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Alzheimer: EUA aprovam novo remédio que pode desacelerar a doença

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Leqembi é o primeiro remédio que demonstrou capacidade de retardar o declínio da memória e do pensamento
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Medicamento custará cerca de US$ 26,5 mil para um ano típico de tratamento

As autoridades de saúde dos Estados Unidos aprovaram nesta sexta-feira (6) um novo medicamento para o tratamento do Alzheimer. Embora o remédio tenha apresentado resultados que retardam modestamente a doença, a droga também apresenta riscos potenciais à segurança dos pacientes, a ponto de exigirem deles e de seus médicos uma avaliação cuidadosa sobre o uso por causa de seus efeitos colaterais.

O medicamento, batizado de Leqembi, é o primeiro que demonstrou, de forma convincente, uma capacidade de retardar o declínio da memória e do pensamento, sintomas que definem a doença de Alzheimer. A agência reguladora dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês, o equivalente à Anvisa no Brasil) aprovou o remédio especificamente para aqueles com doença leve ou em estágio inicial.

Leqembi, da japonesa Eisai e de sua parceira americana Biogen, é um raro sucesso em um campo acostumado a tratamentos experimentais fracassados para uma doença vista como incurável. Apesar de a droga conseguir atrasar o declínio cognitivo apenas por alguns meses, alguns especialistas dizem que o remédio ainda pode melhorar significativamente a vida das pessoas.

“Esta droga não é uma cura. Isso não impede que as pessoas piorem, mas retarda consideravelmente a progressão da doença“, disse Joy Snider, neurologista da Universidade de Washington em St. Louis. “Isso pode significar que alguém pode ter mais seis meses a um ano para poder dirigir, por exemplo”, afirma. Snider enfatizou, contudo, que o medicamento vem com desvantagens, incluindo a necessidade de infusões duas vezes por mês e possíveis efeitos colaterais, como inchaço cerebral.

No final de novembro, dados divulgados ofereceram uma primeira visão detalhada dos efeitos da droga. A prévia dos resultados, ainda em setembro, fez as ações de ambas as empresas subirem na época.

Na ocasião, especialistas até se entusiasmaram com os resultados do Leqembi, mas também foram reticentes com relação aos efeitos da medicação. “O benefício é real; assim como os riscos “, avaliou, na época, Jason Karlawish, codiretor do Centro de Memória Penn, da Universidade da Pennsylvania. Ele não está envolvido na pesquisa.

Aprovação rápida

A aprovação da FDA veio por meio de um atalho burocrático que permite o lançamento de medicamentos com base em resultados iniciais, antes de confirmar que beneficiam os pacientes. O uso dessa abordagem pela agência tem sido alvo de crescentes críticas de vigilantes do governo e investigadores do Congresso.

Na semana passada, um relatório do Congresso americano constatou que a aprovação pela FDA de um medicamento semelhante para Alzheimer chamado Aduhelm – também das empresas Biogen e Eisai – estava “cheia de irregularidades”, incluindo uma série de reuniões com funcionários de empresas farmacêuticas que não foram documentadas. O escrutínio do novo medicamento, conhecido quimicamente como lecanemab, provavelmente significará que a maioria dos pacientes não começará a recebê-lo por meses, enquanto as seguradoras decidem se e como cobri-lo.

O medicamento custará cerca de US$ 26,5 mil (R$ 138,59 mil) para um ano típico de tratamento. A Eisai disse que o preço reflete o benefício do remédio em termos de melhoria da qualidade de vida, redução da carga para os cuidadores e outros fatores. A empresa calculou seu valor em mais de US$ 37 mil (R$ 193,5 mil) por ano, mas disse que precificou mais baixo para reduzir custos para pacientes e seguradoras. Um grupo independente afirmou recentemente que o preço do lecanemab teria que ser inferior a US$ 20,6 mil (R$ 107,73 mil) por ano para ser rentável.

Cerca de 6 milhões de pessoas nos EUA, e muitas outras em todo o mundo, têm Alzheimer, uma doença que gradualmente ataca áreas do cérebro necessárias para memória, raciocínio, comunicação e tarefas diárias.

Ressalvas

A aprovação do FDA teve como base um estudo de estágio intermediário com 800 pessoas que apresentavam sinais precoces de Alzheimer e ainda eram capazes de viver de forma independente ou com assistência mínima. Desde então, a Eisai publicou os resultados de um experimento maior com 1.800 pacientes que o FDA revisará para confirmar o benefício do medicamento, abrindo caminho para a aprovação total ainda este ano.

O estudo mais amplo rastreou os resultados dos pacientes em uma escala de 18 pontos que mede memória, julgamento e outras habilidades cognitivas. Os médicos compilam a classificação a partir de entrevistas com o paciente e um contato próximo. Após 18 meses, os participantes que receberam Leqembi tiveram uma progressão mais lenta da doença – uma diferença de menos de meio ponto na escala – do que os pacientes que receberam uma infusão simulada. O “atraso” foi de pouco mais de cinco meses.

Há pouco consenso se essa diferença se traduz em benefícios reais para os pacientes, como maior independência. “A maioria dos pacientes não notará a diferença”, disse Matthew Schrag, pesquisador de neurologia da Vanderbilt University. “Este é realmente um efeito muito pequeno e provavelmente abaixo do limiar do que chamaríamos de clinicamente significativo.” Schrag e alguns outros pesquisadores acreditam que uma melhoria significativa exigiria pelo menos uma diferença de um ponto inteiro na escala.

O Leqembi funciona limpando uma proteína cerebral pegajosa chamada amiloide, que é uma característica da doença de Alzheimer, cuja causa ainda não é clara. Várias outras drogas direcionadas ao amiloide falharam e muitos pesquisadores agora acham que tratamentos combinados serão necessários.

Aduhelm, a droga semelhante, foi marcada por controvérsias sobre sua eficácia. O FDA aprovou esse medicamento em 2021 contra o conselho dos próprios especialistas externos da agência. Os médicos hesitaram em prescrever o medicamento e as seguradoras restringiram a cobertura. A FDA não consultou o mesmo painel de especialistas antes de aprovar o Leqembi.

Embora haja “menos drama” em torno da nova droga, Schrag disse que muitas das mesmas preocupações se aplicam. “Esse benefício leve e mensurável vale o alto preço dos efeitos colaterais que os pacientes podem experimentar?”, questiona. “Tenho sérias dúvidas.”

Aduhelm, a droga semelhante, foi marcada por controvérsias sobre sua eficácia. O FDA aprovou esse medicamento em 2021 contra o conselho dos próprios especialistas externos da agência. Os médicos hesitaram em prescrever o medicamento e as seguradoras restringiram a cobertura. A FDA não consultou o mesmo painel de especialistas antes de aprovar o Leqembi.

Embora haja “menos drama” em torno da nova droga, Schrag disse que muitas das mesmas preocupações se aplicam. “Esse benefício leve e mensurável vale o alto preço dos efeitos colaterais que os pacientes podem experimentar?”, questiona. “Tenho sérias dúvidas.”

Efeitos colaterais

Cerca de 13% dos pacientes no estudo da Eisai tiveram inchaço do cérebro e 17% tiveram pequenos sangramentos cerebrais, efeitos colaterais observados com medicamentos anteriores direcionados à amiloide. Na maioria dos casos, esses problemas não causaram sintomas, que podem incluir tonturas e problemas de visão. Além disso, vários usuários de Leqembi morreram enquanto tomavam a droga, incluindo dois que tomavam medicamentos para afinar o sangue.

A Eisai disse que as mortes não podem ser atribuídas à droga. O rótulo da FDA adverte os médicos a terem cautela se prescreverem Leqembi a pacientes que tomam anticoagulantes. É provável que as seguradoras cubram o medicamento apenas para pessoas como as do estudo da empresa – pacientes com sintomas leves e confirmação de acúmulo de amiloide. Isso normalmente requer exames cerebrais caros. Um tipo separado de varredura será necessário para monitorar periodicamente o inchaço e o sangramento do cérebro.

Uma questão-chave no lançamento do medicamento será a decisão de cobertura do Medicare, o plano de saúde federal que cobre 60 milhões de idosos e outros americanos. A agência restringiu severamente a cobertura do Aduhelm, essencialmente eliminando seu mercado nos Estados Unidos e levando a Biogen a abandonar os planos de marketing para o medicamento.

Os executivos da Eisai disseram que já passaram meses discutindo os dados de seus medicamentos com funcionários do Medicare. A cobertura não é esperada até que o FDA confirme o benefício do medicamento, provavelmente ainda este ano. “Assim que tivermos uma decisão sobre o Medicare, poderemos realmente lançar o medicamento em todo o país”, disse o CEO da Eisai nos EUA, Ivan Cheung.

Betsy Groves, de 73 anos, de Cambridge, Massachusetts, foi diagnosticada com Alzheimer em 2021. Ex-professora da escola de educação de Harvard, ela percebeu que estava tendo problemas para lembrar alguns nomes de alunos e responder a perguntas. Seu diagnóstico inicial, baseado em um exame cognitivo, foi posteriormente confirmado por um teste positivo para amiloide.

Ela diz que está “mais do que disposta” a experimentar o Leqembi apesar dos possíveis efeitos colaterais e da necessidade de infusões. “Para mim, no minuto em que o medicamento chegar ao mercado – e eu obtiver a aprovação do meu médico -, vou tomá-lo” afirma.

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PM prende trio que praticava roubos em Rio Branco

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Nesta quarta-feira, 17, a Polícia Militar do Acre (PMAC), por meio de equipes de radiopatrulhamento e do Grupo de Intervenção Rápida e Ostensiva (Giro) prendeu três homens que realizavam roubos em bairros de Rio Branco. Duas armas de fogo e um simulacro foram apreendidos durante a ação.

Com informações do Centro de Operações da PM (Copom) de que três indivíduos armados em um veículo Ônix prata haviam praticado roubos nos bairros Ouricuri e Chico Mendes. Por meio de consulta, descobriram que o carro usava uma placa adulterada, e posteriormente, conseguiram identificar a placa verdadeira.

A guarnição de radiopatrulha seguiu para o endereço registrado, no bairro Nova Estação, onde o proprietário informou que havia comprado o veículo para o seu neto. Com o apoio do Giro, a equipe se deslocou para a residência indicada, no Loteamento Novo Horizonte, onde estavam o suspeito, seu pai e o veículo Ônix.

O homem confessou ter participado de um roubo, juntamente com outros dois indivíduos, no qual usaram duas armas de fogo, e que a placa de seu automóvel foi modificada com o auxílio de uma fita, o que foi confirmado na busca veicular realizada pelos militares. Dentro do carro, foi encontrada a chave de uma motocicleta, provável produto de roubo.

Questionados sobre as armas, os policiais constataram que pai e filho possuíam armas registradas em seus nomes junto ao Sistema Nacional de Armas (Sinarm): as pistolas Taurus TH380, calibre .380, e PT938, também de calibre .380., que continham o total de 63 munições do mesmo calibre.

A guarnição seguiu para o possível endereço dos demais envolvidos, no bairro Alto Alegre, onde localizaram, em locais distintos, os outros dois suspeitos. Em outra residência apontada por eles, foram apreendidos dois celulares, também produtos de roubos.

A guarnição retornou à casa do primeiro suspeito identificado, onde apreenderam as duas pistolas e um simulacro usados nos crimes, conforme informado pelos três homens, que foram reconhecidos por uma das vítimas.

O trio foi preso e, juntamente com as armas e demais itens apreendidos na ocorrência, foram encaminhados para a Delegacia de Fragrantes (Defla), para os procedimentos cabíveis.

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Polícia Civil do Acre investe em delegacias do interior e supera desafios logísticos

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Esta semana, a Polícia Civil do Acre tem se destacado por uma série de investimentos estratégicos destinados às delegacias localizadas em regiões remotas do estado. Em uma demonstração de comprometimento com a segurança pública, a instituição está realizando uma significativa alocação de recursos, incluindo peritos, entrega de veículos e fornecimento de equipamentos essenciais, como mobília e computadores.

A iniciativa concentra-se especialmente nas áreas do Purus e Juruá, onde a presença policial é fundamental para garantir a ordem e a proteção dos cidadãos. Como parte desses esforços, um barco foi meticulosamente preparado para navegar pelo rio Tarauacá, levando consigo uma série de equipamentos destinados à cidade de Jordão.

Entre os itens transportados estão três conjuntos de mesas, armários, bebedouro, fogõe e cadeiras estilo longarina, que serão instalados na recepção da delegacia. Além disso, serão fornecidos computadores e outros utensílios essenciais para fortalecer o trabalho da equipe que atua naquela região.

Este empreendimento ganha ainda mais relevância diante dos recentes desafios enfrentados pela cidade do Jordão, que foi duramente afetada por inundações. Como consequência, a delegacia local sofreu perdas significativas de móveis e equipamentos. No entanto, a direção geral da Polícia Civil está empenhada em superar essas adversidades e garantir que os policiais que atuam em áreas de difícil acesso recebam o suporte necessário.

O delegado-geral da Polícia Civil, Dr. Henrique Maciel, está acompanhando pessoalmente toda essa mobilização e entrega de equipamentos. “Estamos cientes dos desafios enfrentados pelos nossos policiais que trabalham em locais de difícil acesso. Esses investimentos representam um passo significativo para fortalecer a infraestrutura e os recursos disponíveis para nossos colegas que desempenham um papel vital na segurança das comunidades remotas do Acre”, declarou o delegado-geral.

Destaca-se que a viagem pelo rio Tarauacá até a cidade de Jordão pode levar até quatro dias, devido à extensão do percurso e às condições fluviais. Esse tempo de deslocamento sublinha os desafios logísticos enfrentados pelas autoridades policiais ao atenderem áreas remotas do estado. No entanto, a Polícia Civil está comprometida em superar tais obstáculos, garantindo que os recursos e equipamentos cheguem às delegacias do interior de maneira oportuna e segura.

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Apenas três vereadores de Xapuri não mudaram de partido na última janela

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Por Raimari Cardoso –

A chamada “janela partidária” – período de um mês em que parlamentares podem trocar de partido para concorrer às eleições municipais de outubro sem perder o mandato – foi aproveitada por nada menos que dois terços dos vereadores de Xapuri.

Os que permaneceram em seus partidos foram os petistas José Maria Miranda e Alarice Botelho, única mulher na Câmara Municipal, e Alcemir Teodózio, do União Brasil.

Os outros seis parlamentares-mirins trocaram de casa. Eriberto Mota, que era do PSB, foi para o PP. Menudo, que era do PSD, também mudou para o Progressistas, assim como o vereador Kaíco, que era do União Brasil. DIM, que era do PSB, foi para o Republicanos. Ronaldo Ferraz, que era do MDB, foi para o PSDB.

Um caso um pouco diferente foi o do vereador Clemilton Lima, que era do União Brasil desde a fusão entre Dem e o PSL, havia saído para o PP, e agora retornou para o UB – ele é do tempo em que o Dem ainda era o PFL.

Em 6 de outubro, os eleitores vão às urnas em 5.568 municípios do país, para eleger novos prefeitos e vereadores. Em Xapuri, três grupos políticos liderados por PT, PP e União Brasil se movimentam para a disputa pela prefeitura.

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