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) emitiu uma recomendação que barra a realização de estágios e internatos por alunos de medicina de instituições estrangeiras em unidades de saúde públicas e privadas do estado. A medida, publicada em 12 de maio de 2025 (Recomendação SEI-2468555/2025), já causa controvérsia entre acadêmicos e profissionais da área.
A decisão impacta diretamente estudantes da Universidade Técnica Privada Cosmos (UNITEPC), da Universidad Amazónica de Pando (UAP) e Universidade Privada Domingo Savio (UPDS), localizadas em Cobija, na Bolívia. Instituições mantinham parceria com o Hospital Santa Casa, em Rio Branco, para a realização de estágios supervisionados (UNITEPC e UAP).
Repercussão e questionamentos
A proibição levanta debates sobre a formação médica e a cooperação internacional na região de fronteira. Defensores da medida argumentam que é necessário priorizar estudantes brasileiros, enquanto críticos afirmam que a decisão prejudica a troca de conhecimentos e a formação prática dos alunos bolivianos.
A situação também reacende discussões sobre regulamentação de estágios internacionais em áreas de fronteira, onde há histórica integração entre Brasil e Bolívia na área da saúde.

A comunidade acadêmica e os estudantes da região aguardam esclarecimentos e buscam diálogo para que os direitos à formação prática desses futuros profissionais não sejam comprometidos.
O artigo 1º da recomendação determina que secretários de saúde, diretores técnicos e médicos não permitam a realização de estágios e internatos por estudantes estrangeiros nas unidades de saúde do Acre, públicas ou privadas. Já o artigo 2º prevê que o descumprimento da medida deve ser denunciado ao CRM para responsabilização ética, civil e criminal.
Rosemayra, estudante de medicina e bacharel em direito que estuda na UNITEPC, criticou a medida: “Além dos estudantes servirem gratuitamente, agora não podem nem servir. Já tinha sido fechado acordo de convênio no Santa Casa, e agora tiraram injustamente, prejudicando mais de 10 mil estudantes.”
A recomendação baseia-se na Resolução CFM nº 1.650/2002 (abaixo), que regula a atuação de estudantes estrangeiros e ressalta que o atendimento médico por pessoa não habilitada e não registrada no Conselho Regional de Medicina configura exercício ilegal da medicina.
Até o momento, não houve posicionamento oficial do CRM-AC além da publicação da recomendação. A comunidade acadêmica e os estudantes da região aguardam esclarecimentos e buscam diálogo para que os direitos à formação prática desses futuros profissionais não sejam comprometidos.
Confira a recomendação:
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Acre
Polícia encontra moto abandonada em beco e suspeita de uso em crimes em Cruzeiro do Sul
Veículo sem placa e danificado corresponde à descrição de uma Yamaha Fazer usada em assaltos; dono já era investigado por possível envolvimento com atividades criminosas

O veículo apresenta as mesmas características de uma motocicleta utilizada em crimes recentes na cidade, incluindo um assalto a uma churrascaria. Foto: cedida
Uma motocicleta Yamaha Fazer vermelha, sem placa, retrovisores e chave, foi encontrada abandonada em um beco entre as ruas Muru e Tavares de Lira, em Cruzeiro do Sul, durante patrulhamento do GIRO (Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva). A descoberta ocorreu após uma denúncia anônimainformar que o veículo estava no local há pelo menos três dias.
Moradores confirmaram à polícia que a moto estava estacionada há dias, mas se recusaram a dar mais detalhes, alegando medo de represálias. Segundo as investigações, a moto tem características idênticas às de um veículo usado em crimes recentes, incluindo um assalto a uma churrascaria na região. O proprietário do veículo já era investigado por possível vínculo com atividades ilegais antes mesmo do desaparecimento da moto.
O veículo foi apreendido e encaminhado à Delegacia Geral de Polícia Civil para perícia. As autoridades agora buscam identificar suspeitos e confirmar se a moto foi realmente utilizada em crimes na cidade.

Moradores da área confirmaram à guarnição que a moto estava estacionada no local há alguns dias, mas relataram medo de fornecer mais informações. Foto: cedida
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Colaboradora da OAB/AC morre atropelada durante briga com tiros em frente a casa noturna
Vítima, Juliana Chaar Marçal, 36 anos, agonizou no asfalto após ser atingida por caminhonete; motorista fugiu sem ajudar. Polícia busca suspeitos

O caso chocou amigos e colegas da OAB/AC, Juliana era considerada uma profissional discreta e dedicada. A polícia investiga a motivação da briga e busca identificar o autor do atropelamento. Foto: captada
Uma briga entre grupos em frente a uma casa noturna no bairro Isaura Parente, em Rio Branco, terminou em tragédia na madrugada deste sábado (21). Juliana Chaar Marçal, 36 anos, colaboradora da OAB/AC, morreu após ser atropelada por uma caminhonete preta durante o confronto, que teve até disparos de arma de fogo.
Confusão saiu do controle
Segundo testemunhas, a discussão começou dentro do estabelecimento e escalou para a rua, onde os envolvidos partiram para a agressão física. No meio do tumulto, Juliana caiu no chão e foi atingida pelo veículo, que acelerou em direção à multidão. O motorista, ainda não identificado, abandonou a vítima agonizando no asfalto e fugiu sem prestar socorro.
Polícia corre contra o tempo
Apesar do atendimento emergencial, Juliana não resistiu aos ferimentos. A Delegacia de Homicídios já investiga o caso e tenta identificar os responsáveis pela briga e pelo atropelamento. Colegas da OAB/AC descreveram a vítima como “dedicada e discreta”, e o crime comoveu a comunidade jurídica.
Busca pelo motorista
Autoridades analisam imagens de câmeras da região para localizar a caminhonete e o condutor, que pode responder por homicídio doloso. Testemunhas são convocadas a prestar depoimentos.
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Acre
MP-AC processa ex-prefeito de Feijó por desvio de contribuições previdenciárias
Ação por improbidade administrativa aponta prejuízo de R$ 36 mil aos cofres públicos; Justiça determina bloqueio de bens e ex-gestor pode ter direitos políticos suspensos por 12 anos

A investigação conduzida pela Promotoria de Justiça Cível de Feijó aponta que o ex-prefeito violou princípios fundamentais da administração pública, como legalidade, moralidade e eficiência.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) moveu ação civil pública contra o ex-prefeito de Feijó, Kiefer Roberto Cavalcante de Lima, por improbidade administrativa. A denúncia, protocolada na Vara Cível da Comarca, revela que o ex-gestor deixou de repassar R$ 16.150,55 em contribuições previdenciárias de servidores referentes a novembro e dezembro de 2024, causando um prejuízo total de R$ 36.150,55aos cofres públicos – incluindo multas e juros.
Consequências da omissão:
Bloqueio de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em janeiro de 2025
Investigação da Promotoria de Justiça Cível de Feijó aponta violação aos princípios da legalidade, moralidade e eficiência
MP pede indisponibilidade de bens do ex-prefeito e aplicação da Lei de Improbidade
Punições requeridas:
- Ressarcimento integral do dano
- Perda de função pública (se ainda estiver em cargo)
- Suspensão dos direitos políticos por até 12 anos
- Multa civil de até 24 vezes o salário recebido
- Proibição de contratar com o poder público por 12 anos
A juíza Caroline Lagos de Castro determinou a intimação de Kiefer Roberto, que terá 5 dias para se manifestar sobre o bloqueio de bens. O MP-AC sustenta que, como chefe do Executivo, ele agiu com dolo, conhecendo as obrigações legais.
Kiefer Roberto deixou a prefeitura no fim de 2024. O caso visa reparar os danos e coibir novas irregularidades. A ação busca não apenas reparar os danos financeiros ao erário, mas também reforçar a moralidade administrativa e prevenir futuras irregularidades. O caso segue em tramitação na Justiça.
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