Acre
Ações integradas e fortalecimento das instituições fazem Acre reduzir taxas de homicídios e conquistar destaque nacional

Pela primeira vez em 108 anos, governador empossa uma mulher no Comando da PM. Foto: Felipe Freire/Secom
O estado do Acre, através das ações da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) alcançou avanços notáveis na segurança pública, conforme dados divulgados no Atlas da Violência 2025, elaborado e divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Segundo o documento, o Acre registrou uma das maiores quedas na taxa de homicídios do país, de 50,5%, além da expressiva redução de 53,7% na taxa dos homicídios de mulheres.
A coronel Marta Renata, primeira mulher no Comando da Polícia Militar do Acre (PMAC) em 108 anos de história da instituição, afirma que a PM tem atuado diuturnamente para garantir a segurança de todos os cidadãos. “As taxas de redução de homicídios evidenciam os esforços que a instituição tem empregado através de cada policial militar, juntamente com o apoio do estado. Também destacamos a redução na taxa de feminicídio, mas enquanto houver uma mulher em situação de violência doméstica não teremos concluído a nossa missão”, reforça.
Acre reduziu taxa de homicídios em 50,5%
Com a publicação do Atlas da Violência, o estado do Acre tem se destacado nacionalmente pela significativa redução nos índices de homicídios nos últimos anos. Dados do relatório revelam que o Acre reduziu a taxa de homicídios em 50,5% entre 2018 e 2023. Em números absolutos, foram registrados 217 homicídios em 2023, uma queda de 46,9% em relação aos 409 casos de 2018.

Policiamento rural também é realizado em todo estado. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
Esse avanço coloca o estado em uma posição de destaque nacional, revertendo um cenário crítico que o colocava entre os mais violentos do país. O desempenho é resultado direto de políticas públicas integradas, como o fortalecimento da inteligência policial, a valorização da polícia comunitária e a articulação com o sistema de justiça.
Em relação à violência de gênero, o Acre também se destaca positivamente. Segundo o levantamento, o estado reduziu em 48,6% o número de homicídios de mulheres no intervalo de cinco anos, de 35 casos em 2018 para 18 em 2023. A secretária de Estado da Mulher, Márdhia El-Shawwa, afirmou que este resultado é fruto de cooperação entre as diversas pastam que visão proteger todas a mulher. “Esse resultado é fruto do trabalho incansável de muitas mãos — das equipes das Delegacias, do poder público, dos Centros de Referência, das casas de acolhimento, das campanhas de conscientização e, principalmente, da coragem das mulheres que denunciam”, destacou.

Desde sua implantação, em 2024, o Grupo de Apoio ao Estudante Vítima (Gaev) já acompanhou mais de 20 estudantes. Foto: Joabes Guedes/PMAC.
O documento aponta que o Acre está entre os estados que mais reduziram a letalidade feminina, um indicador que reflete não apenas o combate direto ao feminicídio, mas também ações preventivas, como o funcionamento das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), a ampliação de campanhas de conscientização e a rede de proteção social. A presença ativa da Patrulha Maria da Penha, por exemplo, tem desempenhado papel fundamental na garantia de medidas protetivas e na contenção da reincidência da violência doméstica.

Equipe da Patrulha Maria da Penha. Foto: Sargento Silva Barbosa/PMAC
Entre mulheres negras, analisando um período maior de 2013 a 2023, a redução foi de 58,8% entre 2013 e 2023, conforme revelado na análise. Isso demonstra que o estado tem conseguido avançar no enfrentamento às desigualdades raciais e estruturais que historicamente vitimam a população negra, sobretudo as mulheres, por meio de políticas de enfrentamento ao racismo e de promoção da equidade de gênero e raça.
Resultados sentidos
Essa tendência de declínio é corroborada por levantamentos locais. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) divulgou que, em 2024, a taxa de homicídios caiu para 17,71 por 100 mil habitantes, a menor registrada nos últimos 16 anos, superando até mesmo a taxa de 2011, que foi de 17,73.

Para o secretário de Segurança esses resultados demonstram o comportamento do Estado com a segurança. Foto: Dharcules Pinheiro/ Sejusp
Para o secretário de Segurança, esses resultados demonstram o comportamento do Estado com a segurança. “Esse conjunto de resultados evidencia o comprometimento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública com a segurança da população acreana e a implementação de políticas que visam não apenas a diminuição da violência, mas também a promoção da paz para toda a população do estado”, destacou.

Policiamento dos eventos públicos acontecem simultaneamente em ao menos nove munícipios acreanos. Foto: Joabes Guedes/PMAC
Além da queda nos homicídios, o Acre também apresentou redução em outros indicadores de violência. Nos três primeiros meses de 2025, houve uma diminuição de 29,31% nas mortes violentas intencionais no estado e de 33,33% em Rio Branco, comparado ao mesmo período de 2024. Roubos e furtos também apresentaram quedas significativas, evidenciando a eficácia das operações de combate a esses crimes.

Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) vigia dia e noite vários pontos das cidades do Acre. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
O Atlas da Violência 2025 destaca que, no cenário nacional, o Acre figura entre os estados que mais reduziram seus índices de homicídios ao longo dos últimos anos, juntamente com Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Atlas da violência e o Brasil
Segundo o site do IPEA, o Atlas da Violência é o resultado de uma parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O documento tem por objetivo retratar a violência no Brasil, principalmente a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.
As informações sobre homicídios são analisadas da perspectiva de gênero, raça e faixa etária, entre outras. Além disso, o Atlas auxilia pesquisadores, jornalistas e interessados em geral na temática da criminalidade e violência no país.

Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp). Foto: Mariana Moreira/Sejusp
Em matéria publicada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, o Brasil registrou, em 2023, a menor taxa de homicídios dos últimos 11 anos: foram registradas 45.747 mortes, o equivalente a 21,2 casos por 100 mil habitantes. Entre 2022 e 2023, houve redução de 2,3% na taxa de homicídio por 100 mil habitantes no país. Depois de uma estagnação nas taxas de homicídio entre 2019 e 2022, que estacionou no patamar de 21,7%, volta a se observar uma tímida trajetória de queda iniciada em 2018.
Esses resultados refletem o compromisso das autoridades acreanas em promover a segurança pública e reduzir a criminalidade, consolidando o estado como referência nacional na área.
Comentários
Acre
ICMBio esclarece que operação na Reserva Chico Mendes visa apenas pecuária ilegal
Coordenadora da Operação Suçuarana nega ação contra pequenos produtores e alerta sobre fake news que distorcem objetivos da fiscalização

A gestora também chamou atenção para o impacto ambiental provocado pelas invasões e pela expansão ilegal da pecuária. Foto: internet
Em entrevista concedida nesta sexta-feira (14), a gerente regional do ICMBio e coordenadora da Operação Suçuarana, Carla Lessa, reafirmou o caráter seletivo das ações de fiscalização na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre. A gestora esclareceu que as intervenções têm como alvo específico pecuaristas que, mesmo após notificações formais e determinações judiciais, mantiveram atividades ilegais na unidade de conservação.
Pontos-chave da operação:
Alvo específico: Pecuaristas que ignoraram múltiplas notificações do ICMBio e decisões judiciais
Base legal: Cumprimento do plano de uso sustentável definido pelos próprios extrativistas
Dados preocupantes: Aumento de 40% no desmatamento para pastos ilegais nos últimos 3 anos
Combate à desinformação: Fake News circulando sobre suposto prejuízo a pequenos produtores
Lessa destacou que a reserva – criada em 1990 como homenagem póstuma a Chico Mendes – tem 93% de seu território preservado, mas sofre pressão crescente de grileiros. “São invasores profissionais, não moradores tradicionais”, afirmou, citando casos de propriedades com mais de 500 cabeças de gado em áreas protegidas.

O ICMBio é o responsável por fiscalizar o cumprimento do plano de utilização elaborado pelos próprios moradores da reserva. Foto: captada
Carla Lessa também alertou sobre a disseminação de informações falsas nas redes sociais, que estariam distorcendo os objetivos da operação. “Não é verdade que o ICMBio está prejudicando pequenos produtores. Nosso trabalho visa proteger a reserva e garantir que ela cumpra sua função original”, afirmou.
A operação já resultou na apreensão de 1.200 animais em duas semanas, todos encaminhados para leilão público. Os recursos serão reinvestidos em ações de fiscalização e projetos sustentáveis para as 2.400 famílias extrativistas legalmente assentadas.
Próximos passos:
Intensificação do monitoramento por satélite
Parceria com MPF para ações judiciais contra invasores
Campanhas educativas sobre o plano de uso da reserva
A gestora também chamou atenção para o impacto ambiental provocado pelas invasões e pela expansão ilegal da pecuária. “Nos últimos anos, houve aumento significativo do desmatamento e da introdução de grandes rebanhos de gado, o que tem descaracterizado a finalidade da unidade de conservação”, afirmou.
Por fim, Carla Lessa pediu o apoio da sociedade para que o trabalho de fiscalização continue sendo efetivo.
“Precisamos da colaboração de todos para garantir a conservação da floresta amazônica e a proteção dos direitos das populações extrativistas que vivem na reserva”, concluiu Lessa.

A gestora esclareceu que as intervenções têm como alvo específico pecuaristas que, mesmo após notificações formais e determinações judiciais, mantiveram atividades ilegais na unidade de conservação. Foto: cedida
Destaques da entrevista:
Seletividade da ação: “Nossa atuação é cirúrgica, baseada em laudos técnicos e processos judiciais já transitados em julgado”
Proteção aos tradicionais: “As 2.400 famílias extrativistas regularizadas não são e nunca serão alvo”
Critério de atuação: Propriedades com mais de 50 cabeças de gado são priorizadas, indicando atividade comercial
Transparência: Lista completa de áreas notificadas está disponível para consulta pública
Lessa apresentou dados concretos: dos 1,3 milhão de hectares da reserva, apenas 3% estão sob conflito fundiário, concentrados em 47 áreas específicas onde se verifica desmatamento recente. “São casos flagrantes de grilagem, com documentação fraudulenta”, afirmou.
A coordenadora rebateu críticas: “Quem cumpre a lei não tem motivo para temer. Estamos cumprindo nosso dever constitucional de proteger uma unidade de conservação federal”. Ela convocou produtores irregulares a aderirem voluntariamente ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que prevê a retirada gradual dos animais sem multas.
O ICMBio/IBAMA mantém canal aberto para esclarecimentos através do Disque Denúncia Linha verde: 0800 61 8080. Novas etapas da operação estão previstas para as próximas semanas, com apoio da Polícia Federal e Força Nacional.

Segundo ela, a operação se concentra exclusivamente em áreas de pecuária ilegal, ocupadas por pessoas que desrespeitam notificações do ICMBio e decisões judiciais para desocupar o território. Foto; captada
Comentários
Acre
Nível do Rio Acre permanece baixo em Rio Branco, aponta boletim da Defesa Civil

Foto: Whidy Melo
A Defesa Civil de Rio Branco divulgou na manhã desta sexta-feira, 13, novo boletim sobre as condições do Rio Acre. De acordo com a medição realizada às 5h16, o nível do rio registrou 2,57 metros, apresentando leve elevação nas últimas horas.
Apesar da pequena subida, o volume está muito abaixo da cota de alerta, que é de 13,50 metros, e da cota de transbordo, fixada em 14 metros. A ausência de chuvas nas últimas 24 horas, com índice pluviométrico zerado, reforça o cenário de estiagem que atinge a capital acreana.
Comentários
Acre
Governo do Acre declara Cooperativa Agroextrativista como utilidade pública

Foto: Reprodução
A Cooperativa Agroextrativista de Assis Brasil, Epitaciolândia e Brasileia (COOPAEB) passou a ter status de utilidade pública no Acre. A medida foi oficializada pela Lei nº 4.597, sancionada pela governadora em exercício, Mailza Assis, nesta sexta-feira (13). A sanção foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).
A COOPAEB possui sede administrativa localizada na Rodovia BR-317, km 1, bairro Alberto Castro, no município de Brasiléia. Com forte atuação nos municípios da faixa de fronteira, Assis Brasil, Epitaciolândia e Brasiléia.
Com o reconhecimento de utilidade pública, a COOPAEB poderá firmar convênios e parcerias com o poder público, além de acessar recursos estaduais para ampliar suas atividades voltadas ao desenvolvimento socioeconômico da região.
Você precisa fazer login para comentar.